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Rise of the Ronin tem bom combate, mas mundo aberto repetitivo

Jogo do Team Ninja é soulslike no "modo fácil" e bastante acessível

21 mar 2024 - 08h00
(atualizado às 14h48)
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Rise of the Ronin estará disponível em 22 de março, exclusivamente no PlayStation 5
Rise of the Ronin estará disponível em 22 de março, exclusivamente no PlayStation 5
Foto: Reprodução / Team Ninja

Rise of the Ronin é o jogo do Team Ninja que tem períodos reais da história do Japão como inspiração. O game traz o combate conhecido da empresa e visto anteriormente em jogos como Nioh e Wo Long: Fallen Dinasty, mas de forma mais acessível e menos punitiva.

Curiosamente, Rise of the Ronin se aproxima mais de franquias como Assassin’s Creed em diversos aspectos. Por exemplo, um mundo aberto grandioso repleto de colecionáveis e uma narrativa que tem um fio de história real, mas que pode ser moldada em certo nível pelas escolhas dos jogadores.

Rise of the Ronin parece o resultado do que seria um Assassin’s Creed de samurais soulslike, com os defeitos e qualidades que essa frase pode trazer.

Combate difícil, mas menos punitivo

Rise of the Ronin é tranquilamente o jogo com o combate mais preciso do Team Ninja. Eles aperfeiçoaram a fórmula mais recente de Wo Long: Fallen Dinasty e o resultado é uma ação com boa liberdade para os jogadores escolherem diversas armas típicas do Japão, como katanas, lanças de grande porte, espadas duplas, espadas largas e muito mais.

Entretanto, se em Nioh e Wo Long a fórmula soulslike era extremamente mais punitiva, aqui isso não se repete. E um dos motivos é o sistema de elos. Em resumo, durante a jornada do protagonista, ele irá formar elos e ganhar companheiros para as missões principais. Ou seja, a depender do chefão, pode ser que você possa morrer várias vezes, já que estará com três personagens diferentes na luta.

Rise of the Ronin tem sistema de elos como base de jogabilidade
Rise of the Ronin tem sistema de elos como base de jogabilidade
Foto: Igor Oliveira / Game On

Esta nova mecânica é um bom respiro na fórmula conhecida de soulslike. Isso porque, além de aliviar na dificuldade sem precisar criar o polêmico modo fácil, os elos também podem ser controlados pelo jogador. Assim, ele conseguirá uma jogabilidade extremamente variada no quesito estilo de jogo e de armas.

Por falar em armas, são várias as que estão em Rise of the Ronin. E cada uma delas conta com várias posturas, que irão determinar se os adversários têm vantagem ou desvantagem na hora de cruzar lâminas com você. O jogador pode carregar até duas armas primárias e, vai por mim, você irá trocar elas o tempo todo entre si a depender do inimigo enfrentado.

A árvore de habilidades é direta ao ponto e funcional e fica dividida entre quatro categorias diferentes, sendo elas de Força, Destreza, Charme e Inteligência. Importante dizer que em determinada altura do jogo, é possível resetar essa skill tree, então não se desespere caso pense que investiu pontos demais em uma habilidade passiva que não te ajudou.

Outra mecânica presente, essa já conhecida de fãs do Team Ninja, é a de pilhagem excessiva. Ame ou odeie, mas a cada inimigo derrotado, pequeno ou grande, ele irá dropar uma boa quantidade de equipamentos. Entretanto, a qualidade desses itens é sempre duvidosa e ajuda apenas a manter o inventário completamente lotado e pode irritar os mais desavisados.

Narrativa tem potencial, mas falha

A história de Rise of the Ronin é inspirada no período histórico onde o Japão estava sob comando de Xogunatos. Aqui, o líder japonês tem que lidar com a entrada dos Navios Negros no país, que, em resumo, são marinheiros de Inglaterra, França, Estados Unidos, que querem cada vez mais influenciar a ilha asiática.

Neste contexto, o nosso personagem é uma peça sem lados que busca apenas encontrar sua irmã perdida e irá cumprir missões pró e anti-xogunato, desde que isso signifique ficar mais próximo de seu objetivo. E essa parte aqui deveria causar um impacto maior que causa. Isso porque os diálogos possuem várias escolhas e moldam o nível de proximidade que você tem com os seus elos, o que dá a entender que as suas decisões importam.

Contudo, o jogo decepciona e não dá o peso que deveria para as decisões do protagonista. Para exemplificar, em determinado momento temos a opção de matar ou não um grande líder do xogunato e Rise of the Ronin deixa a entender que aquela decisão é extremamente pivotal na narrativa. Não é. Tomei as duas decisões em saves diferentes e o mundo caminhou para o mesmo rumo.

Em resumo, a história de Rise of the Ronin conta com personagens interessantes, mas que acabam ficando apagados com a tentativa do jogo de mostrar ao jogador que ele tem mais poder do que ele realmente tem. E isso frustra principalmente no modelo do sistema de elos que o jogo constrói. Nós podemos nos relacionar com pessoas anti-xogunato e pró-xogunato sem nenhum tipo de consequência por estar dando uma de agente duplo.

Mapa gigantesco e repetitivo

Rise of the Ronin é um jogo de mundo aberto, mas que ao contrário de um Elden Ring, seu mapa ajuda e muito a vida dos jogadores. Existem pontos de salvamento espalhados em qualquer esquina e eles também permitem a viagem rápida. Aliás, mesmo os pontos distantes podem ser percorridos de forma automática com o seu cavalo ao pressionar dois botões no menu de mapa.

O mapa de Rise of the Ronin é grande e cheio de tarefas repetitivas
O mapa de Rise of the Ronin é grande e cheio de tarefas repetitivas
Foto: Igor Oliveira / Game On

Particularmente, achei essas funções boas e condizentes com a realidade do game que experimentamos. O que me decepcionou no mundo aberto de Rise of the Ronin foi o excesso de tarefas repetitivas espalhadas ao longo do mapa. Em forma geral, as melhores missões secundárias se concentram nos elos formados, para melhorar a relação de amizade do protagonista com eles. Estas aqui funcionam.

Entretanto, os outros colecionáveis e o tamanho deste mundo aberto que não parece tão vivo e diverso me lembrou outros jogos que decepcionam neste aspecto. Lá em cima, quando eu disse que não seria exagero dizer que este é um assassin’s creed de samurai e soulslike, muito disso é por seu mundo aberto repetitivo.

De forma geral, Rise of the Ronin deixa um bom gosto, principalmente pelos sistemas de combate do Team Ninja, que estão melhores do que nunca. Entretanto, no que se propuseram a realmente inovar, que foi o mundo aberto, o resultado foi formulaico e tedioso.

Rise of the Ronin chega no dia 22 de março de forma exclusiva ao PlayStation 5.

Rise of the Ronin - Nota 7.5
Rise of the Ronin - Nota 7.5
Foto: Game On / Reprodução

*Essa análise foi feita em um PlayStation 5 com uma cópia gentilmente cedida pelo Team Ninja.

Fonte: Game On
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