Análise: Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin diverte quem não espera muito
Spin off da famosa franquia da Square Enix pode ser boa para quem chegar com expectativas baixas
A expectativa pode transformar experiências de boa qualidade em algo ruim. Entretanto, Strangers of Paradise: Final Fantasy Origin é a prova de que o contrário também pode muito bem acontecer. O novo jogo da Square Enix pode ser definido como brega. Mas, assim como um Sharknado no cinema, este talvez seja a representação de um jogo com momentos tão ruins, que dão a volta e ficam bons.
Para ser honesto, essa é uma análise intrigante de se fazer. O papel de jornalista irá pontuar os diversos erros, bem como os poucos acertos, que Stranger of Paradise possui. Mas já adianto para os leitores que a nota final é pensada em quesitos técnicos, mas não reflete a diversão que este game me trouxe. E isso tudo por conta da expectativa antes de iniciar o jogo.
História, dialógos e momentos bregas
Se o meu resumo da história parece simples, juro que não é culpa minha! Basicamente, Final Fantasy Origin traz a história de Jack, o protagonista, e seus dois companheiros (três dos personagens mais genéricos do universo dos games), querem derrotar o Caos, para trazer paz para o reino de Cornélia.
Stranger of Paradise não precisa te dar nem 5 minutos após conhecer Jack, para te mostrar que o cuidado na construção do enredo principal, dos dialógos e dos personagens foi quase que zero. Logo no primeiro dialógo, os três personagens principais já se unem, de uma forma impossível de "comprar", por um elo inquebrável em busca do mesmo objetivo. Se isso já não é ruim o suficiente, eles selam essa nova parceria estendendo os punhos no ar, enquanto uma câmera filma em ângulo plongeé aquele momento histórico.
E não, o enredo e os dialógos não vão melhorar muito mais ao longo do jogo. E aí entra o meu ponto de expectativa. Pela demo, bem como trailers bregas com músicas de rock tocando, já esperava isso. E ao esperar esta cafonice, quando ela veio, eu abracei com bons sorrisos e consegui me divertir nos momentos mais constrangedores dessa história, que é muito fraca.
Jogabilidade desafiadora e divertida
Se tudo que tange a história, enredo e personagens de Stranger of Paradise é um fiasco, o mesmo não pode ser dito da jogabilidade. A impressão é que todos os cuidados do estúdio para o jogo se voltaram para as mecânicas do game. Em um combate aberto, o jogo replica parte da função que vimos em Final Fantasy XV, onde os nossos companheiros de party podem ajudar demais.
Além disso, o game traz a mecânica de "Jobs", que nada mais são do que classes de personagem, como são chamadas nos jogos da série. O interessante aqui é que você pode desenvolver diversos jobs ao mesmo tempo, permitindo que Jack possa utilizar várias armas e isso dá uma diversidade boa no combate. Além disso, não existe tanto a preocupação de builds específicas para o personagem. Nada como o recente Elden Ring, em que cada ponto de habilidade deve ser pensado. Em Stranger of Paradise, cada classe pode ser upada separadamente, sem roubar pontos de outras.
Junto a isso, vem o fato de que Jack pode selecionar até duas classes ativas e trocá-las no meio de combate com apenas um toque de botão. Aliás, essa diversificação é muito bem vinda, uma vez que as lutas no jogo podem ser bem desafiadoras. Não fica esperto não, para ver se até um grupo bobo de Goblin não te elimina.
No frigir dos ovos
Definitivamente Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin é um jogo. Brincadeiras a parte, expectativa é tudo para que este novo game da Square Enix possa ser aproveitado. O sistema de combate é realmente divertido, mas não são todos que conseguirão passar pela cafonice dos personagens e história principal.
Strangers of Paradise: Final Fantasy Origin está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S.
*Esta análise foi feita no PS5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Square Enix.
