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Análise: Sea of Stars é ótimo RPG para gamers nostálgicos

Jogo da Sabotage Studios mergulha no gênero de RPG de turnos e acerta na nostalgia dos jogadores noventistas

28 ago 2023 - 11h09
(atualizado às 11h27)
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Sea of Stars encanta com visuais
Sea of Stars encanta com visuais
Foto: Game On / Reprodução

Sea of Stars é um jogo de RPG por turnos da Sabotage Studios que se inspirou em clássicos do gênero da década de 90. Com um forte apelo retrô, o jogo traz belos gráficos pixelados, constrói um mundo rico e vivo, além de acertar em cheio numa narrativa que prende os jogadores do início ao fim.

Sea of Stars é o próximo RPG perfeito para os nostálgicos:

Aliás, o marketing da Sabotage Studios focou bastante em mostrar que o jogo se inspirava em games retrô. Sem entrar em tantos detalhes da narrativa, a desenvolvedora chegou a publicar um documentário sobre os bastidores do jogo, para mostrar como Sea of Stars queria trazer uma pegada noventista. Afinal de contas, o jogo cumpriu sua função?

Sea of Stars constrói bem seu universo

Em Sea of Stars, iremos acompanhar a jornada de Zale e Valere, filhos do solstício. Enquanto um nasceu no solstício do verão, a outra nasceu no solstício do inverno. O detalhe é que no mundo do game, isso significa que os dois possuem poderes que podem eliminar as criaturas de Fleshmancer, um alquimista que está espalhando caos no mundo.

Por possuir uma pegada retrô, Sea of Stars trabalha com as conversas acontecendo apenas em caixas de dialógo. Entretanto, assim como em clássicos como Chrono Trigger, o formato permite que os criadores do jogo contem a história de forma que os jogadores preencham com os floreios necessários. É como ler um bom livro, a interpretação, o tom de voz e até mesmo a personalidade dos personagens é algo sugerido, mas que no fim das contas é o jogador quem desenha.

Gráficos de Sea of Stars são encantadores
Gráficos de Sea of Stars são encantadores
Foto: Game On / Reprodução

Dessa forma, a Sabotage Studios consegue acertar em cheio com personagens principais que possuem carisma e nos deixam apegados. Além disso, o mundo é construído de forma natural com recursos bem utilizados. Por exemplo, artefatos são encontrados e quando entregues à uma personagem, a mesma nos conta alguma lenda daquele universo, que está relacionada com o item que entregamos.

História com toques de nostalgia

Assim como era comum em diversos RPGs antigos, Sea of Stars tem um bom fio narrativo principal, que é preenchido com conteúdos praticamente episódicos que lembram o tom de jogos desse gênero. Iremos percorrer diversas cidades, que possuem biomas, criaturas, personagens e histórias próprias que pouco irão afetar no enredo principal.

Zale e Valere foram treinados para uma missão que ainda não conhecem. Aliás, isso funciona bem na história, uma vez que os dois nasceram com um poder que não entendem e vão descobrindo o seu local no mundo a medida que progredimos na história. Ou seja, aprendemos junto com eles, o que faz com que queiramos evoluir a narrativa cada vez mais.

Personagens de Sea of Stars são carismáticos
Personagens de Sea of Stars são carismáticos
Foto: Game On / Reprodução

E, nesse meio tempo, como dito acima, vamos visitar diversos locais que não influenciam tanto o resultado final da história. Entretanto, isso não é um problema em Sea of Stars, já que o game utiliza esse momento para evoluir as mecânicas de gameplay, logo, os conteúdos episódicos servem um bom propósito.

Para exemplificar, a sensação é um pouco parecida com a que tinhamos com os primeiros jogos de Pokémon, ou na principal inspiração de Sea of Stars, que é Chrono Trigger. Visitamos cidades com personagens secundários que vão nos conceder poderes ou habilidades que influenciam na progressão, mas não na história necessariamente.

Gameplay acerta e erra

O combate de Sea of Stars é por turnos e segue uma estrutura já conhecida do gênero. Ainda assim, eles conseguem trazer algumas mecânicas para dar dinamismo às lutas. Por exemplo, ao apertar um botão na hora correta, você consegue aumentar o seu dano ou diminuir o efeito do ataque inimigo. Outro detalhe é que existe uma possibilidade de combos, que potencializam o dano causado.

Além disso, ao passar de nível, você vai escolher exatamente qual atributo cada personagem deve evoluir, ou seja, construir a build da forma que preferir. E aqui, o grupo evolui como um todo, não há um ganho de exp personalizada para cada um dos membros da party. No fim das contas, o game é um exemplo que vai na contramão de quem acredita que RPGs de turno não podem ser dinâmicos e são enjoativos.

Sea of Stars permite desenvolvimento de build para cada personagem
Sea of Stars permite desenvolvimento de build para cada personagem
Foto: Game On / Reprodução

Tudo isso citado acima funciona bem para deixar Sea of Stars no quadrado que a Sabotage queria, de um bom RPG de turnos retrô. Entretanto, quando analisamos o balanceamento do combate, o jogo falha e chega a irritar em diversas horas. Isso porque o jogo se mostra bem equilibrado na progressão, que não requisita grind, ou seja, batalhar em excesso para subir de nível e conseguir progredir.

As lutas contra os chefes estão na medida certa de dificuldade e de fazer com que o jogador pense em cada movimento, alguns encontros banais com criaturas fracas, podem complicar a sua vida. Entretanto, com inimigos claramente casuais, Sea of Stars pode complicar a vida de maneira completamente desnecessária e mal pensada.

Por exemplo, logo no início do jogo, é possível enfrentar uma formiga que possui a habilidade de se multiplicar e suas cópias também podem se multiplicar, ao passo que todas são resistentes a dano físico, mas a mana para utilizar as magias é extremamente limitada. Ou seja, alguém que está numa progressão normal de um jogo de RPG, poderá acabar numa situação de morrer por uma batalha que claramente deveria ser casual. E quando trabalhamos com um estilo clássico de pontos de salvamento, isso pode frustrar os jogadores.

Sea of Stars tem combate desbalanceado em alguns momentos
Sea of Stars tem combate desbalanceado em alguns momentos
Foto: Game On / Reprodução

Com o passar do jogo, esse balanceamento começa a ficar melhor, mas nessa altura do jogo, não seria de se estranhar que Sea of Stars tivesse perdido alguns jogadores. E isso é preocupante.

Visuais são diferencial

Sea of Stars é um deleite visual. O jogo traz gráficos pixelados retrô, mas usa e abusa de cores vivas para pintar um mundo de fantasia medieval. Além disso, o game conta com cutscenes feitas em animação, que também são bastante agradáveis.

Jogo também tem puzzles na exploração do mapa
Jogo também tem puzzles na exploração do mapa
Foto: Reprodução

Com uma premissa que brinca com poderes do sol e da lua, Sea of Stars consegue utilizar bem seus gráficos para dar vida à essa ideia. Os poderes de Zale e Valere são bem ilustrados e contam com belas animações. E para ajudar a criar um bom conjunto, a trilha sonora retrô sempre acompanha bem o que estamos vendo em tela.

Sea of Stars é um dos destaques indies de 2023

No frigir dos ovos, Sea of Stars ainda tem uma quantidade de acertos que sobressai com sobra a quantidade de erros. Em um ano repleto de bons lançamentos indies, o RPG da Sabotage Studios ainda consegue se destacar.

Sea of Stars - Nota 8
Sea of Stars - Nota 8
Foto: Game On / Divulgação

Sea of Stars é pedida obrigatória para quem sente falta de jogos noventistas que usam e abusam de elementos de RPG clássicos.

*Esta análise foi feita no PS5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Sabotage Studios.

Fonte: Game On
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