Jogamos: WrestleQuest é um bom RPG para fãs de luta livre
Game mistura os absurdos da luta livre de televisão com elementos clássicos de RPGs japoneses
WrestleQuest é um dos jogos mais distintos que tive a oportunidade de experimentar neste ano. Desenvolvido pela Mega Cat Studios e publicado pela Skybound, o jogo coloca os jogadores em um mundo fantasioso onde diferentes brinquedos vivem e respiram por um único motivo: a luta livre.
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“Bate e espera” com estilo
O “JRPG” é um dos gêneros mais reconhecidos e premiados de toda a indústria, mas que passou por um pequeno problema de identidade conforme os jogos foram ficando mais complicados e avançados de produzir. Antes, o JRPG contava histórias de fantasia com castelos, princesas, bruxos e cavaleiros. Hoje, já é possível encontrar contos sobre ladrões de corações, ex-mafiosos japoneses e... lutadores profissionais de wrestling.
O combate de WrestleQuest é direto e nostálgico, algo que os fãs de franquias antigas da SquareSoft vão notar. De início, o jogo utiliza comandos que já são padrão para o estilo de jogo, como habilidades básicas e especiais em menus separados pelos botões principais do controle. Porém, WrestleQuest implementa as mecânicas de Wrestling em quase tudo, desde a possibilidade de imobilizar um inimigo caído no chão até no rebote que lutadores dão nos adversários que são “arremessados” ao irem de encontro com as cordas do ringue.
Antes de uma luta, é possível participar de um “minigame de introdução”, que serve para aumentar a barra de “hype”. Essa barra está presente em todas as lutas, e é ela que regula quais as habilidades especiais que o seu personagem (e os inimigos) podem usar dentro do ringue. É possível aumentar a barra ao efetuar golpes especiais, mas o jogador também pode “humilhar” o oponente, que concede um grande bônus de hype, mas faz o jogador perder um turno e tomar mais dano.
Cultura da luta livre
Toda essa cultura da luta livre de televisão está enraizada em cada canto do jogo, e é muito interessante entender como este universo tão exótico funciona. Todos os personagens deste mundo são brinquedos que, por algum motivo, existem apenas para lutar uns contra os outros das formas mais absurdas que você puder imaginar.
No jogo, é possível encontrar bonequinhos musculosos dos anos 90, bonecos que são claramente réplicas de LEGO, action figures japoneses com olhos gigantes e fantasias coloridas, robôs quadrados e muito mais. E o mais incrível é que nenhum destes personagens parecem não pertencer a este mundo, já que o jogo tenta replicar um quarto de criança cheia de brinquedos e imaginação fértil.
A narrativa também parece ser tão absurda quanto a premissa do jogo. Eu pude ver as histórias de dois personagens diferentes, “Muchacho Man” e “Brink Logan”. Muchacho Man sonha em se tornar um astro da luta livre como seu ídolo, o famoso Randy “Macho Man” Savage. Para isso, ele larga o emprego e embarca em uma aventura com muitas lutas e showbiz.
Brink Logan, por outro lado, é um veterano do ringue que participa de grandes lutas, mas com uma diferença: ele é obrigado a seguir um roteiro, que o faz parecer um grande perdedor. Logan diz não se frustrar com suas derrotas, afinal, é tudo parte do trabalho, mas alguns eventos o fazem despertar para seguir o seu próprio caminho na luta livre.
O teste não foi muito longo, mas deu para ver que WrestleQuest tem uma narrativa bem interessante, além do apelo único para fãs de RPGs e Luta Livre, dois públicos que raramente conversam um com o outro - ou talvez eu não tivesse percebido esta sinergia antes.
Conclusão
Eu vou admitir que não sou muito fã de luta livre profissional, mas eu sou fã de RPGs, e WrestleQuest fez um ótimo trabalho em me deixar interessado para saber mais sobre as loucuras da WWE, AWE e outros programas. O jogo tem um bom combate, e combinado com um estilo de arte charmoso, tem o potencial de se tornar um clássico cult instantâneo.
WrestleQuest chega em 8 de agosto para Nintendo Switch, PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S.