Rodrigo se assusta com o assédio depois do BBB 2
Sábado, 27 de julho de 2002, 17h24
O "vaqueiro" Rodrigo Leonel custou a acreditar que ganhou o prêmio de R$ 500 mil da segunda versão do Big Brother Brasil da Globo. Principalmente porque assume que ficou meio ressabiado quando a produção do programa o convidou para participar do "reality-show". "No começo, nem levei muito a sério essa história. Mas insistiram tanto que acabei me acostumando com a idéia e nem imaginava que iria terminar com o prêmio na mão", confessa o paulista de Ribeirão Preto de 32 anos. Com a bolada do prêmio no bolso, Rodrigo quer primeiro voltar a tomar contato com a realidade para só depois decidir o que vai fazer com o dinheiro. "Fiquei 71 dias confinado. Tô por fora de tudo", afirma, com o inconfundível sotaque interiorano. O primeiro baque de Rodrigo foi ter saído do período de confinamento diretamente para conceder entrevistas e encarar dezenas de fotógrafos e repórteres. "Tive de respirar fundo, pois não estou acostumado com estas coisas. Nunca vi tanto flash na minha frente", ressalta. O mais quieto dos 12 concorrentes do segundo BBB venceu o programa com 65% dos mais de 10 milhões de votos. Qual é a primeira coisa que você pretende fazer com o prêmio? A primeira coisa é pegar uma farda toda nova. Zero bala. Mas meu sonho mesmo é construir um hotel para cavalos, tipo um haras. Minha idéia é que pessoas que possuem um cavalo, mas não têm condições de ter uma fazenda, deixassem o animal no haras. Cobraria uma mensalidade para ele ir até lá passear com o cavalo quando quisesse. Mas é muito difícil falar no futuro. Só sei que o sonho pode se concretizar, mas não sei quando, porque não tenho idéia do que está acontecendo lá fora. Saí da casa e ainda não parei um minuto. Você aceitaria enveredar pela carreira artística, caso apareçam convites? Não sei mesmo. Mas meus planos nunca foram vida artística, nada relacionado a este meio, entendeu? Meu negócio sempre foi a lida do campo, amansar e domar cavalo, mexer com criação, terra... Então, não penso nisso. Inclusive, só entrei no BBB porque sou conhecido na minha cidade e o pessoal da produção do programa foi lá procurar uma pessoa que tivesse o perfil de caubói. A emissora de televisão de lá me indicou e logo me ligaram. Nem acreditei muito quando me falaram, mas acabei aceitando. Do que você sentiu mais falta durante o programa? Olha, eu me senti muito triste. O Bial me falou que podia ser depressão. Mas fui criado de uma forma que não sei o que é depressão. Para mim, depressão é conversa fiada. Mas, se a gente ficar muito triste se chama depressão, então fiquei deprimido. Deu uma agonia por ficar trancado e sem ter o que produzir. Sempre fui guerreiro. Então o que mais senti foi a falta de trabalho. Você seguiu alguma estratégia para ganhar o jogo? Quando entrei na casa, a estratégia era ficar quietinho. Não queria aparecer mais que ninguém no primeiro mês. Depois, fui me soltando. Sempre fui de viver o momento, sem planejar. Sabia que as decisões de voto no programa poderiam fazer eu me arrepender ou não. Neste sentido, sempre arrisquei. Eu analisava o jogo por semana. Também não quis me apegar a grupos. Sempre fui amigo de todo mundo com este jeitão meu. Mas achava que me aliar a um grupo poderia me prejudicar. Então, fiquei amigo de todos e não quis participar de fofoca. Você não largou o chapéu. Foi o seu amuleto? Sem dúvida. Mas não foi nada forçado, pois sempre usei chapéu. Ele é indispensável para o meu trabalho. Então, lógico que levei o chapéu para o programa. Ele virou meu confidente. Conversava com ele e com a Nossa Senhora Aparecida, que sempre chamei de "Neguinha", porque ela é negra mesmo e é um jeito carinhoso de chamá-la. Ou seja, fui eu mesmo no programa.
Rodrigo Teixeira TV Press
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