Lego Horizon Adventures traz divertida reimaginação de aventura de Aloy
Jogo faz excelente trabalho ao unir as melhores qualidades das duas franquias
Quando foi lançado em 2017, Horizon Zero Dawn se tornou um grande sucesso da família PlayStation ao apresentar um cenário pós-apocalíptico super interessante, ambientado mil anos no futuro e acompanhando Aloy, uma jovem caçadora explorando um mundo dominado por máquinas-dinossaros.
E agora os fãs e novos jogadores, e surpreendentemente incluindo os entusiastas do Nintendo Switch, poderão revisitar essa aventura épica que chega reinterpretada em Lego Horizon Adventures pelas mãos da Guerrilla Games e Studio Gobo.
E qual foi o resultado da mistura dessas duas franquias tão amadas pelos jogadores? Confira a seguir aqui com Game On!
O casamento perfeito
Desde que começou a usar propriedades licenciadas no começo dos anos 2000, os jogos Lego se tornaram referências para aventuras com visuais vibrantes e descontraídas, recontando histórias de franquias famosas como as de Star Wars, Harry Potter e Indiana Jones de maneira leve e cômica, mirando principalmente o público jovem, mas também acertando fãs mais crescidinhos.
E com mais de vinte anos de experiência, o resultado não poderia ser diferente: Lego Horizon abraça sua herança de forma profunda, apresentando um mundo com visuais belíssimos e suntuosos - provavelmente os mais bem feitos em um jogo da franquia de blocos - transformando a experiência de mundo aberto do jogo original para uma perspectiva isométrica muito divertida.
Os cenários e personagens são recheados de detalhes impressionantes para o padrão da franquia, cores vibrantes e bom uso de técnicas de iluminação, luz e sombras, como a luz do sol brilhando nas águas feitas de blocos ou os tijolos de fios de grama balançando ao vento. Vale destacar que há dois modos de jogo: o Perfomance, rodando a 4K via upscale e 60 FPS e o Qualidade, rodando a 4K (nativos) e 30 FPS.
O jogo reconta a grandiosa história de Horizon Zero Dawn de uma forma otimista e familiar, concentrando-se mais em suas mensagens ambientais e nas conexões de Aloy com seus amigos do que na parte pós-apocalíptica, metendo piadinhas e o humor pastelão característico dos jogos Lego em todas as oportunidades, como um desenho animado infantil.
O game está totalmente localizado para o português brasileiro, o que inclui menus, legendas e principalmente a dublagem, que está fantástica, trazendo de volta o mesmo talentoso elenco de dubladores do jogo original - tanto no inglês quanto no português. Dá pra sentir que o pessoal da dublagem se divertiu muito reprisando seus personagens, agora de forma mais boba e sem se levar muito a sério (bem diferente das versões originais).
A jogabilidade também foi bem adaptada, simplificando os vários menus e complexidades de controlar Aloy no mundo aberto original para mecânicas mais práticas e acessíveis, mas ainda familiar para quem jogou os games anteriores. Os principais inimigos são as máquinas-dinossauros, que receberam ótimos designs nos moldes Lego - uma transformação que não deve ter sido muito problemática, já que originalmente esses monstros robóticos já eram feitos de componentes quebráveis. E fique atento ao remover certas partes das máquinas, pois algumas podem até ser utilizadas como novas e potentes armas.
Aloy pode utilizar o seu Foco para identificar pontos fracos dos inimigos e, em seguida, atirar nesses blocos específicos para causar mais danos. Todos os seus ataques básicos usam seu arco e flecha, mas ela pode encontrar power-ups de uso limitado enquanto explora, como flechas de fogo, flechas congelantes, bombas, armadilheiras, entre outros, apimentando mais os combates - alguns inimigos mais fortes vão exigir estratégias mais elaboradas com o uso desse armamento extra, por exemplo.
Além de Aloy, vários outros personagens jogáveis serão desbloqueados no decorrer da aventura, cada um com sua arma e sistema de ataque específico, como Rost, Varl, Teersa e Erend. Assim como em um RPG tradicional, Aloy e seus amigos podem ganhar pontos de experiência e subir de nível, ganhando mais vida, mais força e outras vantagens, de acordo com a sua árvore de habilidades e bônus.
Aloy possui uma base principal, a vila chamada Coração de Mãe, que vai disponibilizar todas as missões principais e secundárias. É neste local também onde se concentra a personalização visual Lego, sendo possível construir vários tipos de construção para personalizar sua cidade - desde itens temáticos da franquia Horizon até temas variados como montanhas-russas, barracas de cachorro-quente, balada e naves espaciais.
A própria Aloy e outros personagens possuem uma enorme variedade de trajes que vão de fantasias temáticas de Horizon até temas totalmente não relacionados, incluindo fantasias de astronauta, pinguim, galinha e cachorro-quente.
Infelizmente fora de Coração de Mãe, quando jogamos as fases propriamente ditas, não há tanta ênfase na construção quanto em outros jogos Lego, embora haja algumas estruturas na natureza que você pode montar para ganhar recompensas em moedas. Os cenários são bem lineares e o caminho até o final é direto e simples.
O game pode ser jogado de maneira solo ou junto com um colega, localmente ou online, o que deixa tudo bem mais caótico, divertido e fácil - inimigos mais casca-grossas são derrotados com mais facilidade com a ajuda de um amiguinho. Porém, algo que me incomodou, é que a câmera não é dividida quando os jogadores estão muito longe um do outro, com a tela fixa no primeiro jogador.
Ou seja, o segundo jogador é obrigado a acompanhar o coleguinha, e se ficar para trás, seu personagem é teletransportado próximo ao outro, quebrando totalmente a jogabilidade do segundo jogador. Por isso a comunicação com o seu parceiro de jogatina é importante, para que um jogo cooperativo possa seguir fluído - mas se prepare para ouvir algumas reclamações do segundo jogador, como aconteceu comigo.
Se um jogador perder toda sua vida durante a partida, pode ser revivido pelo companheiro. Mas tome cuidado, após ser revivido, você perderá qualquer upgrade temporário que coletou até aquele ponto.
Por fim, o game possui cinco níveis de dificuldade diferentes, o que é excelente para quem quiser deixar a ação mais acessível para crianças, ou para os veteranos que queiram um desafio maior - o game pode ser bem penoso em dificuldades maiores, exigindo um bom grau de habilidade para matar os dinos robôs.
Considerações
Lego Horizon Adventures é uma combinação perfeita das duas franquias, que reconta de maneira divertida e emocionante um dos melhores jogos da família PlayStation, e que deve agradar aos fãs antigos e também a um novo público, especialmente os mais jovens, que são o alvo principal.
Com uma jogabilidade acessível e excelentes desempenhos audivisuais, com destaque para o elenco de dubladores, o game consegue reproduzir os pontos altos das séries Lego e Horizon com um excelente nível de qualidade, sendo mais do que recomendado para os seus fãs, ou para quem busca uma aventura descontraída para curtir com os pequenos jogadores.
Lego Horizon Adventures chega em 14 de novembro para PC, PlayStation 5 e Switch.
Esta análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Sony.