ARK: Survival Ascended é revitalização desnecessária
Remake de ARK: Survival Evolved traz novos gráficos e péssimo desempenho para a nova geração
Os jogos de sobrevivência fazem parte de um grupo seleto, que domina todas as plataformas e garantem milhares de espectadores na Twitch. Seja Minecraft, Rust ou The Forest, o gênero já deixou claro que veio para ficar.
No meio de tantos títulos, existe um jogo que se detaca por apresentar uma ideia original. ARK: Survival Evolved foi lançado em acesso antecipado em 2015, chegou ao lançamemento completo em 2017 e agora, seis anos depois, recebe um remake também em acesso antecipado, cheio de promessas de melhorias gráficas graças ao motor gráfico Unreal Engine 5.
Sobrevivência revitalizada
Chamado de ARK: Survival Ascended, o remake apresenta diversos problemas de desempenho e jogabilidade. Tudo isso devido ao uso desnecessário de um motor gráfico conhecido por oferecer não apenas belíssimos visuais, como também por ser praticamente inacessível aos computadores mais modestos – e neste caso, até para computadores mais robustos.
A jogabilidade de Survival Ascended não muda em nada em relação à versão original e traz o mesmo ciclo repetitivo que já conhecemos. O jogador acorda em um local aleatório da ilha, totalmente nu, e precisa obter recursos para montar armamentos, vestimentas e moradias. Porém, para conseguir tudo isso, é necessário sobreviver à fome, ao clima, e é claro, aos mortais dinossauro.
Não existe nada de errado em manter a jogabilidade inalterada. Afinal, em time que está ganhando não se mexe. Mas eu realmente esperava por algumas melhorias. A interface continua horrível, trazendo informação demais, e o inventário ainda é uma experiência desagradável.
Estes são apenas alguns exemplos em um jogo que poderia ter melhorias substanciais, que vão além de melhorias gráficas.
Péssimo desempenho
Eu joguei muito ARK: Survival Evolved durante a adolescência. Cheguei a quase 600 horas de jogo. Por isso, preciso confessar que fiquei decepcionado ao perceber que o remake é focado apenas nos visuais do jogo. Sem sombra de dúvidas, eles ficaram ainda mais bonito, mas o uso do Unreal Engine 5 torna tudo muito complicado quando o assunto é desempenho.
Alterando as configurações, consegui atingir uma média de 30 quadros por segundo, que variavam para 25 quadros em momentos com muita informação na tela. A tecnologia DLSS, exclusiva das placas RTX, ajuda um pouco, mas mesmo com ela foi impossível atingir o padrão de 60 quadros. O que não deixa de ser decepcionante.
Considerações
No fim das contas, Survival Ascended é um remake desnecessário. A ideia de levar o jogo para um motor gráfico mais recente não é totalmente descartável, mas ainda é inviável, principalmente por excluir uma porção de jogadores que não tem o hardware necessário para usufruir dos novos recursos gráficos.
Combinando o péssimo desempenho com uma jogabilidade idêntica à versão original, torna-se difícil recomendar o remake.
ARK: Survival Ascended está disponível para PC. O jogo será lançado no PlayStation 5 e Xbox Series X/S ainda em novembro.
*Está análise foi feita com uma cópia gentilmente cedida pela Studio Wildcard