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Freira ortodoxa e o diabo se juntam em Indika, game surreal que você precisa experimentar

Já disponível para PC, Indika chega nesta semana para PlayStation 5 e Xbox Series X/S

16 mai 2024 - 07h00
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As imagens de divulgação de Indika sugerem um jogo de terror, mas o game da Odd Meter passa longe disso
As imagens de divulgação de Indika sugerem um jogo de terror, mas o game da Odd Meter passa longe disso
Foto: Odd Meter / Divulgação

Ambientado na gelada Rússia do fim do século XIX, Indika é um jogo narrativo intrigante, para dizer o mínimo. A produção da Odd Meter, produtora que saiu de Moscou para o Cazaquistão, publicada pela 11 bit studios, é uma daquelas obras difíceis de definir, mas que nos lembram o quanto os games podem ser experiências únicas e criativas.

Nesse game, já disponível para PC (via Steam) e que chega em breve aos consoles, acompanhamos a jornada de autodescobrimento de Indika, uma jovem freira ortodoxa cheia de dúvidas sobre a própria fé e o mundo ao seu redor. O fato dela ter como melhor amigo o diabo é apenas um dos motivos pelos quais a noviça rebelde não se encaixa muito bem na rotina do convento. Assista ao trailer:

A sua conexão com o coisa ruim a leva em uma missão para além dos muros do mosteiro, deixando para trás as atividades monótonas e o desdém das freiras mais velhas e se aventurando pelas paisagens geladas do inverno russo, que ganham contornos surreais conforme o mundo real e as divagações filosóficas de Indika e seu companheiro chifrudo ganham cada vez mais espaço.

A jogabilidade se divide entre essas sequências com visual realista e tons cinzentos e trechos de puro conto de fadas e ação 2D. Indika, a freira, tem sonhos e memórias cheios de ação, plataformas e quebra-cabeças ao melhor estilo 16-bit. Não espere realismo bruto aqui: mesmo quando está desperta, a freira acaba se metendo em explorações dignas de Lara Croft, se a aventureira britânica vestisse um hábito.

Sequências de sonho e flashbacks são apresentados como um jogo de plataforma 16-bit
Sequências de sonho e flashbacks são apresentados como um jogo de plataforma 16-bit
Foto: Odd Meter / Divulgação

Tudo no jogo é planejado para causar estranheza ao jogador: os ângulos de câmera meio tortos, o contraste das cores (ou da falta delas) conforme a jovem freira explora a paisagem desolada, a narração excelente do capiroto e a forma como ele levanta questionamentos sobre as crenças de Indika, a alternância entre drama e comédia no tom da aventura... é um jogo envolvente como poucos lançamentos recentes.

Tudo isso é reforçado tanto pela atuação de Isabella Inchbald, que dá voz à Indika, quanto pela animação inquieta da personagem: uma combinação bem feita que dá vida ao conflito interior da freira. E toda a trama conta com legendas em português do Brasil, para você não perder nenhum detalhe dessa narrativa intrigante.

Minha melhor comparação é com Hellblade: olhando de fora, o jogo da Ninja Theory (que ganhará uma continuação na semana que vem!) parece um game de ação na brutal era dos vikings, mas na verdade é uma narrativa sobre esquizofrenia. Indika também, não é o que parece - e você vai passar o jogo todo tentando entender o que é o jogo da Odd Meter, da mesma forma que a noviça busca entender seu lugar no mundo.

Indika - Nota 9
Indika - Nota 9
Foto: Game On / Divulgação

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Disponível para PC, Indika chega em 17 de maio para PlayStation 5 e Xbox Series X/S.

*Esta análise foi feita no PC, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela 11 bit studios.

Fonte: Game On
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