Desde que aceitou o convite para interpretar a Helena, de Mulheres Apaixonadas, Christiane Torloni sabia que não se tratava de uma protagonista convencional. Em parte, por conta de suas atitudes com relação ao fim do casamento e à tentativa de retomada do relacionamento com César, personagem de José Mayer. Mas, sobretudo, pelo caráter da construção da própria história. Pela primeira vez num trabalho de Manoel Carlos, o eixo central não é uma trama ligada apenas à protagonista, mas um elemento comum a diversas mulheres da novela. E a atriz adorou a idéia. "Fazer uma protagonista assim é não ter a certeza de que o foco vai estar em cima de mim o tempo todo. E isso é excelente, evita a acomodação. As histórias vão ganhando destaque à medida em que os atores fazem bem o seu trabalho. Isso inclui o meu trabalho também", avalia.
Por isso, Christiane não estranhou quando a personagem passou diversos capítulos fazendo papel de coadjuvante em problemas como o alcoolismo de Santana, vivida por Vera Holtz, ou o ciúme doentio de Heloísa, interpretada por Giulia Gam. "O Maneco avisou que, nesta novela, todos teriam seus dias de protagonistas, coadjuvantes e, até, figurantes", diverte-se a atriz.