Quarta, 16 de abril de 2003, 07h24
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O Clone obteve a maior audiência global dos últimos anos.
Foto: Divulgação
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» Veja as fotos! Um amor impossÃvel, muitos encontros e desencontros, histórias paralelas - de preferência, envolvendo drogas e confusões familiares -, núcleos com personagens populares... e pronto! Está descoberta a fórmula do sucesso para as novelas globais. Certo? Nem sempre. Foi assim com O Clone, escrita por Glória Perez e exibida de outubro de 2001 a junho de 2002. O amor impossÃvel estava lá, envolvendo a muçulmana Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo BenÃcio). Mel, personagem de Débora Falabella, trouxe à tona a discussão sobre o mal causado pelas drogas. O universo popularesco do Bar da Dona Jura levava para a trama os mais variados convidados do mundo artÃstico e afins. O resultado foi a maior audiência global dos últimos anos, alcançando, em média, 47 pontos no Ibope, o que corresponde a mais de 2 milhões de TVs ligadas na Grande São Paulo. O último capÃtulo, exibido no dia 14 de junho do ano passado, alcançou a incrÃvel marca de 62 pontos médios de audiência cerca de 3 milhões de TVs ligadas em São Paulo), com pico de 68. Desde o começo, O Clone já agradou: os 200 primeiros capÃtulos já somava mais pontos que suas antecessoras em cinco anos (46 pontos, contra 45 de Laços de FamÃlia, de Manoel Carlos, e 44 de Terra Nostra, de Benedito Ruy Barbosa, e Porto dos Milagres, de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares). Mas a fórmula, que parece fechada e de fácil deciframento por parte dos autores, nem sempre dá certo. Sabor da Paixão, escrita por Ana Maria Moretzsohn, acabou em março desse ano amargando a menor audiência da Rede Globo nos últimos dois anos. A novela, estrelada por LetÃcia Spiller, Marcelo Serrado e Luigi Baricelli, tinha todos os ingredientes de um bom folhetim e a experiência da autora no horário das seis. No entanto, só alcançou a audiência média de 24 pontos. Sabor da Paixão "roubou" o trono do fracasso, que antes era ocupado por A Padroeira, de Mário Teixeira e Walcyr Carrasco, também exibida no horário das seis, de junho de 2001 a fevereiro de 2002. A trama girava em torno do amor impossÃvel entre Valentim (Luigi Baricelli) e CecÃlia (Deborah Secco), no século 18. Nem mesmo o amor impossÃvel salvou a novela de chegar a apenas 26 pontos médios, o que só não é mais grave por se tratar do horário de novelas menos assistido na Globo. Apesar de curta (apenas três meses de duração, previstos antes da estréia), Estrela Guia, de Ana Maria Moretzsohn, chegou a 30,9 pontos médios no horário das seis. O alto Ãndice pode ser explicado pelo "atrativo" a mais que a novela oferecia: Sandy, musa dos adolescentes, vivia a sua estréia na televisão como atriz. Para completar, a cantora era Cristal, a "mocinha" de uma comunidade hippie, predestinada a viver um romance com seu padrinho Tony (Guilherme Fontes). Campeão de audiência Manoel Carlos, autor de Mulheres Apaixonadas, atualmente no ar, já viveu a experiência de ser um campeão de audiência. Em 2000, os dramas de Laços de FamÃlia pararam o Brasil e a novela chegou a alcançar 45 pontos médios. A trama também proporcionou à Globo seu maior pico de audiência naquele ano. No capÃtulo em que Camila, personagem de Carolina Dieckmann, teve seu cabelo raspado por causa do tratamento contra a leucemia, exibido em 11 de dezembro, 79% dos televisores ligados do paÃs estavam sintonizados na novela. Se a estréia de Reynaldo Giannechini - em Laços de FamÃlia - foi um sucesso, o mesmo não se pode dizer do seu mais recente trabalho na TV. Esperança decepcionou tanto, que chegou a trocar de autor no meio do caminho - Benedito Ruy Barbosa saiu para que Walcyr Carrasco assumisse a criação - , inverteu o caráter de vários personagens e passou a apostar em flash-backs para preencher o horário. Tudo isso foi resultado da fraca marca de 38 pontos médios. Para o "horário nobre", essa audiência foi a pior dos últimos anos na Globo. Para ser ter uma idéia, a audiência de Esperança empatou tecnicamente com a de Uga Uga. Escrita por Carlos Lombardi, a novela alcançou 37,9 pontos de audiência no horário das sete, explorando atrativos disponÃveis no elenco. Os personagens de Marcos Pasquim, Cláudio Heinrich, Mateus Rocha e Marcelo Novaes, por exemplo, raramente usavam camisa.
Fernanda Castello Branco/Redação Terra
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