Exclusivo!  Notícias

 Notícias
 Televisão
 Fotos
 Vídeos
 Um dia com...
 Fale com a Gente
 Boletins por E-mail

Entrevista Bianca Rinaldi
"Sofri preconceito quando fui Paquita"

Segunda, 23 de dezembro de 2002, 0h

Foto: Rogério Lorenzoni / TerraBianca Rinaldi fala da ambição de estrelar uma novela na TV Globo, dos projetos no teatro e cinema, dos tempos de paquita e da relação com a apresentadora Xuxa e Letícia Spiller. Leia a seguir a entrevista completa:


CARREIRA E TV GLOBO

Ex-paquita e atriz. Você segue os passos da Letícia Spiller?
Não! Admiro muito a Letícia. Mas não me inspiro nela. Tenho como referência Fernanda Montenegro, como todo mundo. Gosto da trajetória e a paixão que a Fernada tem pela arte, independe de ser cinema ou teatro. Ela gosta do que faz e é o que eu sinto, é a minha verdade.

Qual é a sua ambição profissional?
Quando deixei de ser paquita e resolvi ser atriz minha ambição era ser reconhecida pelo meu trabalho e ter o respeito da classe e do público. Eu já tenho esse reconhecimento. Minha atual ambição é aumentar esse reconhecimento. Vou fazer de tudo para conseguir isso.

Novela na Globo é um caminho para esse reconhecimento? Você fez Malhação e não pensa em voltar?
É claro que eu tenho vontade de fazer novela na Globo. Eu não vou negar. Acho que todo o ator. Mas não depende só de mim. Depende das pessoas darem oportunidade para isso acontecer. Mas a "panelinha" atrapalha. Tem gente que não dá oportunidades porque está acostumada a trabalhar com as mesmas pessoas. Tudo na minha vida foi teste. Eu não tive um padrinho na carreira.

A Letícia Spiller teve um padrinho na carreira?
Eu não posso afirmar nada. Ouvi dizer que sim. A verdade é que seguimos caminhos diferentes. E a comparação é inevitável porque somos as únicas ex-paquitas que sobressaíram.

E você não foi atrás de uma oportunidade?
Para fazer isso eu preciso encerrar meu trabalho no SBT. Só depois, vou ter tempo para saber quem devo procurar. Está tudo mais ou menos encaminhado. O SBT está na quarta novela [Amor e Ódio, Marisol, Pícara Sonhadora e Pequena Travessa]. Eu tive a oportunidade de fazer a Pícara. E percebo como eles melhoraram. E talvez, eles montem um banco de elenco.

Quais foram as melhorias?
A iluminação e o figurino melhoram muito. Hoje, recebemos o roteiro da semana. Em Pícara a Sonhadora, o roteiro saía de um dia para outro. Eles melhoraram também nos horários das gravações que, hoje, evitam furos e atrasos.

Você gosta da novela Pequena Travessa?
Vivo a novela 24 horas. Gosto de fazer os personagens Julia e o Julio ao mesmo tempo. Eu sou louca pelo meu trabalho. Estar atuando é o que eu mais gosto, independentemente de qual seja o trabalho.

Foto: Rogério Lorenzoni / Terra

Então, você não recusa trabalho?
Eu escolho sim os meus trabalhos. Procuro fazer aquilo que me identifico.

E com o que você se identifica em Pequena Travessa?
Estou me divertindo muito fazendo o Julio. Eu tenho liberdade de falar o que tenho vontade. Ele é muito folgado e atrevido. É gostoso poder atuar assim.

Você gosta do texto de uma novela mexicana?
Eu gosto de fazer novela mexicana. O texto muito dramatizado é uma coisa que me incomoda. Eles conseguiram na Pequena Travessa deixar uma linguagem mais atualizada porque as frases são muito poéticas e dramáticas. O lado positivo é a criatividade nas histórias. Não fica só no cotidiano, existem fantasias.

Quais são os seus projetos para depois da novela?
Vou estrear a peça Tudo de Mim no próximo dia 3, no teatro Folha, em São Paulo, com o Petrônio Gontijo. É um espetáculo escrito pra gente. Vamos falar da nossa verdade sobre relacionamento, sinceridade e amor. Assim que terminar as gravações da novela, neste domingo (22), eu começo os ensaios. Pensamos também em adaptar o espetáculo para o cinema.

E qual é essa verdade?
O espetáculo conta a história de duas pessoas diferentes que passam a namorar. E nesse relacionamento - como em todos os outros - as pequenas diferenças são agradáveis no começo, mas depois, se tornam grandes. E nesta correria diária o ser humano esquece de dar importância para as coisas que realmente são boas. O egoísmo, a vaidade e a intolerância acabam gritando mais que o amor.

Foto: Rogério Lorenzoni / Terra Como foi que a televisão entrou na sua vida?
Eu fui paquita por acaso. Quando deixei de trabalhar com a Xuxa, minha vontade era continuar no meio artístico, ter um contato com o público e de alguma maneira tocar na emoção das pessoas. Formei um trio musical com outras duas paquitas e não deu certo. Comecei a fazer cursos de teatro, fiz a oficina na Globo e passei no teste para Malhação. Depois, comecei a fazer teatro e as novelas no SBT.

Você assista à Pequena Travessa?
Quando dá tempo eu vejo. Mas eu não gostava de me ver na televisão, desde Malhação. Eu sempre achei estranho, não gostava da minha voz. Mas eu aprendi desde a Pícara Sonhadora que me vendo eu poderia melhorar. Eu venci essa barreira.

E assistindo às cenas você melhorou?
Sim. Eu aprendi a olhar para a câmera na hora certa e as pausas nas gravações.

E o que você faz nas poucas horas livres?
Cuido dos meus cavalos em Itapecerica da Serra. Eu faço equitação. Eu gosto muito de andar a cavalo.

XUXA E TEMPOS DE PAQUITAS

Você sofreu preconceito por ter sido Paquita?
Sofri. As pessoas têm esse preconceito. E hoje em dia não tem porque ter porque a Letícia Spiller e eu estamos no mercado. Eles permitem que tenha só rostinho bonitinho trabalhando em televisão e teatro. Mas não somos só rostinhos bonitinhos.

O que mais incomoda?
Quando as pessoas dizem "a ex-paquita Bianca Rinaldi" depois de uma série de trabalhos que fiz. A pessoas falam isso de uma maneira ruim porque ter sido paquita foi bom. Eu aprendi muito. E todo mundo elogia o profissionalismo, a disciplina e atenção que eu tenho. Porque a gente fazia tudo no programa. Não era só um rostinho bonitinho.

O que exatamente vocês faziam?
A gente escolhia as crianças paras as brincadeiras, não as deixava chegar perto das câmeras, explicava os jogos, os microfones deveriam estar ligados na Xuxa, ensaiava as músicas, dançava, e arrumava o cenário. Era um trabalho difícil. E isso ninguém vê.

Mas isso não era divulgado na época?
É verdade. Talvez esse tenha sido o erro. O que eu aprendi como paquita influencia no meu trabalho hoje. Às vezes, eu acho que as pessoas não se dão conta do trabalho que têm para fazer. Exemplo: gravei uma cena da Pequena Travessa em que estava com uma caixinha de música na mão. Na cena seguinte, eu fui para o quarto e eles não estavam atentos se eu fui com a caixinha ou deixei onde estava. Essas coisas não podem acontecer. E eu estou atenta a tudo. Porque com a Xuxa eu era atenta a tudo.

E você levava muita bronca na época de paquita?
Ah, a Marlene dava muitas broncas. Mas sempre construtivas. Com as broncas eu aprendi muita coisa.

Você vivia num mundo de fantasia...
A televisão é um mundo de fantasia. É um mundo de sonho. Não é uma realidade. De repente, aos 15 anos, eu estava vivendo um sonho. As pessoas me adoravam e eu não entendi o porquê desta adoração. Eu não estava fazendo nada!. Mas eu curtia. Era a minha casa de brinquedos, mas era um trabalho.

Foto: Rogério Lorenzoni / Terra

E o relacionamento com a Xuxa?
Sempre foi bom. Ela sempre foi exigente no trabalho. E não é à-toa que é a estrela que é.

O lado positivo e negativo de trabalhar com a Xuxa?
O lado positivo é amizade e o conhecimento. O lado negativo foi não ter tido uma preparação para a vida quando deixei de ser paquita, aos 20 anos. Acabou porque a Marlene decidiu que era o momento de trocar as paquitas. Ela não estava mais satisfeita. Foi difícil pra mim porque eu não queria deixar de ser paquita. Foi uma estrutura familiar que me ajudou a superar isso.

E como você vê essa independência da Xuxa, sem Marlene Mattos?
Eu acho que ela foi muito ousada e corajosa. As duas eram como unha e carne. E eu nem sei como ela está hoje. Quando começou a confusão eu deixei uns recados e ela nem retornou. Eu acho que foi difícil para as duas porque não é só o profissionalismo que conta, existe uma amizade.

E você chegou a falar com a Xuxa sobre seu novo trabalho no SBT?
Eu não falei ainda. Mas na época da Pícara a gente se falava bastante. Ela elogiou o meu trabalho. Disse que a Sasha estava gostando.

E como está o relacionamento com as ex-paquitas?
Perdemos o contato. Estou em São Paulo há dois anos. A maioria das meninas mora no Rio de Janeiro.

Confira também:
» Veja as fotos
» Leia a matéria

Alexsandra Bentemüller

mais notícias

 Sites relacionados

 
 » Conheça o Terra em outros países Resolução mínima de 800x600 © Copyright 2003,Terra Networks, S.A Proibida sua reprodução total ou parcial
  Anuncie  | Assine | Central do Assinante | Clube Terra | Fale com o Terra | Aviso Legal | Política de Privacidade