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Sexta, 23 de agosto de 2002, 17h24
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Luiza Dantas/Carta Z Notícias
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Apesar de contabilizar inúmeras novelas no currículo, Júlia Lemmertz está prestes a encarar a primeira vilã na tevê. O "début" da atriz vai acontecer em O Beijo do Vampiro, a nova trama das sete da Globo. Na obra de Antônio Calmon, ela vai interpretar Marta, uma mulher atormentada por um amor não correspondido. A personagem passa por cima de tudo e de todos só para tentar conquistar o amado Augusto, que vai ser vivido por Marco Ricca. "É uma vilã que tem aquele discurso: 'faz o que faz por amor'", defende Júlia.Mas a atriz não quer ficar concentrada apenas no aspecto vilanesco de Marta. Apesar de se tratar de sua primeira vilã em novelas - a atriz considera que a destrambelhada Fabiana Dumont, de Zazá, não era uma vilã típica -, Júlia prefere explorar outros detalhes. "Não quero compor a Marta de uma forma maniqueísta", avisa a atriz, ressaltando que a personagem vem de uma família aristocrática e rica. Além de Marta ser bem-criada e bem-nascida, Júlia a classifica como uma pessoa interessante. "Ela é inteligente, tem uma ironia fina e uma perspicácia do que acontece. Ela podia ter todos os namorados que quisesse, mas 'encanou' com um que não gosta dela", pondera. A personalidade de Marta é mesmo o objetivo principal de Júlia neste primeiro momento. Tanto que nem mesmo o fato de a personagem começar a novela cega chama mais a atenção da atriz. "Eu me preocupo mais com o jeito dela. A cegueira é um detalhe que vem depois", explica. Isso não significa, porém, que Júlia não esteja focando seu trabalho de composição também na cegueira. Como a personagem fica cega após um acidente automobilístico, a atriz vem visitando o Instituto Benjamim Constant, tradicional escola de ensino a deficientes visuais no Rio de Janeiro. Lá, ela conversa com pessoas que não nasceram com deficiência visual, mas que ficaram cegas após algum acidente ou doença. "Estou observando as sensações e o posicionamento dos olhos", enfatiza. A própria Júlia antecipa que Marta não vai ficar cega a novela inteira e que, em determinado momento, vai recuperar a visão. As vilanias da personagem, no entanto, vão perdurar por mais tempo. Ainda mais que Marta vai cuidar com rigor dos dois sobrinhos que estavam com ela no fatídico acidente que ocasionou sua cegueira e onde a sua irmã faleceu. Engana-se, porém, quem pensa que a personagem vai guardar algum remorso pela morte dela. Afinal, a "maninha" era casada com Augusto, a paixão da vida de Marta. "Ela não tem nem um pouco de sentimento de culpa", garante. Além de estar estreando no papel de vilã, Júlia também vai trabalhar, pela primeira vez, com Antônio Calmon. E mesmo não fazendo parte do núcleo de personagens vampirescos da novela, a atriz acha válida a temática sobrenatural que o autor pretende explorar em O Beijo do Vampiro, a exemplo do que já tinha feito em Vamp. "Em novela, é muito difícil lidar só com o real. Acho que quando parte para algo fora do cotidiano é sempre bem-vindo. É interessante brincar com o imaginário e com esse lado lúdico", enaltece a atriz, sem esconder a vontade que tinha em fazer um morto-vivo. "Queria que ela virasse uma vampira. É o grande lance da novela. E, num certo sentido da personalidade da Marta, ela é uma espécie de vampira também", acredita a atriz. Se Marta vai ser mordida ou não por vampiros, Júlia ainda não sabe. Certo mesmo é que ela vai voltar a trabalhar com o marido, o ator Alexandre Borges. Os dois já haviam contracenado em Zazá, de Lauro César Muniz, e na trilogia da série Mangueira: Amor À Primeira Vista, exibida pelo canal por assinatura Multishow, da Globosat. Passar texto em casa e trocar idéias sobre os personagens, porém, não é o principal benefício em trabalhar ao lado do marido. "O que ajuda é a certeza de começar e acabar um trabalho juntos. Só assim temos a perspectiva de tirar férias juntos também", ressalta. Leia mais:
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Fernando Miragaya
TV Press
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