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Prince of Persia: The Lost Crown é retorno triunfal da franquia

Após 14 anos desaparecido, Ubisoft acerta nas mudanças, principalmente na aposta pelo gênero metroidvania

11 jan 2024 - 14h10
(atualizado às 16h16)
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Prince of Persia: The Lost Crown é retorno triunfante da franquia
Prince of Persia: The Lost Crown é retorno triunfante da franquia
Foto: Igor Oliveira / Reprodução

Fazer um retorno triunfal não é tarefa fácil, principalmente se os holofotes estão em você e a desconfiança é alta. Entretanto, 14 anos depois, Prince of Persia: The Lost Crown revive a série da Ubisoft e faz isso de forma exemplar, com um jogo muito divertido, ainda que com alguns defeitos.

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Se a tarefa já não era fácil, por se tratar de um hiato muito grande na franquia, a Ubisoft Montpellier elevou a dificuldade ao apostar em uma mudança total de gênero. Se antes Prince of Persia era praticamente um precursor de Assassin's Creed em termos de jogabilidade, agora, a série se transporta para o mundo do metroidvania e acerta no formato.

Fuga da fórmula da Ubisoft

Na última década, a Ubisoft se especializou em jogos que apostam no "mais é melhor". Inicialmente, a fórmula fez sucesso, com hits como Far Cry 3 e os primeiros jogos de Assassin's Creed. Entretanto, estes mundos abertos gigantes, com colecionáveis desinteressantes e histórias não tão bem construídas, foram desgastando os fãs.

Neste contexto, Prince of Persia: The Lost Crown é um respiro para a empresa. Desenvolvido pela Ubisoft Montpellier, o jogo traz sim uma história com toques clichês, mas ao mesmo tempo muito bem estruturada e que incentiva o jogador a explorar o mundo ambientado nas Montanhas Qaf. Isso fica claro nos colecionáveis de The Lost Crown, que possuem um bom contexto e somam ao universo, não sendo simples adereços.

História redonda, inclusive nas partes secundárias

The Lost Crown tem história redonda
The Lost Crown tem história redonda
Foto: Igor Oliveira / Reprodução

Desculpem se a comparação com outros jogos da Ubisoft vai ser presente o tempo todo neste texto, é que Avatar: Frontiers of Pandora continua fresco na cabeça. Se neste a história principal parecia uma mera desculpa para ir de um ponto ao outro, o mesmo não acontece em Prince of Persia. Se as missões secundárias pareciam extremamente vazias e desinteressantes no primeiro, não é este o caso no segundo.

Em The Lost Crown, acompanhamos Sargon, uma criança habilidosa adotada pelo grupo de Imortais, soldados de elite do reino. Após uma missão bem-sucedida, eles são pegos de surpresa com uma traição e o sequestro do Príncipe Ghassan, que está sendo levado para o Monte Qaf para despertar um poder antigo que ajudará o sequestrador a dominar a Pérsia – entendeu o que eu disse sobre toques clichês?

O jogo não perde tempo e introduz bem a dinâmica entre este grupo de guerreiros e demonstra, logo de cara, um dos acertos: os personagens. Na jornada de Sargon, ele irá se deparar com os mais diferentes indivíduos que são, em sua maioria, bem construídos e geram o sentimento de curiosidade, de querer saber mais sobre eles.

Adentrando no mundo dos metroidvanias, Sargon terá barreiras em sua jornada que o obrigarão a evoluir seu poder. A história de The Lost Crown está muito bem envolvida com o gênero escolhido, uma vez que a cada nova habilidade descoberta, Sargon fica mais próximo de entender os poderes que ecoam no Monte Qaf, bem como o que está acontecendo no contexto geral.

Por contar com algumas reviravoltas, não entrarei em detalhes maiores sobre o enredo. Consigo afirmar que ele mantém um bom nível em toda a jornada, que dura cerca de 20 horas e tem um desfecho satisfatório.

Desafios plataforma salvam combate comum

Jogos recentes como Hollow Knight e Ori and the Will of the Wisps revolucionaram o conhecido gênero metroidvania, e fica claro que The Lost Crown bebeu destas fontes, principalmente da primeira. Dito isso, é bom esclarecer que o jogo da Ubisoft não veio para reinventar o nicho, mas sim para se inserir nele: o jogo competentemente se mostra a par do gênero que ocupa, ainda que não traga tantas novidades.

Há um mapa com diferentes regiões a serem exploradas, mas essa exploração irá depender do progresso e das habilidades liberadas. Além disso, diversos NPCs estão espalhados para contar a história do lugar ou pedir favores através de missões secundárias. The Lost Crown acerta no que um metroidvania deve acertar e incentiva a explorar um mapa gigante, mas de forma natural.

The Lost Crown não possui combate tão original
The Lost Crown não possui combate tão original
Foto: Igor Oliveira / Reprodução

E neste processo, você irá encontrar diversos inimigos, mini-chefes e chefões. Aqui foi onde me deparei com o que mais me incomodou no jogo: o combate. Por padrão, jogos deste nicho possuem uma curva de evolução muito bem definida. Por exemplo, em Hollow Knight você irá morrer 300 vezes para um chefe, mas em cada uma delas você sentirá que aprendeu uma nova coisa para vencê-lo.

Infelizmente, não senti essa curva de evolução com Prince of Persia. O combate, bem como os inimigos, me pareceram muito desbalanceados durante a minha jornada. Alguns chefes finais foram fáceis de se vencer, enquanto alguns mini-chefes me fizeram sofrer, mas não como se fosse uma falha nítida minha: às vezes, o combate parecia simplesmente não encaixar.

Sargon possui uma dupla de espadas e um arco para enfrentar os inimigos. Além disso, desbloqueará alguns Brilhos de Athra, a magia do jogo. Por fim, semelhante ao sempre citado Hollow Knight, existem amuletos no jogo, que concedem poderes específicos. Logo, é possível montar diferentes "builds", mas talvez elas sejam mais necessárias apenas em uma nova jornada, em um modo mais difícil. Vale destacar que The Lost Crown possui cinco níveis de dificuldade, e eu zerei no modo padrão.

The Lost Crown possui bons desafios plataforma
The Lost Crown possui bons desafios plataforma
Foto: Ubisoft / Divulgação

Por sorte, jogos metroidvania não possuem apenas as lutas como pilar, mas também os desafios plataforma. E neste sentido, Prince of Persia: The Lost Crown ativou totalmente o meu hiperfoco. Os "quebra-cabeças" para conseguir passar por determinadas regiões são extremamente divertidos. Em alguns momentos, eles me lembraram o auge dos jogos Megaman X, onde a rajada de energia tinha que ser usada no último instante possível do salto para se chegar a um determinado ponto.

Primor técnico e belos visuais

The Lost Crown possui visuais muito bonitos
The Lost Crown possui visuais muito bonitos
Foto: Igor Oliveira / Reprodução

A mudança de Prince of Persia de 3D para um 2D que simula 3D foi um acerto da Ubisoft Montpellier. O jogo possui cutscenes que são apresentadas quase como cenas de um belo livro de histórias. Aliás, estes momentos aparecem também em alguns quick time events (QTE) do jogo.

De forma geral, os gráficos e o design desta Pérsia fantasiosa são extremamente agradáveis. Outro detalhe que não decepcionou foram o encontro com os bugs: eles existem, sendo visuais ou quedas de framerate, mas o desempenho agradou, mesmo com uma versão pré-lançamento.

O novo jogo da série não decepcionou em sua primeira entrada no gênero metroidvania. Além disso, por ser da Ubisoft, ele chegou com bastante desconfiança, mas vale a pena a atenção. A empresa abre 2024 de forma esperançosa.

Prince of Persia: The Lost Crown - Nota 8,5
Prince of Persia: The Lost Crown - Nota 8,5
Foto: Game On / Divulgação

Prince of Persia: The Lost Crown será lançado no dia 18 de janeiro para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One e Xbox Series X|S.

Esta análise foi realizada em um PS5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Ubisoft.

Fonte: Game On
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