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Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça falha enquanto jogo como serviço

Novo game da Rocksteady tem narrativa divertida, mas outros aspectos são comprometedores

6 fev 2024 - 18h48
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Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça falha enquanto jogo como serviço
Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça falha enquanto jogo como serviço
Foto: Reprodução / Warner Bros. Games

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça foi lançado em 2 de fevereiro e é a tentativa da Rocksteady de levar o universo dos jogos do Batman para um escopo maior. Além disso, a desenvolvedora tinha a missão de aderir a tendência (não tão) recente de jogos como serviço, que buscam uma vida longa através de microtransações, temporadas e afins. 

Ironicamente, a Rocksteady falhou nos dois pilares no jogo do esquadrão se super-vilões, bem como retrocedeu no que já tinha conquistado com seus jogos anteriores.

A história é simples. O vilão Brainiac invadiu a terra e conseguiu controlar a Liga da Justiça, deixando a cidade de Metrópolis sem sua principal defesa. Neste contexto, Amanda Waller, chefe da instituição A.R.G.U.S., recruta vilões conhecidos e os obriga a trabalhar para destruir aqueles que antes eram os grandes heróis do universo. E eles vão tentar cumprir essa missão em tiroteios desvairados e repetitivos contra alienígenas genéricos.

Protagonistas cativam, Liga da Justiça não

Sob esse contexto, Esquadrão Suicida chegou com muita desconfiança do público. Talvez por gerar uma expectativa baixa, a história conseguiu me divertir, principalmente no que diz respeito aos quatro protagonistas: Arlequina, Pistoleiro, Capitão Bumerangue e Tubarão-Rei. Os diálogos são cômicos e criam uma excelente química entre os personagens. Em alguns momentos, esses diálogos conseguem se assemelhar ao excelente filme de James Gunn, O Esquadrão Suicida, de 2021.

Entretanto, a narrativa falha ao dar vida aos antagonistas do jogo – que ironicamente são alguns dos maiores super-heróis da cultura pop. Os membros da Liga da Justiça são unilaterais, o que não seria um problema, visto que estão dominados por Brainiac. Entretanto, em alguns momentos, estes personagens são tão mal construídos que fica a impressão de que nós não gostaríamos deles independente da lavagem cerebral que sofreram do verdadeiro vilão.

Nesse sentido, entra o grande calcanhar de Aquiles de Esquadrão Suicida: Batman. Não me perguntem o motivo, mas a Rocksteady decidiu que Mate a Liga da Justiça se passaria no mesmo universo que os jogos do Homem-Morcego desenvolvidos pela empresa. E se estamos no "Universo Arkham", é difícil aceitar que este Batman seja o mesmo que vimos na trilogia: aquele é complexo e interessante, este é enfadonho e condescendente. Para deixar claro, é mais fácil eu aceitar o Superman do jeito que me foi apresentado, sendo que nunca vivi algumas narrativas excelentes no controle daquele personagem.

Anda assim, a história de Esquadrão Suicida consegue divertir e é o menor dos problemas do jogo. E isso é reforçado principalmente por um bom elenco de dublagem, bem como um bom acabamento visual nas cutscenes.

Muita informação em tela

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça foi pensado como uma experiência para um jogador ou cooperativa para até quatro jogadores. Mesmo para aqueles que preferem jogar sozinho, é possível alterar entre os quatro personagens e, em teoria, cada um deles possui um ponto forte próprio.

Em resumo, o jogo exige que o jogador basicamente atire em alienígenas roxos enquanto se balança de um lado para o outro em Metrópoles. Cada um dos personagens se locomove de uma forma diferente, mas no quesito combate o único que realmente se diferencia é o Pistoleiro, apenas por possuir uma arma para combates de longa distância.

Além disso, a Rocksteady trouxe outros nomes conhecidos pelos fãs da DC para servirem como um esquadrão de apoio para os protagonistas. Personagens como Pinguim, Chip e Hack são responsáveis por explicar e trazer algumas das mecânicas de combate, como fraquezas, contra-ataques, efeitos, etc, etc.

O uso de “etc” não foi apenas um recurso textual, mas uma forma de apontar os excessos do jogo. A tela de Esquadrão Suicida é extremamente poluída e o combate é pouco intuitivo. Existem diferentes vilões que possuem fraquezas para determinados “golpes”. Contudo, o combate é tão caótico que em nenhum momento o jogador consegue perceber que precisa usar contra-ataques para quebrar a defesa daquele inimigo específico. Parece que tudo acontece por tentativa e erro.

Esquadrão Suicida não se destaca como jogo serviço

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça – Nota: 5
Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça – Nota: 5
Foto: Reprodução / Game On

O grande diferencial de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça é de que ele seria um jogo como serviço. Ou seja, uma plataforma online, em que se progride com os personagens, é possível mudar roupas e acessórios e existem opções de microtransação. Entretanto...

Não consigo imaginar um cenário onde revisito o jogo semanalmente para algumas partidas ou missões com os amigos. O que me motivou a continuar foi o carisma do quarteto principal e, confesso, o rumo que a história levaria, principalmente para o Batman. Fora isso, o combate é extremamente repetitivo e caótico, mas não de um jeito bom.

Aliás, Esquadrão Suicida abraçou tanto a ideia de jogo como serviço que mesmo quem for jogar sozinho precisará estar conectado à internet. Esta característica gerou diversos bugs, principalmente nos momentos em que eu tentava retomar a jogatina após alguma pausa. Chegou um ponto que eu apenas optava por encerrar o jogo e abrir ele novamente.

Se Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça chegou para tentar restaurar a imagem dos grupos de heróis criada com Marvel's Avengers, ele falhou e muito na missão. Talvez se tivesse mirado em Marvel’s Guardian Galaxy, ele seria melhor recebido.

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

*Esta análise foi feita em um PlayStation 5 com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Warner Bros. Games

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Fonte: Game On
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