Um concerto clássico fora do comum inaugurou este sábado os quatro dias de comemorações pelo Jubileu da rainha Elizabeth II, com Charles e Camilla no palco, 12 mil pessoas espalhadas pelos jardins do Palácio de Buckingham e várias estrelas do mundo da música.Pela primeira vez em sua história, o Palácio abriu suas portas para um concerto público e gratuito, oferecido aos privilegiados escolhidos num sorteio nacional. O restante teve de se contentar com a transmissão do show em telões ao redor de Buckingham.
Matthew Smith, de 19 anos, foi um dos sortudos. Ganhou dois bilhetes e foi ao evento com a amiga Caroline Solwey, de 19 anos. "Não gostamos de música clássica, mas viemos principalmente porque é uma vez na vida e depois contaremos aos nosso filhos", disse o escocês de Edimburgo, vestido com o tradicional "kilt".
Até a hora do concerto, o público se distraiu com o piquenique, grande tradição britânica, dividindo o espaço real com vários grupos de teatro e mágicos.
Na entrada do Palácio, após um rígido controle de segurança, cada convidado recebia a programação e uma caprichada cesta com uma pequena garrafa de champagne, salmão defumado, frango "jubileu de ouro", massa, morangos ao creme e uma capa para eventuais mudanças do tempo.
Às 20h locais (16h de Brasília), a família real se apresentou no palco, com outras personalidades e, como estava previsto, Camilla Parker-Bowles acompanhava o príncipe Charles, num lugar discreto, a poucos metros da rainha. Também estavam presentes o príncipe Felipe e outros 15 membros da família Real.
Esta foi a primeira vez que o casal apareceu em público na presença da rainha Elizabeth, o que representa, de acordo com os analistas, uma nova etapa da oficialização da união entre os dois.
O show, transmitido para mais de 40 países, durou cerca de duas horas, com a apresentação da Orquestra Sinfônica da BBC e outros grandes nomes da música clássica, como o violoncelista Mstislav Rostropovitch, sopranos Kiri Te Kanawa e Angela Gheorghiu, o tenor Roberto Alagna e o barítono Thomas Allen.
O repertório foi sem supresas: um pouco de Tchaikovsky, Verdi, Handel, Gershwin, Rossini, Verdi, Puccini, entre outros, seguido da inevitável marcha "Pump and circumstances" do compositor britânico Edward Elgar, verdadeiro hino nacional que levanta o público e emociona a rainha.
Um sonoro "God save the Queen", cantado por 12 mil vozes, encerrou o primeiro grande momento das comemorações de meio século do reinado de Elizabeth II.
O domingo será dedicado, oficialmente, à oração e ao recolhimento. Vários britânicos vão aproveitar para assistir à estréia da Inglaterra no Mundial 2002, contra a Suécia.
Agora, os jardins de Buckingham se preparam para o segundo tempo destes quatro dias de festa: um concerto pop na segunda-feira à noite, com outros 12 mil convidados e milhares de cestas de comida.