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Dead Rising Deluxe Remaster repete fórmula divertida de quase 20 anos atrás

Nova versão do jogo de 2006 mostra que o jogo resistiu bem ao teste do tempo

30 set 2024 - 10h05
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Dead Rising Deluxe Remaster traz de volta o protagonista Frank West
Dead Rising Deluxe Remaster traz de volta o protagonista Frank West
Foto: Divulgação / Capcom

Em 2006 a indústria de video games vivia uma epidemia de jogos de zumbi. Eram tantos, que, durante a E3 - essa já morta de fato -, ninguém aguentava novos anúncios com essa temática. Dead Rising poderia ser apenas mais um destes, mas se destacou pelo gameplay maluco e repleto de possibilidades. 

Após quase 20 anos desde essa época, Dead Rising Deluxe Remaster mostra que o jogo, mesmo com suas falhas originais, resistiu bem ao teste do tempo e continua super divertido, mesmo que sem um atrativo muito grande para veteranos fora os gráficos repaginados.

História caricata

Como se trata de um remaster daqueles bem fiéis, a história/campanha é exatamente a mesma de quase duas décadas atrás. O protagonista é o jornalista freelancer Frank West, que na busca por fotos exclusivas na cidade de Willamette acaba entrando no apocalipse zumbi iniciado em um shopping na cidade.

Frank pousa de helicóptero no local e terá alguns dias até o resgate vir buscá-lo. Neste meio tempo, é possível auxiliar sobreviventes, combater alguns vilões psicopatas, tirar muitas fotos  e tentar desvendar mistérios que rondam esse desastre sobrenatural.

Há vários personagens secundários e uma tentativa de narrativa aqui, mas o foco é sempre na comédia e em exagerar com estereótipos do americano médio, o que acaba permitindo pouca imersão e apego ao que é contado e deixa muito mais foco para o que é jogado. É bem verdade que os novos gráficos, bem atuais e com expressões realistas para todos os personagens, bem como a adição de dublagem para tudo, ajudam a chegar bem mais perto desta conexão, mas é um obstáculo intransponível por natureza.

Como há um tempo delimitado para rolar o resgate, há várias formas de terminar a campanha, completando mais ou menos objetivos. O grande desafio é fazer o final perfeito, que inclui finalizar as histórias presentes no jogo, salvar todos os sobreviventes e derrotar todos os psicopatas. Essa parte, extremamente complexa de ser finalizada dentro do tempo, é o grande charme de Dead Rising, que possui um fator replay gigantesco. No entanto, é também uma característica que afasta alguns jogadores, que se cansam com a repetição. 

Frank encontra diversos personagens secundários no shopping tomados por zumbis
Frank encontra diversos personagens secundários no shopping tomados por zumbis
Foto: Divulgação / Capcom

Gameplay cheio de possibilidades

Explorar o shopping é o grande barato de Dead Rising. É quase como realizar aquele sonho de ser trancado dentro do Shopping e poder usar tudo que está sendo exibido nas lojas e praça de alimentação, mas com zumbis e pessoas pedindo por ajuda, claro.

Frank pode encontrar uma quantidade absurda de trajes, armas e itens especiais simplesmente procurando o que há nas lojas. Uma daquelas franquias de móveis e ferramentas é quase uma sala de arsenal no jogo, com martelos, serras elétricas, facas e outras dezenas de formas de trucidar um zumbi. Já na praça de alimentação há itens de cura aos montes.

Jogabilidade é um dos destaques do game
Jogabilidade é um dos destaques do game
Foto: Divulgação / Capcom

Como o grande trunfo do jogo é conseguir colocar dezenas de inimigos na tela ao mesmo tempo, continua divertidíssimo trucidar zumbis aos montes com as armas encontradas por aí e descobrir ainda mais maneiras de fazer isso no decorrer da história. O grande desafio continua sendo lidar com o inventário limitado e a durabilidade das armas. Veteranos vão melhorar essa duração e usar as armas secretas mais poderosas, mas novatos devem sofrer com o início da jornada.

Lutar por aí rende boas habilidades para Frank e faz com que o jornalista, a princípio lento, destreinado e com pouca vida, vá se tornando cada vez mais capaz de realizar os objetivos. Para evitar a repetição, é possível recomeçar a história do primeiro dia, mas sem perder os atributos conseguidos. É quase um elemento Roguelike, que também acaba sendo um diferencial do jogo.

Novo game apresenta alguns problemas da versão original
Novo game apresenta alguns problemas da versão original
Foto: Divulgação / Capcom

Defeitos antigos continuam

Ao escolher essa fidelidade e focar mais na parte gráfica, o jogo acaba apresentando os mesmos problemas antigos, que quase vinte anos depois são ainda mais gritantes e, por vezes, extremamente frustrantes.

Logo de cara já vou avisar os veteranos, a inteligência artificial dos NPCs que precisamos escoltar não foi modificada. Isso significa que eles vão continuar indo na direção de hordas de zumbis e que você precisará de muita paciência para levá-los até os locais seguros. Esse problema é ainda mais frustrante para quem quer a run perfeita e não pode abrir mão de tempo por bobeiras.

Outros defeitos são mais visíveis hoje em dia, como a direção travada de veículos e, o mais chato de todos na minha opinião, a quantidade absurda de loadings para atravessar o shopping de um lado ao outro. Mesmo com um PC parrudo e um SSD rápido, incomoda o tempo de espera entre sair de uma área interna do local para o parque e então de volta para outra área interna com mais um loading. Em um remake, certamente conectariam tudo como um mundo aberto.

Para quem vai jogar no PC, inclusive, há problemas mais atuais, como os stutterings, aquelas travadinhas chatas entre a atualização dos quadros, que deixa a travessia e o combate pouco fluidos. Também há alguns  bugs e crashes, esses já melhorados bastante desde o lançamento.

Conclusão

Dead Rising Deluxe Remaster - Nota 8
Dead Rising Deluxe Remaster - Nota 8
Foto: Divulgação / Terra Game On

Dead Rising Deluxe Remaster foca mais na parte gráfica e mostra que a fórmula da franquia suportou bem a ação do tempo no gameplay, mesmo que ainda haja defeitos como a IA dos personagens que temos que escoltar ou uma infinidade de loadings durante a exploração. Com poucas novidades para veteranos, especialmente quem jogou o remaster mais recente, fica mais como uma ótima porta de entrada para novatos.

Você pode jogar Dead Rising Deluxe Remaster no PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Esta análise foi feita no PC com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Capcom.

Fonte: Game On
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