Boninho diz que O Jogo é diferente de tudo na TV
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Boninho, o diretor de O Jogo Foto: Divulgação TV Globo |
Num passado não muito distante, Boninho já dirigiu os mais variados programas na Globo. De infantis, como o TV Colosso, a de auditórios, como o TV Zona. Mas, desde que No Limite ultrapassou a casa dos 50 pontos, Boninho virou o "Mr. Reality-Show".
A partir da terça, dia 27, o também diretor de Hipertensão e Big Brother Brasil estréia o mais novo exemplar do gênero, O Jogo, que mistura "reality-show" com ficção policial. "A fórmula está longe de se esgotar. Afinal, ela vem dando certo desde o começo. Só que ninguém acreditou...", desdenha.
Inspirado em Murder in a Small Town X, da Fox, O Jogo vai ser ambientado em Laguna, Santa Catarina. Lá, 12 competidores vão desvendar um crime fictício a partir das pistas dadas pelo próprio assassino. Para tanto, 12 atores, todos desconhecidos do público, vão se misturar à população local como "suspeitos".
A cada semana, dois "investigadores" vão ser escolhidos para seguir novas pistas. Uma delas vai provar a inocência de um dos suspeitos e a outra, levar o participante à eliminação. "Os dois vão ser levados para lugares ermos, assustadores. Eu não queria estar na pele deles", atiça.
O novo "reality-show" da Globo vai ser apresentado por Zeca Camargo e dividido em 10 episódios semanais. O primeiro vai mostrar o crime, roteirizado pelo autor Ronaldo Santos, e a chegada dos "investigadores" à fictícia Vila de Santo Antônio.
Para evitar rumores de que as eliminações não são confiáveis, Boninho gravou o nome do assassino em um CD-Rom e o guardou no cofre de uma empresa de segurança. "O último bloco do último episódio vai ser o único ao vivo. Neste dia, vou abrir o envelope lacrado para conferir o resultado. Não quero que ninguém diga que ele foi manipulado", garante.
P - Até quando o gênero "reality-show" vai empolgar o telespectador brasileiro?
R - Desde o começo, estava na cara que o "reality-show" veio para ficar. Mas pouca gente acreditou nisso. Perguntar até quando o gênero vai empolgar é o mesmo que perguntar: "Até quando uma novela ou um programa de auditório vão empolgar?". O BBB já está na terceira edição e continua fazendo sucesso. O Jogo é diferente de tudo que já se viu em termos de "reality-show"...
P - Em que O Jogo é diferente de tudo que já se viu?
R - O charme desse produto é que ele mistura "reality-show" com dramaturgia. A história, por exemplo, já foi totalmente escrita em dez capítulos seguindo a linha "quem matou?". Os "investigadores" vão participar dessa história num mundo ficcional que nós criamos especialmente para eles. Embora a imprensa nunca acredite nisso, os participantes não seguem "script", nem são dirigidos por ninguém.
P - Qual foi o critério utilizado na seleção dos "investigadores"?
R - Esse processo de seleção começou há uns oito meses, bem antes do BBB 3. Optamos por um grupo que fosse heterogêneo entre si, mas que tivesse a cara do Brasil. Além disso, eles tinham de ter um certo raciocínio lógico e algum interesse por esse tipo de investigação. Eles vão ter de pensar bastante. Não dava para ser qualquer um... Eles receberam treinamento específico da Academia de Polícia do Rio de Janeiro. Mas é evidente que não tenho a pretensão de transformar ninguém num exímio investigador.
P - Qual é a sua expectativa de audiência para O Jogo?
R - A expectativa de audiência é sempre uma surpresa. Mas não participei da escolha do horário. Essa decisão partiu da Globo. Aliás, não discuto horário. Sou pago para fazer o programa. Quanto ao horário, a Globo é que tem de resolver o melhor dia para exibi-lo.
P - Mas você não se sente cobrado para repetir o sucesso dos "reality-shows" anteriores? O Hipertensão, por exemplo, ficou aquém do esperado...
R - Olha, estou apostando muito no sucesso desse produto. Ele é diferente de tudo que já fiz. Ninguém aqui é maluco de dizer: "Olha, vamos investir nesse produto porque ele não vai dar certo!". Mas trabalho na tevê é feito de erros e acertos. Nunca sei o que vem pela frente.
André Bernardo/TV Press
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