Análise: Art of Rally é carta de amor automobilística
Game combina visual minimalista, desafio e diversão ao volante
Quem curte automobilismo sabe que o rally é uma das categorias mais empolgantes de se assistir, com uma combinação hipnótica de perigo, adrenalina emoldurada por paisagens naturais incríveis. Art of Rally, jogo de corrida do estúdio indie Funskeletor Labs, captura esse sentimento de forma ímpar.
O jogo passa longe de competir com os peso-pesados do gênero, como as franquias Dirt Rally ou WRC Championship, e vai em outra direção: seus cenários e carros são minimalistas, com um traço leve e encantador, para conduzir o jogador por um empolgante passeio pela história do esporte.
Os canadenses da Funskeletor já tinham mostrado seu talento em Absolute Drift, e vão aind amais fundo com Art of Rally, que oferece mecânicas de jogo bastante refinadas, principalmente no controle dos carros, e belas paisagens para percorrer ao longo de ralis divididos não só em categorias, mas em épocas, indo desde os primórdios das competições até as provas velozes dos dias atuais.
A direção de arte é um dos grandes destaques do game: mesmo sem a contagem absurda de polígonos de um Forza Horizon, é difícil definir Art of Rally com outro adjetivo que não seja encantador. Qualquer trecho do game parece uma bela fotografia (e o modo Foto permite eternizar estes momentos). A trilha sonora eletrônica se encaixa perfeitamente, criando uma sinergia com os roncos dos motores e a sensação de velocidade.
Tudo isso seria meio inútil se os controles fossem ruins, mas após Absolute Drift, não há dúvidas de que a Funskeletor sabe o que faz. Art of Raly é um jogo muito gostoso de controlar e muito preciso, dependendo apenas da habilidade do jogador. E não deixe o visual singelo te enganar: com os ajustes de dano e dificuldade mais altos, este é um game bastante desafiador, mesmo para pilotos experientes de games como Dirt ou WRC.
Modalidades
O modo carreira consiste em diversas provas de time trial, em que o jogador corre em estradas na Noruega, Finlândia, Alemanha, Itália, África e Japão, entre outros cenários. Vencer desbloqueia mais opções de carros, pinturas e as etapas seguintes.
Há também opções de corridas personalizadas e o divertido modo livre, em que o jogador pode explorar não só as estradas mas também seus arredores, e procurar por colecionáveis, bem ao estilo Tony Hawk Pro Skater: fitas cassete, locais para tirar fotos e letras formando a palavra Rally estão entre os itens escondidos.
Por fim, o game conta com desafios diários e semanais, que consistem em provas em que o jogador compete contra o tempo de outros jogadores online. Infelizmente, ao menos no lançamento, estes desafios estão inacessíveis para os jogadores do Xbox Series X, plataforma em que joguei.
Na garagem
Art of Rally oferece 50 carros, desbloqueados conforme o jogador avança no modo carreira. Os veículos cobrem quatro décadas de esporte, indo dos anos 1960 até 1990.
Embora os carros não sejam licenciados, fãs de automobilismo reconhecerão muitos dos bólidos presentes no game: o Fujin, por exemplo, é um Subaru Impreza. O Liftback é um Toyota Celica GT4 e o La Wedge lembra muito o clássico Lancia Stratos, assim como o alemão Das Hammer remete ao Audi urQuattro, por exemplo.
Considerações
Disponível para PC desde setembro de 2020, Art of Rally chega agora ao Nintendo Switch, Xbox One e Xbox Series X/S, com lançamento direto no Game Pass, o que deixa o jogo ainda mais "experimentável". Se você curte velocidade e é assinante do serviço, recomendo muito baixar e dar uma voltinha!
