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Mars 2120 te leva em aventura sem sal no emblemático planeta vermelho

Jogo brasileiro oferece abordagem no gênero metroidvania

12 ago 2024 - 16h09
(atualizado às 17h46)
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Sargento Anna Charlotte é a protagonista em Mars 2120
Sargento Anna Charlotte é a protagonista em Mars 2120
Foto: Reprodução / QUByte Interactive

Enquanto Elon Musk trabalha para tentar levar a humanidade até Marte com seus foguetes, podemos explorar antecipadamente o longínquo planeta vermelho por meio de Mars 2120, o novo game da distribuidora e desenvolvedora brasileira QUByte Interactive.

Inspirado em jogos como Super Metroid, Castlevania: Symphony of the Night e Guacamelee, o jogo coloca os jogadores em um futuro bem distante, na pele da Sargento Anna Charlotte, que se vê numa colônia humana situada em Marte, que foi devastada e agora está repleta de monstros alienígenas e robôs assassinos querendo acabar com qualquer humano que encontrarem pela frente.

Não são oferecidos muitos detalhes da história, mas é possível descobrir mais a respeito em registros de áudio espalhados pelos cenários, com alguns deles fornecendo pistas sobre o que aconteceu.

Mars 2120 conta com uma jogabilidade que mistura elementos de combate corpo a corpo e à distância, permitindo que você dê cabo dos inimigos usando socos e chutes poderosos ou então com seu precioso rifle, que recebe diferentes tipos de disparos à medida que você vai explorando os cenários e biomas do game.

Você começa fazendo uso de disparos neutros, que são fracos e lentos, mas após algumas horas se verá utilizando munição elétrica, de gelo e de fogo, que mudam o comportamento da arma e também permitem acessar novos locais. Assim como em Metroid, certas portas só podem ser abertas se você usar o tipo certo de disparo. Há também obstáculos que só podem ser destruídos ou contornados se você tiver o item ou habilidade correta.

Além disso, dependendo do inimigo, você deve escolher qual abordagem é a ideal para enfrentá-los, se utilizando sua arma ou apelando para a pancadaria, mesmo porque alguns são imunes a determinados tipos de munição.

Existem também habilidades especiais que Charlotte pode usar, como escudo de gelo, se transformar em uma corrente de energia elétrica para ir de um lugar a outro, dar voadoras flamejantes, e assim por diante. Elas abrem novas possibilidades na jogabilidade e permitem explorar locais antes inacessíveis.

Jogador conta com rifle que faz disparos baseados nos elementos raio, gelo e fogo
Jogador conta com rifle que faz disparos baseados nos elementos raio, gelo e fogo
Foto: Divulgação / QUByte Interactive

Combates demoram muito para ficarem entrosados

Falando especificamente dos encontros com os inimigos, no geral eles não me agradaram muito, sendo tediosos a maior parte das vezes. Quase todos os oponentes não reagem adequadamente ao serem atingidos pelos disparos, ficando parados no lugar até serem mortos. Isso vale também no corpo a corpo, com muitos adversários sendo verdadeiros sacos de pancada para o jogador. Mesmo oponentes mais fortes e rápidos podem ser derrotados com muita facilidade.

Esse marasmo se repete na maioria dos chefes. Há certas lutas que são interessantes, como o combate contra a segunda forma da Arachnida Glacius ou a luta contra Vigil Avis, mas no restante, inclusive contra o último chefe, faltou mais critério na hora de bolar os encontros.

Comentando especificamente sobre a jogabilidade com o rifle, eu juro que tentei, mas simplesmente não consegui gostar da forma em como ele se comporta, independentemente do tipo de munição. Embora seja fácil de mirar com ele, não existe aquela sensação satisfatória de dispará-lo contra os inimigos, seja usando a rapidez dos tiros de raio, o impacto mais forte do disparo gélido ou incinerando por meio do lança-chamas. 

Lutas contra chefes poderiam ter sido melhor trabalhadas
Lutas contra chefes poderiam ter sido melhor trabalhadas
Foto: Divulgação / QUByte Interactive

O combate corpo a corpo, no entanto, achei satisfatório pela rapidez e eficácia, especialmente depois de encontrar as habilidades especiais dele com o elemento fogo, algo que infelizmente só acontece perto do fim do jogo.

Outro aspecto que não gostei foi a forma como o game aborda a obtenção de melhorias para Charlotte. Não basta apenas conseguir experiência matando os inimigos para desbloquear esses incrementos, como você também tem de achar os itens de cada um deles para ter acesso a isso. Ao meu ver, isso mina um pouco o ritmo do game. Teria sido melhor focar apenas em obter a experiência para comprar as melhorias ou então habilitá-las no mesmo instante em que os itens delas são achados, sem necessitar de um sistema de experiência.

Cenários interligados, incentivo à exploração e acessibilidade

Algo que curti em Mars 2120 é que os cenários são cheios de passagens entre os diferentes locais dentro da colônia onde o jogo ocorre, havendo até mesmo um sistema de metrô que você pode usar para ir rapidamente de uma zona para outra.

Há também lugares secretos para acessar quebrando determinadas paredes com rachaduras e coisas assim, além de salas de salvamento do progresso, similares às que existem em outros metroidvanias. É nelas, inclusive, que você libera as melhorias para Charlotte citadas mais acima e recupera toda a vida dela. 

Todos os lugares do game contam com aspectos que incentivam você a explorar mais para descobrir como fazer para acessar pontos que, inicialmente, estão bloqueados. O jogo também te indica os principais pontos do mapa para onde ir, de modo a dar continuidade à história.

Sistema de metrô permite viajar rapidamente entre as regiões do game
Sistema de metrô permite viajar rapidamente entre as regiões do game
Foto: Reprodução / Giuseppe Carrino

Dito isso, o mapa é um pouco bagunçado. Por exemplo, no diagrama dele, a Superfície Oeste fica acima da Superfície Leste em vez de ao lado, o que pra mim não faz o menor sentido. No caso dos ícones no mapa, notei que apenas dois tipos deles indicam a habilidade especial que você precisa usar onde eles se encontram para conseguir chegar a um novo lugar, enquanto que todos os demais ícones dessa natureza apresentam somente um singelo cadeado na cor da habilidade que você tem de usar para passar por ali. Decisão um tanto estranha de design, fazendo pensar que talvez tenham esquecido de trocar esses ícones antes do jogo sair.

Felizmente, se em algum momento você se sentir perdido, há uma vasta quantidade de opções de acessibilidade, que permitem inclusive ativar o mapa por completo e mostrar todos os seus segredos, o que também serve para facilitar o trabalho dos jogadores que desejam fazer 100% no game.

Jogo bem otimizado, mas há bugs que merecem atenção

Outro aspecto positivo de Mars 2120 foi sua otimização. Não tive qualquer problema aparente de desempenho no game, conseguindo jogar com tranquilidade no PC em 4K e 100 fps+ sem travadas ou engasgadas, o que é ótimo levando em conta que o game usa Unreal Engine, que costuma ser problemática no computador se não for bem implementada.

Apesar disso, há alguns bugs que me incomodaram, com o mais grave deles que pude encontrar envolvendo ficar “preso” na animação do personagem ao cair em uma armadilha no cenário. Também esbarrei com um bug onde dois menus da interface ficaram um por cima do outro, um bug envolvendo o rifle elétrico, que “travou” comigo algumas vezes ao trocar para ele enquanto eu estava disparando com outro tipo de munição, mas que dava para resolver soltando o botão de atirar e voltando a pressioná-lo em seguida, e um último que “congelava” a personagem no ar quando ela tentava pular entre as paredes, usando a habilidade que permite isso.

Conclusão

Mars 2120 - Nota 6,5
Mars 2120 - Nota 6,5
Foto: Divulgação / Game On

Mars 2120 é um metroidvania que consegue entreter em alguns momentos durante suas cerca de 6 horas de duração, devido aos seus cenários variados, incentivo à exploração e raras ocasiões onde o jogo se arrisca um pouco mais de forma acertada. No entanto, a jogabilidade tediosa nos combates, chefes em sua maioria nada marcantes, algumas decisões estranhas de design e pouco desafio acabam por minar muito a experiência, que poderia ter sido bem melhor caso esses aspectos fossem mais trabalhados.

Você pode jogar Mars 2120 no PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One e Xbox Series X|S.

*Esta análise foi feita no PC com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela QUByte Interactive

Fonte: Game On
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