Análise: Riders Republic é experiência radical e colorida
Jogo da Ubisoft diverte com várias modalidades de esportes extremos
Os esportes radicais vivem um momento de empolgação, com um público maior prestando atenção às modalidades, principalmente após um sucesso enorme das mesmas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Assim, o lançamento de Riders Republic, da Ubisoft, vem em um momento propício, além de preencher uma lacuna na indústria, que viu algo parecido pela última vez em 2016, com Steep, jogo de snowboard em mundo aberto da publisher francesa.
Nós somos a Républica
Riders Republic nos apresenta a um mundo onde todos são fascinados por esportes radicais, além de conviverem em harmonia com os belos ambientes por onde disputam as corridas. O ponto de reunião dos maiores atletas destas modalidades pergiosas é a Riders Ridge, que também executa uma função prática no jogo, servindo como ponto central de atividades e de informações para os novos jogadores. Todas as atividades são transmitidas em um canal de tv local, com isso executando um certo papel em determinadas mecânicas do jogo.
O game funciona como uma plataforma viva, com um mundo aberto onde presenciamos personagens de I.A, mas também milhares de outros usuários, testando suas manobras ou simplesmente passeando por ai. Vale ressaltar que o jogo possui um crossplay funcional entre as diversas plataformas em que foi lançado no final de outubro. Existe uma pequena história como pano de fundo e ela até funciona em alguns momentos, mas funciona apenas como uma bengala para estabelecer o mundo aberto do jogo.
Diversão e adrenalina
Diversão é uma das principais sensações provocadas por Riders Republic, com modalidades como Mountain Bike, Snowboard, Esqui e Wingsuit, o último sendo uma palavra chique para corrida com asas de foguete à jato. Fala sério, a Ubisoft teria que errar rude para não sair algo divertido daqui. A jogabilidade das modalidades é bem executada, com uma boa sensação de realismo. Uma mecânica muito bem vinda nas corridas é a possibilidade de trocar para uma câmera em primeira pessoa, o que pode aumentar ainda mais a imersão nas corridas.
Ao estar numa descida rápida com sua bicicleta, tentar virar de uma vez não irá resultar em sucesso, sendo necessário fazer um processo de drift para não bater em árvores, ou até mesmo capotar com curvas acentuadas. Outro momento em que a realidade estapeia a sua cara é quando, utilizando a wingsuit, descemos numa velocidade muito alta e tentamos voltar para cima na mesma velocidade, não sendo possível e dando de cara com o chão.
E neste cenário das quedas e acidentes está outro acerto da jogabilidade de Riders Republic: ao cairmos ou batermos em algum óbstaculo, existe a possibilidade de retrocedermos, como se em uma filmagem, e executar a ação correta, acelerando um pouco o processo, além de evitar os irritantes fade-in vistos em outros jogos do gênero de corrida.
Boa exploração visual e cultural
A Ubisoft se consolidou como a rainha dos jogos mundo aberto "caça ícone", o que acaba irritando alguns jogadores, que apontam estes games como mundos abertos vazios. Aqui ainda temos alguns ícones que servem para um caminho para a platina. Mas vale ressaltar que a produtora também se aproveitou para colocar Pontos de Interesse, onde podemos visitar grandes monumentos naturais reais, como o Yosemite e outros tantos. Além disso, um texto com informações culturais sobre o local também é apresentado.
E isso não fica apenas no ícone, uma vez que os locais estão realmente representados no mundo de Riders Republic, dando uma boa dimensão natural para aquele universo onde os esportes radicais são disputados em uma grande parceria com os ambientes naturais ali presentes.
Nem tudo são flores
Ainda que divirta bastante, Riders Republic traz algumas falhas em seu projeto. O jogo apresenta uma história onde somos colocados como protagonistas, mas o personagem do jogador não possui sequer voz própria nas cutscenes, sendo muitas vezes tratado como um poste do local. É estranho você ser mencionado nos dialógos e tratado como incapaz de se comunicar por conta própria.
Outro detalhe em que as cenas falham é a variação de qualidade e framerate. Em determinados momentos parecemos estar vendo um jogo da geração dos anos 2000, em outros a qualidade está boa, mas vale ressaltar que em nenhum momento o jogo traz a sensação de ser da nova geração. E falando nisso, com a proposta de esportes radicais, cheio de sensações, foi uma verdadeira oportunidade perdida da Ubisoft não ter trazido adaptações para os gatilhos hápticos do novo DualSense.
Veredito
Riders Republic acerta ao entregar uma jogabilidade extremamente divertida, mas peca em alguns aspectos técnicos. O jogo promete render por alguns anos por ser uma espécie de plataforma viva, com diversas corridas e interações online sendo possíveis com jogadores de todo o mundo.
Riders Republic está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X/S
*Esta análise foi feita em um PlayStation 5, com uma cópia gentilmente cedida pela Ubisoft.