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New World: Aeternum é recomeço pouco inspirado

Adaptação para consoles traz mudanças que dividiram a comunidade

5 nov 2024 - 14h31
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New World: Aeternum é recomeço pouco inspirado
New World: Aeternum é recomeço pouco inspirado
Foto: Divulgação / Amazon Games

Quando joguei New World pela primeira vez, em 2021, fiquei pouco convencido pela proposta do MMO da gigante Amazon. Ao mesmo tempo em que o polimento e gráficos chamavam a atenção, pouco do que estava por baixo dos sistemas me cativou, especialmente pela falta de foco, dividido entre a parte de craft com cara de sobrevivência e o grind padrão dos jogos do gênero, e a quantidade de tempo perdido andando de um lado para outro para fazer tarefas simples e quests bobas.

Aeternum chega como uma expansão com ares de “remaster”, mudando até mesmo o núcleo do combate presente no jogo e levando o título para os consoles, com crossplay e tudo. No entanto, após as primeiras impressões, muitos dos problemas continuam ali e outros até se somam, deixando minha vontade de investir no jogo próxima de zero.

História mais cinematográfica

 As quests agora contam com dublagem e cutscenes
As quests agora contam com dublagem e cutscenes
Foto: Divulgação / Amazon Games

O conteúdo de New World sempre foi muito voltado para o PVP. Também, não é para menos. Todo o sistema que rege o mundo aqui está ligado às facções que os jogadores podem ingressar assim que chegam na primeira cidade e dominam os territórios do mapa, exercendo influência até na economia do jogo com os impostos cobrados.

Em Aeternum toda essa dinâmica ainda está presente, mas agora há um foco bem maior também no conteúdo para um jogador ou cooperativo. O primeiro exemplo está logo nas primeiras horas, agora com cutscenes bem mais expositivas para explicar melhor o mistério da corrupção e como tantas pessoas foram parar na ilha onde ninguém morre. 

Se por um lado o entendimento da história melhorou bastante, por outro essas cutscenes ficam bem abaixo do polimento geral do jogo, que tinha um padrão alto para o gênero desde o lançamento e que continua competente ainda hoje. As animações faciais e dos personagens convence pouco nessas cenas, o que faz com que suas histórias pareçam ainda mais fracas do que já são. 

Combate usa mira travada para facilitar a adaptação nos controles
Combate usa mira travada para facilitar a adaptação nos controles
Foto: Divulgação / Amazon Games

Para quem está retornando, pouco da história muda de fato e o foco é maior na parte do tutorial do que na sequência de missões após. O atrativo mesmo é como a reimaginação juntou também o conteúdo de Rise of The Angry Earth, o que pode ser novidade para quem tinha largado o jogo bem lá atrás.

As quests também contam com voz nos diálogos, o que aumenta bastante a imersão. Isso vai ser um atrativo especialmente para quem curte ouvir os diálogos em português, já que a localização é digna de elogios.

Combate e Interface divisivos

O grande conflito de emoções com essa reimaginação está em como o combate e a interface foram alterados. É evidente que muitas das escolhas tomadas aqui foram em função do lançamento nos consoles, o que, obviamente, desagradou uma parte considerável dos jogadores no PC, especialmente quem já era veterano.

As mudanças são profundas, tanto que o jogo se descreve agora como um RPG de Ação e não como um MMO. O combate é feito por travamento de mira nos inimigos agora, algo como você veria em um jogo da série Dark Souls, em vez do combate mais solto e também com seus problemas do lançamento. O maior impacto fica nas armas de longa distância, que antes precisavam ser miradas na mão com o mouse. Agora há como utilizar apenas o marcador de mira, o que facilita para quem joga no console. A queixa forta está lá no PVP, onde quem joga no controle estaria com vantagens e a dinâmica do combate teria ficado muito diferente.

O Craft continua sendo um grande foco de New World
O Craft continua sendo um grande foco de New World
Foto: Divulgação / Amazon Games

Além disso, o sistema de classes fluidas mudou um pouco, com a possibilidade do uso de arquétipos prontos agora que definem as armas usadas no início e dão bônus de nível para elas. Mesmo sendo possível trocar os arquétipos a qualquer hora e pegar outras armas, acho que se perdeu um pouco aquele charme do lançamento, que permitia os jogadores serem bem mais experimentais com o jogo em andamento. Esse sistema também dá um bônus de craft específico que perdura por muitos níveis, fazendo a escolha ainda mais difícil e restritiva.

A interface segue essa ideia mais híbrida, uma vez que há crossplay e o jogo está disponível para quem só vai jogar com controle. Quem joga no PC vai estranhar e ver que lidar com habilidades e inventário é diferente agora e pode incomodar bastante.

Erros e Acertos do passado

Conteúdo End Game ainda não é o ideal
Conteúdo End Game ainda não é o ideal
Foto: Divulgação / Amazon Games

No mais, Aeternum repete tanto erros quanto acertos do passado. O mundo continua bonito de se explorar, por exemplo, com variedade de biomas interessante e muitos locais legais de se visitar. Ao mesmo tempo, tudo continua com aquela sensação de vazio e a variedade de inimigos e conteúdos ainda está longe do ideal.

Na parte de craft o jogo continua bem detalhado para o gênero mas ainda assim longe de um jogo dedicado a essa mecânica, então acaba sendo aquele faz tudo sem fazer nada direito. É legal construir coisas para a sua casa ou armas e armaduras com a variedade de ingredientes disponíveis, mas é sempre um tédio o processo de pegar uma quantidade absurda de materiais - mesmo com a possibilidade de usar montarias da DLC para encurtar distâncias - tendo que abrir mão da outra vertente do jogo que foca no combate e geopolítica dos territórios por mais tempo do que gostaria.

O conteúdo endgame continua longe do ideal também, com muito foco no PVP e pouco conteúdo que prende. Houve a adição de uma Raid nova para 10 jogadores e aumento do máximo de Gear Score, mas é muito pouco, especialmente se o jogador gostar da história e lore do mundo. Há sempre pouco a ser visto e contado após se atingir o nível máximo.

Conclusão

New World: Aeternum - Nota 6
New World: Aeternum - Nota 6
Foto: Divulgação / Game On

New World: Aeternum não traz novidades de peso para jogadores veteranos e até deve desagradar parte deles com as mudanças mais pontuais que fez no combate para atrair os jogadores de console. Estes últimos são para quem mais recomendo iniciar neste mundo, já aproveitando a história da campanha com a nova pegada mais cinematográfica e utilizando as atualizações e conteúdos que se acumularam nos últimos anos dentro do jogo.

Você pode jogar New World: Aeternum no PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Esta análise foi feita no PC, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Amazon Games.

Fonte: Game On
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