Análise: Mario Strikers: Battle League é gol de placa da Nintendo
Jogo leva o caos para as quatro linhas e é garantia de diversão, principalmente no modo online
Uma das maiores paixões dos brasileiros, e de grande parte da população mundial, o futebol é o pontapé de partida para Mario Strikers: Battle League, jogo do Switch desenvolvido pela Next Level Games que incorpora o DNA do esporte de uma forma um tanto diferente e leva muita pancadaria e diversão para dentro das famigeradas quatro linhas.
A proposta do jogo é simples e diverte: os jogadores escolhem quatro entre os mais icônicos personagens do Reino dos Cogumelos, juntam-se à um goleiro controlado pela inteligência artificial - nem sempre confiável - e entram em um campo que mais parece um ringue de batalha onde o único objetivo é marcar gols, não importa como.
Mario Strikers não tem regras. É um vale-tudo calçado de chuteiras e cercado por redes elétricas - juízes sequer fariam sentido dentro do jogo. E é justamente esse caos que traz um charme especial: é possível atirar cascas de banana nos gramados, arremessar cascos em seus adversários, jogá-los em cercas eletrificadas e dar carrinhos que mais parecem voadoras e deixariam qualquer lutador de Wrestling com inveja.
Mas não é só de caos e brutalidade que vive Battle League, que tem mecânicas e estratégias que exigem precisão e dedicação do jogador em um cenário onde cada movimento é capaz de alterar o rumo da partida e não é muito difícil tomar contra golpes certeiros ou ser punido por decisões erradas.
Competitividade e brutalidade à parte, o auge do jogo de futebol está mesmo nos Superchutaços: movimentos especiais que valem dois pontos e são sempre acompanhados por animações exclusivas para cada personagem. Para liberar esses chutes, é preciso primeiro pegar um orbe strike com qualquer jogador do time e usá-lo em no máximo 20 segundos.
Depois de carregar o chute ao máximo, é hora de acertar o momento exato em um ponteiro medidor que se move de um lado para o outro: se acertar as duas partes azuis do medidor, o chute se torna indefensável; a parte laranja também garante boas chances; e a preta deixa a vida do goleiro adversário mais fácil.
Mas até mesmo esses especiais abrem brechas para o adversário: não é tão simples acertar o momento e nunca é demais esperar que o goleiro adversário opere algum milagre, o que pode abrir espaço para um contra-ataque devastador - a vitória e a derrota andam quase de mãos dadas em Mario Strikers.
A variedade de personagens é outro acerto do jogo. Cada um deles têm características que os fazem brilhar em determinadas funções e tornam a escolha do elenco tão importante quanto a habilidade de quem está atrás dos controles. Donkey Kong, por exemplo, é um zagueiro nato, enquanto Mario é equilibrado e funciona bem em posições mais avançadas.
Além disso, ao longo da progressão é possível desbloquear equipamentos, como capacetes, roupas e chuteiras, que melhoram os atributos de cada personagem e, além de conferir uma dose extra de estratégia na hora de escolher quem será titular, dão uma boa sensação de evolução.
É possível jogar Mario Strikers sozinho no Jogo Rápido ou nas Copas, o que ajuda bastante no aprendizado, embora sejam modos realmente desafiadores apenas nos níveis mais difíceis - e nesse caso, difíceis até demais -, ou online, que é onde o jogo realmente encanta.
O Clube Strikers é um modo competitivo que permite que o jogador leve um único personagem e crie ou se junte a um time e participe de jogos online contra outros jogadores, sejam amigos ou do mundo todo. Além de ser extremamente divertido, o modo garante recompensas de personalização exclusivas - o que se torna um chute na trave da Nintendo em relação aos jogadores que preferem os modos single-player. Mas a competição vale a pena e é garantia de momentos engraçados - ou de muita raiva.
Como é impossível ganhar todas, a bola fora fica por conta de algumas falhas na inteligência artificial do jogo. Os goleiros transitam entre a genialidade e os frangos com facilidade, e a fatia da equipe que não está sendo controlada pelo jogador poderia ser um pouco mais… esperta.
Considerações
Totalmente dublado em português brasileiro, os efeitos sonoros e os gráficos de Mario Strikers dispensam elogios. Tudo funciona perfeitamente bem, não há engasgos e é possível aproveitar cada momento do jogo mesmo no Switch Lite.
As limitações do modo single-player e os problemas na I.A. podem incomodar, mas não tiram o brilho de um jogo que cumpre seu principal propósito, que é divertir em meio ao caos. O retorno da Nintendo aos gramados é triunfante e pode colocar algumas amizades em risco - mas pelo futebol costuma vale a pena.
Mario Strikers: Battle League está disponível para Nintendo Switch.
*Esta análise foi feita com uma cópia do game gentilmente cedida pela Nintendo.