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Famosos e políticos participam de ato pela paz em São Paulo

Domingo, 30 de março de 2003, 19h42

Maria Fernanda participou do ato
pela paz (Foto: Rogério Lorenzoni)

» Veja galeria de fotos do ato pela paz em São Paulo

Um ato pela paz reuniu neste sábado famosos e integrantes do primeiro escalão do governo brasileiro e do PT no Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital paulista, onde uma multidão de cerca de dez mil pessoas protestou contra a guerra no Iraque.

"A paz é algo que está no código genético do brasileiro, no coração do brasileiro. Fazemos votos de que a guerra acabe o mais breve possível para que todo mundo esteja livre logo dessa violência", disse o ministro da Cultura, Gilberto Gil, que foi a grande estrela do protesto, cantando para o público.

Estiveram presentes também os ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e da Segurança Alimentar, José Graziano, além do presidente nacional do PT, José Genoino, e da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy.

Gil subiu ao palco vestido de branco e com apenas um violão. Pombas brancas foram soltas quando ele tocou as primeiras notas de um de seus maiores sucessos, A Paz.

O protesto pacífico foi organizado pelo Comitê São Paulo Contra a Guerra, que distribuiu um manifesto criticando a atuação das "tropas agressoras".

No manifesto, o comitê ressaltou que a invasão do Iraque foi motivada por interesses financeiros nos poços de petróleo existentes naquele país. Segundo o comitê, "o que traz um pouco de conforto" é a realização constante de manifestações mundiais pela paz. "Essa consciência coletiva é o que nos move para continuar lutando", diz o manifesto.

Após a apresentação, o ministro da Cultura declarou que o prolongamento da guerra provocará uma queda no apoio popular que o presidente dos EUA, George W. Bush, tem em seu próprio país.

"Na medida que a guerra continue com vítimas e violência programada contra os iraquianos, o apoio ao presidente tende a cair dentro dos EUA", disse Gil. "No resto do mundo, nem se fala. As pessoas vão estar cada vez mais envolvidas para que esta guerra chegue ao fim, porque a sociedade moderna é uma sociedade plugada com as transformações que o mundo vive", afirmou.

O Brasil, segundo Gil, não foge a regra no sentimento de repúdio que toma conta de todos os povos.

O presidente nacional do PT, José Genoino, afirmou que o ato deste sábado foi uma mistura de política com arte porque "a música simboliza a luta pela paz".

A prefeita Marta Suplicy lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se manifestado de forma muito clara contra a guerra e pelo fim do conflito.

Vaiada pelo público por causa do descontentamento com a cobrança de novas taxas municipais, Marta subiu o tom da voz e não deixou que a reação negativa da platéia ofuscasse seu discurso contra a guerra.

"Ninguém tem simpatia pelo ditador Saddam Hussein, mas somos absolutamente contra a desgraça que tem sido a guerra e condenamos veementemente o ataque armado sem autorização do Conselho de Segurança da ONU. Lamento a predominância da força bélica sobre a união daqueles que querem a paz", afirmou a prefeita.

Reuters

            

 
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