Zagalo ou Zagallo? Velho Lobo contou que por 4 décadas imprensa escreveu seu nome errado
Correção ocorreu quando Zagallo já contava com quatro Copas do Mundo; Velho Lobo morreu aos 92 anos no Rio de Janeiro
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Mario Jorge Lobo Zagallo, falecido no Rio de Janeiro, lutou por mais de 40 anos para que o seu sobrenome fosse escrito de maneira correta. Após uma entrevista com a Folha de S. Paulo, a maioria da imprensa passou a escrevê-lo de maneira correta.
-t4neov0jdcfo.jpg "Zagallo na Copa do Mundo de 1998")
Em uma entrevista à revista Playboy em 1997, Mario Jorge Lobo Zagallo, que morreu aos 92 anos, no Rio de Janeiro, contou que embora fosse reconhecido pelo sobrenome com a ortografia correta, ao longo de mais de quatro décadas teve que conviver com a imprensa o escrevendo erroneamente. A entrevista foi relembrada em reportagem do Globo Esporte.
"Meu nome é Zagallo, com dois "l". Desde que comecei minha carreira de jogador, lutei para ter o meu nome escrito certo", relatou o 'Velho Lobo' à época.
Jornais antigos da época em que ele atuava como jogador, ou mesmo durante a maior parte de sua carreira como treinador, escreviam o sobrenome dele com apenas um "l".
Zagallo iniciou sua carreira profissional no Flamengo no início da década de 1950. Na entrevista à revista, ele compartilhou que desde os primeiros anos de sua passagem pelas categorias de base do America, o seu sobrenome já vinha sendo escrito de maneira errada.
Relembre a carreira de Zagallo, único tetracampeão mundial
"O meu pedido não teve força. Não liguei mais. Há uns dois anos [em 1995], fui à Folha de S.Paulo e, no fim de uma longa entrevista, quiseram saber: "O que você gostaria de falar e nós não lhe perguntamos?" Respondi: "Eu gostaria é que meu nome parasse de sair errado". Eles começaram a escrever Zagallo com dois eles e quase toda a imprensa, finalmente, passou a escrever o meu nome certo", contou à época.
A correção ocorreu quando Zagallo já contava com quatro Copas do Mundo, logo após alcançar o tetra como dirigente, e antecedendo a Copa do Mundo de 1998, na qual ele assumiu novamente o cargo de treinador e acabou sendo vice-campeão.
Apesar de supersticioso, o ex-treinador afirmou não ver problema na alteração, mesmo após quatro décadas de sucesso com apenas um "l".
"Dizem que sou supersticioso, mas o meu nome é com dois "l" e eu fico satisfeito que saia uma coisa certa. A pronúncia não muda. E eu faço votos de que, com dois "l", as coisas funcionem em dobro", acrescentou ele na entrevista concedida naquele ano.
O corpo do Velho Lobo está sendo velado neste domingo, 7, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, cercado por amigos, fãs e familiares.
