Sábado, 24 de agosto de 2002, 15h51
A novela O Beijo do Vampiro inaugura uma nova parceria na tevê brasileira. O autor Antônio Calmon e o diretor Marcos Paulo nunca trabalharam juntos. O primeiro se autodenomina o "coração" da dupla e o segundo, o cérebro. "Ele diz que é bom eu ter os pés no chão porque, quando ele voa demais, eu o trago de volta à realidade", diverte-se Marcos Paulo. O diretor garante que recebeu "carta branca" do autor para promover alterações no texto. Foi ele que sugeriu, por exemplo, a criação de um código de ética para os vampiros das sete. "Há crianças, mas há também velhinhos na frente da tevê. A faixa das sete abrange todos os tipos de público", justifica o diretor. Enquanto Marcos Paulo dirige de 20 a 30 cenas por dia, Antônio Calmon costuma acordar às 5:30 h para escrever O Beijo do Vampiro. "Não sou tão gótico ou excêntrico quanto as pessoas imaginam. No máximo, sou meio misantropo", define-se. Das 5:30 h, Calmon escreve até o horário do almoço, quando dá uma pequena pausa. Em seguida, retoma o trabalho até o início da noite. Antes de dormir, gosta de assistir a vídeos no telão. Nos últimos meses, tem visto e revisto alguns clássicos do gênero do terror. O filme predileto do autor é A Dança dos Vampiros, de Roman Polanski. "É um dos filmes que mais me influenciou e acredito que a outros autores também", admite Calmon. Caça e caçador Todo Drácula que se preza pede um Van Helsing de respeito. Nos anos 50 e 60, Christopher Lee e Peter Cushing contracenaram em diversos filmes do gênero, como O Vampiro da Noite e As Noivas de Drácula, ambos de Terence Fisher. Em O Beijo do Vampiro, a dupla vai ser interpretada por Tarcísio Meira e Luiz Gustavo. "O Bóris é diferente de tudo que venho fazendo na tevê. Sempre haverá bons papéis para que eu possa fazê-los", elogia Tarcísio, que trabalhou com Calmon em Uma Anjo Caiu do Céu. Já Luiz Gustavo não fazia novelas desde O Mapa da Mina, de Cassiano Gabus Mendes, de 92. Nos últimos seis anos, ele se dedicou integralmente ao Vavá de Sai de Baixo. Para compor o atrapalhado Galileu, Luiz Gustavo recorreu ao mesmo método que utilizou com o Mário Fofoca, de Elas por Elas, ou o Victor Valentim, de Ti-Ti-Ti. Ele cria o personagem e, em seguida, o apresenta às crianças do condomínio em que mora em Itatiba, no interior de São Paulo. Enquanto a garotada não cai na gargalhada, não se dá por satisfeito. "Não tenho a menor dúvida de que o Galileu vai fazer sucesso. Quando a garotada acha graça, não tem erro", enfatiza. Mesmo assim, Luiz Gustavo confessa que, depois de tanto tempo sem fazer novela, anda "meio pesado, fora de forma". "Estou me sentindo um elefante. Mas esse Dumbo ainda vai voar!", promete. Veja também: » Especial sobre a novela
|
André Bernardo / TV Press
mais notícias
|