Moonbreaker é experiência cativante de estratégia em turnos
Com direito a uma ótima ferramenta para personalizar as miniaturas usadas nas batalhas
Moonbreaker é um jogo de estratégia em turnos com excelente modo multijogador e personalização robusta de miniaturas. Porém, a ausência de conteúdo no modo para um jogador prejudica a experiência.
O gênero de estratégia em turnos, que conta atualmente com jogos como Civilization VI, XCOM 2, Gears Tactics, Into the Breach, entre outros, ganhou um novo competidor de peso com o recém-lançado Moonbreaker, que deixou o acesso antecipado no começo do mês após mais de um ano, chegando finalmente na versão 1.0.
Desenvolvido pela talentosa equipe da Unknown Worlds, famosa pelo desenvolvimento do fantástico Subnautica, Moonbreaker mostra que o estúdio não tem receio de arriscar em algo diferente. Para isso, contaram inclusive com a ajuda do escritor norte-americano Brandon Sanderson para criar o universo de ficção científica que ambienta o jogo.
Moonbreaker coloca o jogador em batalhas nas quais cada movimento pode fazer a diferença entre a vitória e a derrota. Inicialmente é preciso escolher um dos capitães à disposição e montar uma equipe composta por dez personagens, entre uma vasta lista de miniaturas disponíveis.
Cada um deles tem habilidades e ataques distintos, e fazer a mistura perfeita desses atributos fornece muita diferença nos combates. Com tantas variações, as opções de mesclagem são praticamente ilimitadas, cabendo ao próprio jogador testar por conta própria e decidir o que julga melhor para seu estilo de jogo.
É possível também utilizar equipes pré-montadas, que já vêm com um certo nível de balanceamento, mas montar o próprio time é a melhor escolha depois que se acostuma com a jogabilidade.
As batalhas podem ser vencidas de duas formas: derrotando o capitão adversário ou conseguindo cinco pontos de vitória, que são obtidos ao abater unidades inimigas ou capturando pontos de controle no mapa. Os obstáculos espalhados pelo cenário também fazem parte do jogo e precisam ser levados em consideração na hora de decidir cada movimento.
Particularmente, achei que há um certo grau de desbalanceamento em favor de unidades que atacam à distância em comparação com aquelas de combate corpo a corpo. Ao menos nas partidas que disputei, obtive mais vantagem jogando com foco em atacar de longe. Algo que talvez deva ser arrumado com o tempo.
Há tutoriais detalhados que ensinam do básico ao avançado em jogabilidade. Além disso, também há vídeos dentro do próprio jogo onde os desenvolvedores explicam tudo o que é possível se fazer – são recursos básicos, mas extremamente úteis.
Aqueles que gostam de estratégia em turnos e se identificarem com Moonbreaker depois de testá-lo tenderão a passar muitas horas no modo multijogador, no qual não tive problemas em encontrar partidas. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito do modo para um jogador, que conta apenas com a possibilidade de enfrentar a IA em confrontos aleatórios ou então jogar o modo Boss Run, em que se escolhe uma das equipes pré-montadas e é preciso encarar o desafio de derrotar dez chefes em partidas cuja dificuldade vai aumentando gradativamente.
Ao meu ver, faltou um modo campanha que explore melhor a história dos capitães das equipes. Alguns deles vêm com áudios descrevendo isso, inclusive, mas é pouco para prender a atenção. A ausência de textos em português também é um ponto a ser ressaltado, pois prejudica o alcance do jogo entre uma parcela dos jogadores do Brasil. Contudo, como se trata de um título que deve atualizado com frequência, existe a possibilidade de que tudo isso seja incluído em algum momento.
Sempre que se faz progresso em Moonbreaker, se obtém pontos de experiência que aumentam o nível do jogador e desbloqueiam itens cosméticos para serem utilizados. Diferentemente de outros jogos com um sistema similar, não existem microtransações, e tudo fica à disposição pagando apenas o valor do jogo em si. Todos os jogadores ganham acesso a todos os desbloqueáveis de maneira igual.
Graficamente o jogo é bem feito e conta com um estilo visual chamativo, especialmente nas miniaturas. No entanto, senti a falta de ferramentas de upscaling como DLSS da NVIDIA e FSR da AMD, já que alguns mapas são demasiadamente exigentes na performance, sem motivo aparente. Talvez seja apenas uma questão de otimização, o que também pode ser melhorado em futuras atualizações.
Editor de pintura das miniaturas é incrível
Outro ponto de destaque em Moonbreaker é sua detalhada ferramenta de customização das miniaturas. É essencialmente um editor repleto de recursos criado para pintar qualquer um dos personagens da forma como bem quiser, salvando o resultado e utilizando nas partidas.
Quem é fã de comprar miniaturas e pintá-las na vida real vai se sentir em casa com a ferramenta, sendo este um dos principais pontos de destaque do jogo dado o nível de cuidado que pode ser visto ao começar a utilizar o editor.
Considerações
A chegada de Moonbreaker traz ar fresco aos títulos de estratégia em turnos. Para melhorar ainda mais as coisas, o jogo conta com um editor bastante completo para aqueles que gostam de pintar miniaturas à mão.
Se a Unknown Worlds continuar atualizando o jogo com mais conteúdos e adicionar novos modos multijogador, ou até mesmo criar uma campanha que dê mais atenção à história dos capitães das equipes, permitindo assim expandir o universo como um todo, estaremos diante de um título que pode vir a se tornar um dos preferidos entre os fãs do gênero.
Moonbreaker está disponível para PC e Mac, via Steam.
*Esta análise foi feita no PC, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Krafton.
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