Jogamos: Rise of the Ronin mostra que soulslike não precisa ser difícil
Desenvolvido pelo Team Ninja, jogo tem combate fluído e mecânicas que facilitam a vida do jogador
Rise of the Ronin é o grande lançamento do Team Ninja em 2024. O novo jogo dos responsáveis pela franquia Nioh e, mais recentemente, por Wo Long: Fallen Dinasty se encaixa dentro do popular subgênero soulslike, mas não pune tanto o jogador.
Tivemos acesso às primeiras horas de Rise of the Ronin, e a impressão inicial é de que o jogo é uma aposta bastante segura da desenvolvedora. Os visuais e a tématica podem até ser parecidos com os de Ghost of Tsushima, mas o combate é claramente fruto de uma empresa que conhece os caminhos da fluidez e da diversão.
Pés no chão
Como pude jogar apenas uma pequena parcela do jogo, ainda não é possível definir se a narrativa de Rise of the Ronin é um acerto ou não. Contudo, o Team Ninja deixa claro, logo no início, que a jornada é baseada em um período real da história do Japão.
Rise of the Ronin conta a história de um samurai sem mestre treinado na arte das lâminas gêmeas. Este estilo de luta pressupõe uma dupla de pessoas que complementam as habilidades uma do outra. O jogo é ambientado no Japão feudal, durante o Xogunato, que está passando por um processo político de intervenção dos Estados Unidos.
Por ter me aventurado apenas duas horas em Rise of the Ronin, tive uma experiência ainda incompleta no que diz respeito à história. O que consigo dizer é que, nos momentos iniciais, o jogo dá a entender que abordará bastante os aspectos políticos do período. Em algumas missões, temos liberdades de escolha que devem influenciar no desfecho.
Combate fluído, mecânicas confusas
O combate de Rise of the Ronin, na prática, é fluído e tem uma curva de evolução muito bem estabelecida. Abraçando um lado mais soulslike, o jogo privilegia o cuidado na hora de escolher cada ação: há um golpe simples e um golpe mais pesado; além da defesa e esquiva, também é possível aparar golpes – o que, se feito na hora certa, cria uma abertura para causar mais dano nos adversários. O jogador também tem acesso a uma boa variedade de armas ocidentais, o que impacta no ritmo, velocidade e quantidade de dano aplicado.
Outro detalhe é que o jogador aprende diferentes posturas para cada uma das armas que pode controlar. Em um sistema parecido com o de Ghost of Tsushima, os inimigos podem ter mais resistência a um tipo de combate do que a outro, então é necessário estar constantemente atento.
Vale dizer que tanto a narrativa como a jogabilidade são pautadas em elementos mais realistas, o que é uma novidade para o Team Ninja. Aqui, não existem poderes ou mecânicas baseadas em magia, ainda que os personagens façam coisas um tanto impossíveis.
Mas se o combate flui bem e tem uma curva de evolução boa, o mesmo não é possível dizer das mecânicas de RPG do game. O protagonista evolui e recebe dois diferentes pontos de atributos para distribuir, mas não fica muito claro o porquê dessa divisão. Ainda não consegui me familiarizar o suficiente com o jogo para entender se isso influencia no combate de forma relevante: só me pareceu complexo demais e sem justificativa.
Soulslike no modo fácil
Uma das discussões que sempre entram em voga é se os jogos soulslike precisam de um modo fácil ou não. O subgênero ficou conhecido por ser punitivo e muito difícil. Os recursos são escassos, os inimigos demasiadamente fortes, há poucos pontos de salvamento.
Rise of the Ronin, no quesito combate, traz todos os elementos que podem o classificar como um soulslike, mas o restante das mecânicas vão no caminho contrário. Por exemplo, mal comecei a minha jornada e o mapa – que por sinal é aberto – estava repleto de pontos de salvamento, que também servem para viagens rápidas.
Outro ponto que tornou a minha experiência menos punitiva é o sistema de elos. Basicamente, é possível fazer amizade com alguns personagens na história, e alguns deles podem ajudar no combate durante as missões principais. A mecânica facilita bastante o progresso, já que é possível morrer várias vezes em uma luta sem precisar reiniciá-la.
Por fim, sobre as mecânicas de Rise of the Ronin, preciso jogar mais para ter uma opinião mais sólida e confiável. No entanto, uma delas, que por padrão se faz presente em jogos do Team Ninja e é passível de críticas, é o sistema de pilhagem: irritante, sem padrão de drop e que gera confusão no inventário, já que qualquer inimigo menos importante dá uma quantidade grande de equipamentos.
Em resumo, estou ansioso para continuar minha jornada por Rise of the Ronin, mesmo que o jogo não seja inovador – afinal, nem todos precisam ser –, quando o jogo for lançado em 22 de março para PlayStation 5.