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Dicefolk é divertido Pokémon roguelike com dados

Lançamento da Tiny Ghoul diverte com bons elementos de estratégia

23 fev 2024 - 13h17
(atualizado às 13h17)
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Dicefolk é divertido Pokémon com dados, mas peca pela falta de diversidade
Dicefolk é divertido Pokémon com dados, mas peca pela falta de diversidade
Foto: Reprodução / Good Shepherd Entertainment

E se Pokémon fosse um jogo em que as ações de cada um dos bichinhos fosse definida por dados aleatórios lançados pelo treinador? Sem perder sua originalidade, Dicefolk, novo jogo da Tiny Ghoul, traz essa proposta e consegue divertir, ainda que não tenha alcançado todo o seu potencial. 

Dicefolk é um roguelike tático em que o jogador assume o papel de uma invocadora de quimeras que tem acesso a algumas criaturas que pode chamar para o combate. O grande diferencial do jogo é que tanto os movimentos dos aliados quanto os dos adversários são definidos através de dados. Essa fórmula ajuda a levar bastante estratégia para a experiência, mas também um pouquinho de sorte.

Dicefolk não é roguelike punitivo

Dicefolk não se interessa tanto em construir uma narrativa grandiosa e apresenta o básico do enredo de forma rápida: assumimos o papel de uma invocadora de quimeras, que utiliza talismãs para fazer isso, e precisa explorar alguns mapas. Cada talismã funciona como uma espécie de baralho de criaturas. Além disso, eles possuem três quimeras padrão, que são as que usamos ao começar a jornada.

Apesar de cada talismã possuir dungeons diferentes, cada jornada começa da mesma forma. Recebemos três quimeras-base do talismã e exploramos um mapa com três ou quatro níveis onde poderemos fazer melhorias nos equipamentos, trocar as criaturas por melhores e enfrentar inimigos variados. Se você perder neste processo, começa tudo de novo mas ganha alguns pontos que liberam mais quimeras do talismã que você utilizou na tentativa.

Mapa de Dicefolk é procedural, mas nem tanto
Mapa de Dicefolk é procedural, mas nem tanto
Foto: Game On / Igor Oliveira

A Tiny Ghoul apresentou Dicefolk como um roguelike desde o início, e ele realmente tem vários elementos do subgênero. Entretanto, uma parte curiosa é que, apesar de serem gerados de forma procedural, os mapas entregam necessariamente sempre os mesmos NPCs, ainda que em pontos diferentes. Isso facilita a montar uma estratégia, o que pode afastar as pessoas que buscam algo mais hardcore.

Jogabilidade requer atenção

Por se tratar de um jogo de dados e estratégia, Dicefolk vai recompensar sempre a sua atenção. Um detalhe interessante da jogabilidade é que você controla não somente a ordem das suas ações, mas também das ações dos inimigos. Neste caso, a imprevisibilidade fica menor, mas a estratégia para cada movimento precisa ser melhor pensada. Isso não é um defeito do jogo, mas um detalhe que irá agradar alguns e desagradar outros.

Como dito acima, os mapas possuem três ou quatro níveis a depender do talismã utilizado. Necessariamente, nos três primeiros níveis você poderá escolher uma nova quimera em cada um deles. Além disso, é possível encontrar com comerciantes e outros NPCs que fornecem escolhas entre equipamentos e consumíveis que melhoram as quimeras naquela run.

Nas lojas é possível comprar dados extras que podem ser utilizados somente durante um combate, ou até mesmo novas faces de dados para toda aquela jornada. Estes elementos citados acima, contribuem para que Dicefolk seja um bom exercício de pensar antes de agir e tornam a experiência do game em algo bem divertido por um tempo.

Dicefolk ainda peca em variedade

Dicefolk – Nota: 7
Dicefolk – Nota: 7
Foto: Reprodução / Game On

Dicefolk consegue divertir bastante nas primeiras horas de jogatina. Aliás, um ponto em favor do jogo é a curva de aprendizagem muito bem estabelecida. Você consegue pegar a manha das coisas de forma linear e natural. Entretanto, o jogo ainda carece de uma maior variedade em todos os sentidos, seja de quimeras, equipamentos, mapas, entre outros.

Arrisco dizer que a quantidade atual de quimeras do jogo é boa, mas falta um balanceamento maior. Depois de algumas runs, você vai perceber que várias das criaturas são completamente inúteis se comparadas a outras. E eu digo isso pensando que em alguns casos, a escolha entre três quimeras no altar era bem fácil de se fazer.

Mas, no quesito variedade, a questão dos equipamentos é a que mais se destaca negativamente. Existem itens que estão ali somente para preencher espaço com embromação, como, por exemplo, uma mochila que te dá mais um de espaço para equipamentos, mas ocupa um espaço. E este não é o único caso de equipamento inútil do jogo.

Ainda assim, se Dicefolk for receber atualizações com certa constância, além de balanceamento das quimeras, o jogo vai se tornar uma baita opção para quem curte estratégia e roguelike. A experiência pode ter se tornado maçante nas últimas horas que joguei, mas a diversão das horas iniciais mostra que o formato da Tiny Ghoul foi acertado. Trabalhando no conteúdo, Dicefolk pode se tornar um jogo nota 10 para o que se propõe.

Dicefolk será lançado em 27 de fevereiro para PC.

*Esta análise foi realizada em um PC com uma chave gentilmente cedida pela Good Shepherd Entertainment.

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Fonte: Game On
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