Open Roads é aventura narrativa bonita mas que acaba antes da hora
Mãe e filha caem na estrada para resolver um mistério do passado e o rumo que darão para o futuro
Entre todos os gêneros de jogos, adventures de apontar e clicar são os melhores para explorar narrativas mais 'fora da caixa', já que boa parte do foco do jogador está nas interações dos personagens. Claro, há sempre o risco da história não ser tão boa assim e acabar prejudicando o resultado. É mais ou menos o que acontece em Open Roads, novo lançamento da Annapurna Interactive.
Casos de família
No game, a jovem Tess e sua mãe, Opal, lidam com vários acontecimentos complicados em suas vidas: a perda da casa, a morte da avó de Tess, decisões sobre ir para a faculdade ou não, ir morar com o pai ou com a tia, e por aí vai. Tudo é visto pelo ponto de vista de Tess, com sua mãe sendo o único personagem com quem ela interage diretamente - sua amiga Fran e o pai só falam com ela em mensagens de SMS no celular. Desvendar o que aconteceu entre o pai e a mãe de Tess é um dos elementos centrais da trama e do jogo.
Enquanto empacotam suas coisas para sair de casa, Tess e Opal descobrem pistas de um segredo do passado de sua família e decidem partir em uma viagem de carro para desvendar o mistério - e também fazer as pazes com o passado de Opal. As personagens são interpretadas por atrizes experientes e talentosas: Kaitlyn Dever (Inacreditável, Ninguém vai te Salvar) dá voz à Tess e Keri Russel (a Felicity Porter da série Felicity) faz a voz da mãe, Opal. As personagens são desenhadas em duas dimensões e se destacam do cenário tridimensional. O tom de cor e estilo do traço lembram desenhos animados dos anos 1990, uma sensação parecida com a que você tem ao assistir X-Men '97.
Não espere por grandes obstáculos pelo caminho conforme explora a casa de Opal e Tess, a casa de veraneio, o quarto de motel ou o barco, os lugares onde o jogo se passa (além do carro da dupla). Há respostas alternativas para alguns diálogos mas não há grandes impactos na narrativa e esse é o maior problema do jogo, que vai perdendo força conforme avança. Mesmo a resolução do grande mistério da família é meio sem graça e outras questões ficam no ar enquanto os créditos sobem após algumas poucas horas.
Conclusão
Open Roads é um jogo onde a história deveria reinar, mas parece que faltou um impacto emocional para dar maior peso para as escolhas e decisões que Tess precisa tomar sobre o seu futuro. Ao menos está tudo legendado em português e o jogo está incluso no Game Pass, permitindo que muita gente possa baixar e jogar.
Open Roads está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One e Xbox Series X/S.