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Pedro Bial, do Fantástico, já assistiu Casa dos Aristas

Domingo, 02 de dezembro de 2001, 14h47

Pedro se acha um telespectador
"meio esnobe". (Foto:J. R. Jorge/Carta Z)

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    O jornalista Pedro Bial se considera um telespectador "meio esnobe". Como não suporta programas que exploram a miséria humana, ele se limita a assistir esportes, jornalismo e "filmes velhos". Nas últimas semanas, se viu obrigado a abrir uma exceção e dar uma espiadela na Casa dos Artistas, do SBT. Criado para esvaziar a estréia de No Limite, o programa - que reúne "párias" do meio televisivo numa casa monitorada 24 horas por dia - atingiu o até então imbatível Fantástico. No último domingo, a Casa dos Artistas teve 39 pontos de audiência média, contra 22 do Fantástico. Desde que estreou em 1973, o auto-proclamado "show da vida" nunca havia perdido uma vez sequer no Ibope. "Para o que se propõe, o Casa dos Artistas poderia ser mais bem-realizado. Mas ele é sintomático de uma cultura cada vez mais exibicionista e voyeurista", analisa.

    Mas Pedro Bial garante que as sucessivas derrotas na audiência não tiraram suas noites de sono. O apresentador parece até que voltou mais "zen" da viagem que fez à China, onde realizou uma série de reportagens sobre o país mais populoso do planeta. Bem-humorado, diz que está sentindo a mesma motivação de quando estreou, há 22 anos, como "foca" da TV Aratu, de Salvador. Para recuperar a hegemonia nas noites de domingo, a equipe do Fantástico planeja apenas continuar levando em consideração o subtítulo do programa. "Nunca transformaremos a miséria humana num espetáculo de audiência. Senão, o Fantástico vira o Show da Morte", ironiza.

    Aos 43 anos, Pedro Bial divide a apresentação do Fantástico com dois outros programas: o Espaço Aberto, da Globo News, e o Rolo Extra, do Canal Brasil. Neles, extravasa duas paixões nada secretas: literatura e cinema. No primeiro, Bial entrevista escritores brasileiros e, no segundo, analisa clássicos do cinema nacional depois de exibi-los. Mesmo assim, avisa que a reportagem "Viagem ao Planeta China", exibida no Fantástico, marca sua volta paulatina às grandes reportagens ao redor do mundo. "Alguns jornalistas têm vocação para redação. Outros, para a rua. Eu me encaixo na segunda categoria. Acho que exerço melhor minha profissão quando estou na rua", garante.

    Sabor de aventura

    Nos oito anos em que trabalhou como correspondente internacional da Globo em Londres, Pedro Bial tornou-se testemunha ocular de alguns dos mais importantes acontecimentos do Século XX, como a queda do Muro de Berlim, a guerra civil na Angola e o terremoto em Kobe, no Japão. O gosto pela aventura vem dos tempos de criança, quando o pequeno Pedro colecionava os fascículos do Tintim, personagem criado pelo belga Hergé. Hoje, aos 43 anos de idade, Pedro Bial pode se dar ao luxo de se sentir como um autêntico Tintim. "No íntimo, sonhava em resolver crises internacionais e desbaratar quadrilhas. No desejo de ser Tintim, eu quase fiquei tantã", brinca.

    Há pelo menos cinco anos, desde que trocou o trabalho de correspondente internacional pelo de apresentador do Fantástico, Pedro Bial não fazia uma grande reportagem no exterior. A mais recente matéria do repórter ao redor do mundo foi na República Popular da China. A aventura de Bial no país de 1,3 bilhão de habitantes começou pela Praça da Paz Celestial, onde estão instalados os principais órgãos do poder em Pequim. Foi lá que, em abril de 1989, o exército chinês atacou manifestantes estudantis que protestavam contra o regime. "Não há qualquer tipo de oposição na China. Quem tenta fazer oposição, desaparece misteriosamente", atiça.

    Por essas e outras, uma representante do governo chinês não permitiu que o cinegrafista do Fantástico, Toninho Marins, fizesse qualquer imagem da Praça da Paz Celestial. Dos 20 dias que passou na China, Bial destaca a visita à Grande Muralha, concluída em 210 a.C. para conter o avanço dos mongóis, e a matéria sobre a cidade de Xangai, a mais populosa da China. Ao mesmo tempo que o país é famoso pela cultura milenar, a China surpreende quem chega por suas cidades pós-modernas, repletas de túneis, viadutos e arranha-céus. "Os próprios chineses dizem que, às vezes, se perdem na hora de voltar para casa. De uma semana para outra, tudo muda", ri.

    Compulsão multimídia

    Na adolescência, Pedro Bial resolveu trocar o estudo de belas-artes pela faculdade de jornalismo. Apesar de ter se tornado um profissional respeitado, não deixou de "flertar" com outras áreas, como a literatura e o cinema. Admirador confesso de Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes, Bial se interessou, desde cedo, por poesia. Tanto que fundou o grupo Os Camaleões, em parceria com Claufe Rodrigues e Luiz Petry. Embora já tenha arriscado alguns versos, reluta em publicar um livro de poesias. O máximo que consegue é declamar alguns deles em bares cariocas. "No ano que vem, planejo fazer recitais em escolas, presídios e favelas. É bacana de fazer e não me custa muito", avalia.

    Se ainda não teve coragem suficiente para se lançar como poeta, Bial já se aventurou como diretor de cinema. Há três anos, ele acumulou as funções de roteirista, produtor e diretor do longa "Outras Estórias", baseado em cinco contos do escritor João Guimarães Rosa e protagonizado pela atriz Giulia Gam, a mulher de Pedro Bial na ocasião. "Conheço todos os defeitos do filme, mas não me saí tão mal assim. Gostei muito do resultado", orgulha-se. A experiência só não foi mais proveitosa porque Bial teve prejuízos como produtor. "Perdi dinheiro à beça. Estou tendo de fazer o meu 'pezinho-de-meia' todo de novo", resigna-se, brincalhão.

    Prejuízos à parte, Bial não descarta a possibilidade de voltar a trabalhar com cinema. Mas só se for como diretor ou roteirista. Por isso mesmo, já encerrou a fase de captação de recursos do filme "Os Narradores do Vale de Javé", que vai ser dirigido por Eliane Caffé, a mesma de "Kenoma", no ano que vem. Como roteirista, Bial está às voltas com o primeiro tratamento do roteiro de "A Incrível e Fascinante História do Capitão Mouro", que narra a conturbada amizade entre um judeu e um muçulmano. "A história é muito bonita. Infelizmente, ela ganhou uma atualidade quase trágica porque vivemos num mundo à beira de um choque de civilizações", observa.

    André Bernardo / TV Press

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