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Gravar O Beijo do Vampiro é teste de paciência para atores

Sexta, 23 de agosto de 2002, 18h06

Jorge Rodrigues Jorge
Carta Z Notícias

Ambiente enfumaçado, figurinos pesados, efeitos especiais que transformam personagens em pó, duelos cuidadosamente coreografados. O clima de ação e as cenas ambientadas no Século XIII transformam os bastidores de O Beijo do Vampiro, próxima novela das sete, num teste de paciência para os atores e produtores. As gravações se estendem bem mais que de costume, assim como a preparação de cenários, figurinos e maquiagem. "Já li um livro e meio, atualizei minha agenda e estou decorando os textos da semana que vem", conformava-se Flávia Alessandra, à espera da cena em que a Princesa Cecília, sua personagem, conhece o vampiro Bóris, interpretado por Tarcísio Meira.

A cena é uma das primeiras da trama de Antônio Calmon, que tem estréia prevista para o dia 26 de agosto na Globo e direção geral de Marcos Paulo. Num baile medieval, a princesa dança com o Conde Rogério, com quem está prestes a se casar, quando o guerreiro Bóris, já então um vampiro, resolve tomá-la para si. Ele "pede" a Rogério, vivido por Thiago Lacerda, que lhe conceda uma dança com a princesa. Após uma ameaça de enfrentamento, vence a figura imponente e cheia de super poderes de Bóris. Para Tarcísio Meira, o mais difícil foi conduzir Flávia vestido com a armadura que usa para compor Bóris. O acessório pesa sete quilos e limita bastante os movimentos do ator. "Eu fico uma figura realmente impressionante, mas não consigo me movimentar direito", afirma Tarcísio, dividido.

Além dos quentes e pesados figurinos, os atores tiveram de enfrentar a fumaça de cerca de 250 velas e 20 tochas a gás, que conferiam um ar sombrio ao cenário. Equipe técnica e atores fora de cena usavam máscaras para suportar horas a fio no ambiente. O incômodo acessório tornou-se motivo de brincadeira. "Estas máscaras evitam que a gente coma as guloseimas do cenário", garantia Thiago Lacerda, referindo-se a uma farta mesa decorada com frutas. Se fosse esta a intenção, o artifício teria ficado a dever. Isso porque Eduardo Conde, que interpreta o Rei Dagoberto, pai de Cecília, chegou direto de São Paulo para o estúdio e não resistiu aos saborosos elementos de cena. "Já comi todas as cerejas do cenário", divertia-se ele no intervalo, enquanto finalmente conseguia almoçar.

As gravações da época medieval da novela terminam esta semana e vão deixar lembranças. Como o acidente em que Tarcísio foi ferido no rosto, durante um duelo com Thiago Lacerda. O ator e diretor Gaspar Filho, responsável pela preparação do elenco para as cenas de esgrima, lembra que houve um mês de treinamentos e "workshops", e que Thiago foi um dos mais aplicados. "O acidente aconteceu por uma empolgação dos dois", avalia. As extenuantes seqüências para inclusão dos efeitos especiais também já são lembradas com saudades. "Para nós é novidade fazer uma novela com esta super produção de efeitos", derrama-se Flávia Alessandra.

É sobre a personagem de Flávia que se desenvolve a trama atual de O Beijo do Vampiro. Ela interpreta Lívia, reencarnação da eterna paixão de Bóris. Pacata dona de casa, Lívia é casada com o corretor Beto, interpretado por Thiago Lacerda, com quem tem três filhos. Só que um dos meninos será, na verdade, filho de Bóris, culpado pela morte do suposto pai no passado e no presente. Zeca, interpretado por Kayke Britto, é fascinado por histórias de vampiros. É ele, inclusive, quem narra as passagens medievais da trama.

No presente, a novela se passa na fictícia cidade de Maramores, para onde Lívia se muda depois de ficar viúva. Lá, Bóris é Pivomar, poderoso homem de negócios que edita revistinhas sobre vampiros. Durante a noite, no entanto, ele, a poderosa Mina, interpretada por Cláudia Raia, e o casal Victor e Lara, vivido por Gabriel Braga Nunes e Deborah Secco, perseguem todos os pescoços apetitosos da vizinhança. No meio do conflito entre humanos e vampiros, Lívia terá de lutar para salvar o filho de seu cruel destino. Ao completar 13 anos, o menino deve se tornar uma verdadeira cópia do pai, com direito a dentes afiados e gosto de sangue na boca. E os super poderes do garoto atraem a fúria da ambiciosa Mina, que vai fazer de tudo para destruí-lo.

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Renata Petrocelli
TV Press

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