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"É uma das coisas mais difíceis que já fiz", diz Milton Neves sobre Roleta Russa

Terça, 22 de outubro de 2002, 15h52

O apresentador Milton Neves
Foto: Alexandre Tahira/Terra

O apresentador Milton Neves, de 51 anos de idade e 36 de profissão afirmou que o game show Roleta Russa é uma das coisas "mais difíceis" que já fez em sua vida. "Vocês não tem idéia da complexidade do programa. Eu sou um ser de rádio, estou há apenas três anos na televisão e isso é um grande desafio para mim", explicou.

Roleta Russa estréia na Record no dia 31 de outubro, às 21h como fruto de uma parceria entre a emissora e o Sony Pictures Television International. A atração testa os conhecimentos gerais de cinco candidatos, que se desafiam em repetidas rodadas de morte súbita. Uma resposta errada faz com que o jogador perca todo seu dinheiro e puxe uma alavanca que controla a roleta.

Caso o competidor tenha sorte, a roleta para num compartimento azul sólido e ele continua no jogo. Caso contrário, o chão se abre e o participante cai em um buraco. A produção faz segredo sobre o que existe exatamente nesse fosso para não "tirar a emoção do programa", mas o apresentador aproveita para brincar. "Tem gente que grita horrores quando cai, no começo eu não aguentava e começava a rir, mas agora eu me tornei um homem durão. Digo que tem lanças e jacarés para apavorar mais", disse Milton Neves.

Um medidor vai checar constantemente o ritmo cardíaco do jogador, que poderá levar até R$ 500 mil se passar pelas quatro rodadas (cada uma com até oito minutos de duração). A atração já estreou em nove países e é primeiro lugar na Grécia, Rússia e Hong Kong. A direção é de Wanderley Villa Nova e a coordenação de Flávia da Matta.

Tão entusiasmado quanto os futuros participantes está o apresentador Milton Neves. Ele, que já comanda o Terceiro Tempo e o Debate Bola na Record, comemora o comando de um programa diferente e reclama de discriminação por ser do meio esportivo. "Eu tenho 100% da minha imagem ligada ao futebol. Sinto um certo patrulhamento, parece que olham a gente como alienado, acham que só sabemos o que é impedimento, pênalti e esquecem que muita gente boa saiu da crônica esportiva, como o Boris Casoy, o Joelmir Beting e o José Luis Datena. Eu encaro o Roleta como um upgrade na minha carreira", afirmou.

Realista, ele sabe que o tipo de programa que irá apresentar certamente resultará em comparações com o Show do Milhão de Silvio Santos e não poupa elogios ao concorrente. "Qualquer comparação entre Silvio Santos e qualquer outro apresentador é desumana. Eu costumo dizer que nosso talento é 100% equivalente. O dele equivale a 99,5% e o meu a 0,5%", diz modesto.

No entanto a competição com o SBT não o apavora, pois ele acha que os estilos são bem diferentes. "O Silvio é aquela coisa do homem-sorriso, da brincadeira. Eu não, eu sou carrancudo, até porque o programa pede. Eu digo para a pessoa que ela vai errar e vai cair no buraco, fico apavorando", diz o apresentador que pretende abusar do humor negro no Roleta.

Daniela Salú
Redação Terra

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