Análise: Gollum explora bem o personagem, mas jogo deixa a desejar
Game de O Senhor dos Anéis traz ação furtiva em cantos sombrios da Terra Média
Gollum é um dos personagens mais complexos de O Senhor dos Anéis: mesmo frágil e desagradável, o pequenino que encontrou o Um Anel antes de Bilbo Bolseiro tem um papel importante na clássica trilogia de J. R. R. Tolkien.
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O game The Lord of the Rings: Gollum tenta explorar sua personalidade dividida e as aventuras não contadas nos livros, entre os eventos de O Hobbit e A Sociedade do Anel. Como Gollum foi capturado em Mordor e, não muito tempo depois, em Mirkwood? Qual a relação da criatura com a sombra que cresce em Barad-Dur?
Assista ao trailer do game:
Infelizmente, o jogo sofre para contar uma história interessante e a jogabilidade de ação furtiva e plataforma pode não ser o é o bastante para prender a atenção do jogador por muito tempo. Não que seja preciso mais do que 20 horas para ir do começo ao fim da aventura.
Acertos do jogo
A produtora Daedelic demonstrou muita atenção aos detalhes dos livros de Tolkien em sua recriação da Terra Média, tanto nas paisagens desoladas de Mordor quanto nos personagens, como o Boca de Sauron, Gandalf e outros nomes famosos.
Além disso, o game traz um ou outro personagen inédito que se encaixa bem na mitologia Tolkeniana, como o orc Inquisidor e alguns humanos companheiros de infortúnio para Gollum. O maior acerto, sem dúvida, é a forma como o jogo explora a personalidade dividida do protagonista.
Em muitos momentos, o jogador precisa tomar decisões sobre um curso de ação ou um diálogo. Nessas horas, é preciso escolher entre agir como Gollum, egoísta e cruel, ou como Sméagol, a metade boazinha e medrosa da equação.
Essas escolhas resultam em pequenas diferenças no roteiro, mas são legais realmente para mostrar a influência do Um Anel sobre o personagem, que tem uma das histórias mais trágicas da saga.
O que deu errado
Infelizmente, Gollum é um personagem que não foi feito para o protagonismo. Exatamente como nos livros de O Senhor dos Anéis, a criatura age de forma reativa ao mundo ao seu redor e por isso, a narrativa acaba ficando arrastada, composta por acontecimentos que não tem a coesão para render uma história boa o bastante.
A jogabilidade consiste em explorar as áreas de cada capítulo escalando, se escondendo e percorrendo túneis e plataformas. Gollum pode atacar furtivamente seus inimigos (e a pressão na hora de estrangular um orc é intensa, um detalhe bacana) e se alimentar de peixes e insetos para recuperar a vida perdida.
Os inimigos, porém, são bem lentos em perceber a presença do pequenino Gollum, muitas vezes reagindo apenas quando o personagem está exatamente na frente deles. Isso torna o jogo pouco desafiador.
Eu joguei o game no PlayStatin 5 e não enfrentei bugs terríveis, apenas a falta de polimento geral do game, que passa longe de ser uma super produção. Sem a captura de movimentos magistral do Gollum do cinema, o personagem parece se mover de um jeito um tanto genérico e suas expressões não tem aquele charme do ator Andy Serkis, que conquistou o mundo como o Sméagol hollywoodiano.
Considerações
Mesmo todo o carinho dos produtores de The Lord of the Rings: Gollum pela obra de J. R. R. Tolkien não consegue salvar o jogo de sua simplicidade e da falta de polimento. Para os fãs de O Senhor dos Anéis, Gollum não é um desperdício total do seu tempo, mas passa longe de ser um jogo obrigatório da franquia, o que é uma pena.
Com legendas e menus em português, The Lord of the Rings: Gollum está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S.
*Esta análise foi feita no PS5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Daedalic.