Balatro mistura pôquer e roguelike de forma brilhante e viciante
Veja o que achamos de uma das grandes surpresas de 2024
Todo ano temos aqueles jogos que são considerados gemas escondidas, que surgem sem muito marketing e com uma proposta diferente do convencional, mas ainda assim consegue ser um sucesso de crítica ou marketing.
É o caso de Balatro, um roguelike com elementos de pôquer que, por ser viciante e super original, conquistou muitos jogadores e ganhou premiações importantes.
Foco no Coringa
Você já deve ter visto o meme do coringa do Balatro nas redes sociais, especialmente no “X”, onde o criador do jogo é bem ativo. Não é por acaso, o palhaço com cara de filme de terror que estampa uma das cartas do jogo é parte importante do design e o elemento mais destoante de uma mesa de pôquer convencional.
A princípio o normal é ficar confuso, até pela falta de tutorial no jogo e a quantidade de variáveis e regrinhas. A parte simples é: com um baralho convencional de carteado, o jogador vai enfrentar desafios de pontuação. São três desafios por etapa, sendo o último deles uma espécie de chefe que adiciona efeitos negativos ao jogo, como negar algum nipe de carta ou exigir só combinações específicas.
Para marcar pontos, o jogador precisa formar combinações com as cartas que possui na mão e lançá-las na mesa. Isso conta com uma mão jogada e há um limite delas por partida para atingir o objetivo, algo como 3 mãos jogadas para fazer dois mil pontos, por exemplo. Aqui a hierarquia é a mesma do pôquer. É possível formar pares, trincas e os jogos mais complexos e raros como sequências e flushs. Cada jogo desses possui um multiplicador diferente e quanto mais raro é o jogo, mais pontos você garante em uma única mão.
Então é preciso ser bem estratégico para preservar recursos e jogar só mãos que realmente vão somar de forma relevante ao total, até porque, quanto menos mãos você usar para atingir o objetivo, mais dinheiro vai receber.
O que faz de Balatro um jogo muito diferente do que seria um carteado normal, é que ele adicionou elementos de roguelike no todo, permitindo ao jogador modificar todas as variáveis do jogo ao comprar benefícios entre cada partida em uma lojinha. Nessa loja o conteúdo é aleatório e muda sempre que ela aparece.
Ao fazer essas compras, é possível adicionar novas cartas ao seu baralho, algumas com efeitos especiais como aumentar o multiplicador ou valer dinheiro a mais no fim da partida se forem seguradas na mão até o final. Também há evoluções para os tipos de pontuação, como melhorar o multiplicador de um fullhouse, por exemplo. Há ainda itens consumíveis, a possibilidade de aumentar o número de cartas na mão para formar combinações e, claro, o mais importante, os coringas.
Os coringas definem sua jornada, tal qual uma melhoria dos deuses em Hades. Eles são divididos por raridade e tem efeitos criativos e muito diversos. Alguns são focados em jogos específicos, outros em cartas específicas e há ainda os que mexem com dinheiro e outros tipos de benefícios. Dá para encontrá-los em pacotes como boosters de TCG, com opções para escolher, ou avulsos na loja. Quanto melhores, mais caros. Para se ter uma ideia, há 150 coringas no jogo, sendo 45 deles liberados após concluir desafios durante as incursões. A possibilidade de builds, estratégias e decks é absurda!
Como é um roguelike, a jornada acaba se você falhar em uma partida e não derrotar o último chefe. Nesse caso, é preciso começar novamente com um baralho do zero e sem seus coringas. Cada incursão é um aprendizado e há novas formas de começar o jogo, seja com dificuldades diferentes ou baralhos com outros focos. Com a loja recheada de coisas novas e builds que tendem ao infinito, a vontade de jogar mais uma vez é garantida após perder. É realmente viciante o loop e parte do meme que cerca o jogo nas redes é o quão a sua vida ficará enrolada por conta de jogar Balatro demais.
Considerações
Balatro é um jogo especial e original, daqueles que surgem raramente. A ideia de misturar pôquer e roguelike é genial, o loop de cada incursão é viciante e há conteúdo de sobra para manter cada partida sempre diferente e surpreendente. Talvez o melhor indie de 2024, é obrigatório para quem curte jogos focados no gameplay e não se preocupe em ficar gastar muitas horas grudado na telinha do celular ou PC.
Esta análise foi feita no PC, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Playstack.
