Ao contrário do que a lógica faria supor, escrever uma minissérie em parceria significa trabalho dobrado. Pelo menos para Maria Adelaide Amaral e Walter Negrão, autores de A Casa das Sete Mulheres. Perfeccionistas, são capazes de reescrever a mesma cena várias vezes até se darem por satisfeitos. Para completar, o diretor Jayme Monjardim acompanha de perto o trabalho dos autores. Mesmo assim, os três garantem que cada um sabe exatamente onde termina a responsabilidade de um e começa a do outro. "A gente se respeita muito. E, graças a Deus, nenhum de nós tem problema de ego", explica Maria Adelaide. "Eu, por exemplo, sou muito humilde. E me orgulho muito da minha humildade", brinca Negrão.
Como fica a divisão de tarefas entre vocês?
Negrão - Entre eu e a Adelaide a divisão é simples. A gente se reúne, joga na mesa todas as idéias. Eu faço o roteiro, a escaleta do capítulo. Ela dá uma mexidinha, divide as cenas. Depois a gente troca cenas pela Internet e a Adelaide faz a edição final do capítulo.
Adelaide - Aí a gente lê e acha que está tudo ruim!
Negrão - Então, fazemos os ajustes. Essa é a vantagem de uma minissérie. Dá tempo de aprimorar.
E como é a interação com o diretor?
Jayme - Estamos sempre conversando. Até porque acompanhamos a adaptação de A Casa... desde o início. Mas não me intrometo no roteiro. O talento de escrever é deles! Só precisamos trabalhar em sintonia.
O fato de a minissérie estrear em janeiro preocupa?
Adelaide - Isso nunca nos apavorou. A Muralha também estreou nessa época e foi o maior fenômeno de audiência dos últimos anos, entre as minisséries. As pessoas estão de férias, mas não desligam a tevê de noite.
Jayme - O verão é um período tradicionalmente dedicado às minisséries e isso é bom. Agora, já tivemos grandes sucessos e grandes fracassos depois das 23h. Principalmente quanto empurram a grade pela madrugada a dentro.
Negrão - Mas se a minissérie for boa, as pessoas esperam...
Vocês encontraram dificuldades na pesquisa de época?
Adelaide - Não. Por incrível que pareça, tudo veio a nós de uma tão extraordinariamente mágica que acho que essa história foi predestinada.
E como foi a seleção do elenco?
Negrão - Essa parte ficou com o Jayme. Nós até trocamos umas idéias. Mas é ele quem deve escolher com quem vai trabalhar. Não interferimos e só nos reservamos o poder de veto.
Adelaide - Mas também não vetamos ninguém. Todas as sugestões dele eram perfeitas!
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