Apesar da ausência de um memorial em honra à mulher conhecida como a princesa do povo, turistas continuam a lotar a entrada do túnel parisiense em que Diana morreu, cinco anos atrás, num acidente de carro. Na tarde de quinta-feira, visitantes estrangeiros passavam em fila diante do monumento Chama da Liberdade que se ergue sobre o túnel Pont de l'Alma, onde, em 31 de agosto de 1997, morreram a princesa britânica, seu companheiro, Dodi Al Fayed, e o motorista Henri Paul.
Nos anos que se seguiram à morte de Diana, a réplica da tocha da Estátua da Liberdade virou ponto de encontro para pessoas que vinham homenagear a princesa, cobrindo o monumento com flores e grafitagens.
Agora a prefeitura limpou o local e o cercou de barreiras que mantêm os turistas a uma distância segura - e impessoal.
A inglesa Sandra Mason, 36 anos, que tirava fotos da chama dourada, ainda se recorda muito bem da manhã em que ouviu a notícia da morte de Diana.
"Eu não conseguia parar de chorar", conta. "Mesmo sabendo que ela não era francesa, seria simpático se houvesse algum tipo de memorial para ela".
Apesar do interesse dos turistas, a prefeitura parisiense quer distanciar-se das lembranças do sinistro acidente, desistindo dos planos de dar o nome de Diana a uma rua ou praça e justifica a decisão dizendo que a família real britânica é contra a idéia.
Nem a prefeitura parisiense, nem a embaixada britânica em Paris planeja qualquer evento especial para lembrar o aniversário da morte da princesa, que cai neste sábado.
O silêncio vem sendo tão ensurdecedor que alguns jornalistas franceses especularam sobre uma possível conspiração por parte do establishment britânico para revogar os planos que sua arqui-rival, a França, teria de erguer um memorial à princesa.
Com ou sem conspiração, o fato é que a Câmara dos Vereadores da cidade quer minimizar a importância do único tributo oficial que fez a Diana: uma placa na entrada de uma horta usada para ensinar às crianças sobre a importância do meio ambiente.
"É uma dedicatória, como o tipo de dedicatória que se vê no início de um livro", disse Beatrice Annic, que dirige a horta, no bairro central do Marais.
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