Atualizada às 14h10
» Veja as fotos do velórioCelebridades prestaram solidariedade à família do dramaturgo paulista Mauro Rasi, morto ontem (22) em sua residência, no Leblon, onde morou durante 26 anos. O sepultamento de Rasi aconteceu por volta das 12h10 com segurança reforçada, já que o Cemitério dos Ingleses estava fechado por causa da onda de violência pela qual passa o Rio de Janeiro.
Vários policiais militares circularam entre as lápides fortemente armados para garantir a segurança dos famosos que foram dar adeus ao dramaturgo, que há quatro anos, vinha se tratando de um câncer no pulmão.
Diversos amigos estiveram no velório, como o ator Marcos Frota, Agnaldo Timóteo, Alex Sales, Vera Loyola, Nathalia Timberg, Tereza Seiblitz, Antonio Pitanga, Sérgio Mamberti, Paulo Betti, Paulo Goulart, Nicette Bruno, Claudia Jimenez, Vera Holtz, Debora Bloch, Luciana Braga, entre outros. "O Mauro foi o grande marco do teatro brasileiro nos anos 80, sendo o responsável pela criação do gênero besteirol", disse Jimenez a repórteres durante o velório.
Nascido em Bauru, no interior de São Paulo, Rasi estreou no teatro como autor e diretor aos 13 anos de idade. Ele se tornou um dos mais atuantes autores das décadas de 80 e 90, com mais de 20 peças escritas e 11 prêmios. Entre elas A Cerimônia do Adeus, A Estrela do Lar, Viagem a Forly, Ladies na Madrugada, O Baile de Máscaras, O Crime do Doutor Alvarenga, Pérola, A Dama do Cerrado e Alta Sociedade.
Pérola foi um de seus maiores sucessos. A peça, em que Rasi homenageia sua mãe, ganhou seis prêmios Sharp e ficou em cartaz durante cinco anos.
Em homenagem a Rasi, o prefeito de Bauru, Nilson Costa, decretou luto oficial de três dias em todo o Município pela morte do dramaturgo. Costa justificou a decisão definindo Rasi como "um grande intelectual". "Ele foi um dos bauruenses que mais projetaram positivamente o nome de Bauru no Brasil e até internacionalmente. Esta homenagem é o mínimo que a nossa população pode fazer a um filho tão ilustre desta terra".
Rasi era também cronistas do jornal O Globo. Com seu humor, conquistou fãs e desafetos - o mais recente deles foi a governadora do Rio, Rosinha Matheus, que ameaçou processá-lo por suas ironias.
Em sua última coluna, intitulada Onde anda Saddam Hussein?, Rasi satirizou a guerra no Iraque e levantou a hipótese do ex-líder iraquiano estar escondido no Brasil.
Mauro Rasi também atuou como cronista no programa Fantástico e fez parte do grupo de roteiristas do humorístico Sai de Baixo, ambos da Rede Globo.
Teatro – Mauro Rasi fez 16 peças de teatro
* A Massagem (1972)
* Ladies da Madrugada (1974)
* As Mil e Uma Encarnações de Pompeu Lorêdo (1980)
* Batalha de Arroz num Ringue para Dois (1984)
* Pedra, a Tragédia (1986)
* A Cerimônia do Adeus (1987)
* A Estrela do Lar (1989)
* Baile de Máscaras (1992)
* Viagem a Forli (1993)
* Pérola (1994)
* 5x Comédia (1995)
* As Tias do Mauro Rasi (1996)
* A Dama do Cerrado (1996)
* O Crime do Dr. Alvarenga (1999)
* Alta Sociedade (2001)
* A Mente Capta
Televisão
* Armação Ilimitada
* TV Pirata
* Sai de Baixo
Livros publicados
* A Alegria
* Pérola
* Trilogia
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