Terça, 11 de fevereiro de 2003, 07h46
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Os protagonistas Reynaldo Gianecchinni e Priscila Fantin
Foto: Divulgação
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» Vote e escolha os melhores momentos de Esperança!Ao deixar a novela Esperança, pouco antes de seu fim, Raul Cortez definiu em poucas palavras o seu balanço sobre a trama. Para ele, os atores foram os grandes responsáveis por manter o interesse do público pela história. Ao lado da produção sempre impecável da Globo, principalmente tratando-se de novelas de época, as performances de gente como Raul Cortez (Genaro), Otávio Augusto (Manolo), Paulo Goulart (Farina), Regina Maria Dourado (Mariusa) ou Laura Cardoso (Madalena), ao lado de surpresas como Reynaldo Gianecchinni (Toni), Giselle Itié (Eulália), Ana Paula Arósio (Camille), Nuno Lopes (José Manuel) e Emilio Orciollo Netto (Marcello), entre outros, evitaram que a novela naufragasse tragicamente. Ainda assim, a co-irmã de Terra Nostra ficou devendo muito. Depois do sucesso de público de O Clone, de Gloria Perez, a novela de Benedito Ruy Barbosa não alcançou o mesmo Ibope, de mais de 40 pontos, e termina antes do previsto. Pior para Manoel Carlos, da próxima Mulheres Apaixonadas, que teve que correr para entregar os capítulos iniciais da novela. Esperança perdeu o rumo pelo caminho. O autor Benedito Ruy Barbosa teve problemas de saúde, o que causou grandes atrasos nos capítulos. Durante muito tempo, os atores recebiam os textos na véspera das gravações, e tinham que se virar para decorá-los. A situação chegou a um nível tão insustentável, que o autor Walcyr Carrasco foi escalado para substituir Benedito. A troca causou um tremendo mal-estar, já que Benedito esperava que Carrasco lhe submetesse os capítulos para aprovação antes de entregá-los à direção, o que não aconteceu. Ao contrário, Walcyr Carrasco criou novos personagens e fez uma verdadeira revira-volta na novela. Quem assistiu aos primeiros capítulos de Esperança e, por algum motivo, deixou de assistir, não reconheceria quase nada se visse os capítulos finais. Vários atores, como Eva Wilma, Walmor Chagas, Cláudio Correa e Castro, Antônio Fagundes, Fernanda Montenegro e Raul Cortez deixaram trama. Por outro lado, vieram novos atores, como Jackson Antunes, Marcos Palmeira, Jussara Freire, Luciana Braga, Paulo Ricardo, John Herbert e Osmar Prado. Fora os que apenas "passaram", como José Mayer e Nair Bello. Isso tudo em uma história de temporalidade linear, onde não houve o famoso "anos depois". Mas ainda mais estranhas foram as mudanças que sofreram alguns personagens, como Malu, a ruiva que ficou com a gerência do bordel, interpretada por Tatianna Monteiro, a própria Justine, de Gabriela Duarte, Maurício, de Ranieri Gonzalez e até o protagonista Tony. Sem falar, é claro, de Lúcia Veríssimo, cuja personagem Francisca saltou da mais odiada vilã a mais doce mãe de família. Claro que deixar de lado o velho maniqueísmo do bom/mau é sempre bem-vindo, mas o excesso de mudanças, tanto dos personagens como das relações entre eles, acabou por descaracterizar a novela. Com tudo isso, a conclusão é que Raul Cortez está certo: os atores de Esperança - assim como a direção de Walcyr Carrasco - foram os grandes responsáveis por manter o rumo de um barco sem capitão. Leia mais: » Crônica: Esperança chega ao fim como fiasco à italiana » Saiba como foi o lançamento de Esperança
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Aniella Vaz / Redação Terra
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