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Morre o dramaturgo Mauro Rasi

Terça, 22 de abril de 2003, 15h10

Uma das paixões de Mauro Rasi
eram seus gatos (AJB)

» Leia a entrevista de Mauro Rasi à IstoÉ, em 2000

Morreu nesta terça-feira (22), aos 52 anos, o dramaturgo paulista Mauro Rasi, em sua residência, no Leblon, Rio de Janeiro. O comediante vinha se tratando nos últimos 4 de câncer no pulmão.

Rasi se tornou um dos mais atuantes autores das décadas de 80 e 90, com mais de 20 peças escritas. Entre elas estão A Cerimônia do Adeus, A Estrela do Lar, Viagem a Forly, Ladies na Madrugada, O Baile de Máscaras, O Crime do Doutor Alvarenga, Pérola, A Dama do Cerrado e Alta Sociedade.

Rasi sempre sonhou em repetir na televisão o sucesso que obteve nos palcos. Na tevê, escreveu para programas Armação Ilimitada e TV Pirata.

No teatro, ele foi contemplado com 11 prêmios. Um dos últimos trabalhos de Rasi, Batalha de Arroz num Ringue para Dois, está em cartaz no Rio de Janeiro. A peça é encenada pelos atores Cláudia Jimenez e Miguel Falabella. O estado debilitado de saúde do dramaturgo, que piorou rapidamente desde fevereiro deste ano, fez com que ele se afastasse dos trabalhos.

Rasi freqüentou aulas no Conservatório de Paris e se formou pianista. Aos 13 anos, participou de um concurso de teatro com a peça Duelo do caos morto. Antônio Abujamra assistiu ao espetáculo e o incentivou a escrever.

O carinho e a atenção que ele dedicava às pessoas ao seu redor eram perceptíveis por aqueles que o conheciam. "Sabe aquela pessoa que chega no final da sua festa de aniversário e pede licença para levar uns docinhos para o motorista? Então, o Mauro Rasi era assim, um doce de pessoa", afirmou a atriz Cláudia Jimenez à Globonews.

Sua relação com a família também era muito forte. A produtora de Rasi, Nathália Rasi Baptista, é sua sobrinha. Dinéia, irmã com quem Mauro era muito apegado, está no Rio de Janeio desde que seu estado de saúde se agravou. "No estilo dele, irreverente, inteligente, a relação com a família era muito boa", confirma o cunhado Ubirajara Baptista.

Era ainda em seus parentes que ele se inspirava para criar vários de seus trabalhos, especialmente nas mulheres. Sua mãe, já falecida, foi homenageada na peça Pérola. Suas tias e toda a cultura de sua família de Bauru, no interior de São Paulo, ajudaram-no a criar personagens e cenas, arrancando gargalhadas do público. "É verdade, teve várias cenas que ele fez se inspirando na gente", lembra, rindo, sua tia Irene Rasi, que ainda vive em Bauru.

O corpo do dramaturgo será velado na quarta-feira, a partir das 8 horas, no Cemitério dos Ingleses, no Rio de Janeiro. O enterro será no mesmo cemitério, às 12 horas.

Redação Terra

            

 
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