CYGNI mostra que jogos de navinha ainda podem impressionar
Jogo da Konami é espetáculo visual cheio de desafio para PC e consoles atuais
Desenvolvido pela KeelWorks e publicado pela Konami, CYGNI: All Guns Blazing é um shoot'em up, ou, como muita gente conhece, um 'jogo de navinha', gênero clássico de videogame que passa bem, mas que costuma ser mais orientado para um nicho fiel de fãs. É raro ver uma publisher desse porte investir no segmento nos dias de hoje.
O game é bonito de se ver e gostoso de jogar, oferecendo um espetáculo pirotécnico veloz tão impressionante hoje quanto seus antepassados eram para os olhos da garotada nos fliperamas dos anos 1980. A jogabilidade combina o desafio do 'bullet hell' com uma dose de estratégia e me lembra, de certa forma, Xevious. Se essa comparação bastou para você imaginar como é o game, então pode comprar CYGNI sem medo de ser feliz.
Para quem é menos experiente no universo dos shoot'em ups, CYGNI pode ser uma bela porta de entrada. No game, você é uma jovem piloto de uma sofisticada e ágil nave num futuro distante, onde a humanidade partiu para as estrelas e se vê diante de uma poderosa frota alienígena, com naves e tanques insectóides, que enxerga nossa espécie como uma infestação que deve ser eliminada. Não há espaço para conversa, apenas tiroteio, ao longo de sete fases apinhadas de inimigos incansáveis.
Há toda uma dinâmica envolvendo o uso de escudos e mísseis, ambos derivados da energia que você tem disponível em sua nave. Dominar o momento certo de trocar um pelo outro, entender quando compensa depender mais das armas principais e até mesmo se deve focar nos inimigos no ar ou na superfície traz uma relação de risco e recompensa e decisões tomadas a cada momento que tornam as partidas emocionantes e fazem com que as fases de CYGNI, que duram em média 15 minutos, parecerem muito mais longas. O fato de que você volta do começo da fase sempre que perde suas três vidas também contribui para essa maior duração, diga-se de passagem.
Conforme progride, você também pode equipar novas armas, inclusive projetando formatos de disparo diferentes, aprimorar seus mísseis e defesas, entre outras possibilidades. O sistema de aprimoramentos poderia ser melhor explicado. Mesmo em português do Brasil, não é nada intuitivo e é bem fácil errar e gastar seus pontos suados de forma errada nas primeiras vezes. O que mais me ajudou num primeiro momento, foi ativar a opção de exibir os escudos e mísseis na parte inferior da tela - o padrão é que essa informação seja exibida ao redor da nave, o que é estiloso mas nada prático.
Ao final de cada fase, CYGNI traz uma batalha de chefe e elas são sempre impressionantes: os chefões são enormes, criativos e desafiadores. É preciso dominar seus padrões de movimento e de ataque, gerenciar os recursos de defesa e posicionamento da nave, e mesmo assim, você vai se pegar suando frio nos segundos finais, pertinho da vitória.
Há três níveis de dificuldade, sendo que qualquer um acima do Fácil é um desafio e tanto. Também há um modo Arcade, desbloqueado ao final da campanha. Por sinal, a melhor forma de aproveitar o jogo é em dupla: a disposição dos inimigos e o próprio design das fases é claramente pensado para ser jogado em dupla. Ao lado de uma segunda nave, o desafio fica mais digerível.
Considerações
O lançamento da Konami é uma ótima amostra de que jogos de navinha podem ser tão impressionantes e divertidos em 2024 quanto eram no seu auge, em meados dos anos 1980. É um jogo bonito de se ver e gostoso de jogar, com características modernas mas sem abrir mão do desafio que é marca registrada dos shoot'em ups.
CYGNI: All Guns Blazing está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S.
*Esta análise foi feita no PS5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Konami.