Redfall: Jogo de tiro cooperativo tem potencial, mas precisa de conteúdo
Jogo chegou nesta terça (2) para PC e Xbox Series X/S - e sua maior vantagem é estar disponível no Game Pass
Um dos jogos mais aguardados pelos proprietários do Xbox Series X/S, e por assinantes do Game Pass em geral, é Redfall, jogo de tiro cooperativo da Arkane Studios que coloca os jogadores para caçar vampiros em uma misteriosa ilha na costa dos EUA. Com uma premissa dessas, o que poderia dar errado?
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O novo game da Arkane Studios começa muito bem, apresentando o jogador aos eventos que tomaram conta da pequena Redfall, cidadezinha isolada na costa de Massachusetts e que foi tomada por cultistas, seus mestres vampíricos e cercada por eventos bizarros. O jogador escolhe um entre quatro herói para explorar esse mundo aberto misterioso e, aos poucos, expulsar os sanguessugas e ajudar os habitantes a tomarem a ilha de volta.
A abordagem de Redfall para o mundo aberto é um dos pontos altos do jogo, junto com os personagens jogáveis, as armas e a boa variedade de vampiros que espreitam pelas ruas e telhados da cidade. Mesmo sendo um mundo aberto relativamente simples em seu funcionamento - e mais deserto do que deveria, mesmo para uma ilha tomada por mortos-vivos e cultistas - o cenário é bonito, fácil de se ambientar e muito convidativo à exploração, sem que o jogo fique ditando qual a melhor abordagem ou avisando que o jogador está entrando em algum lugar para o qual não está preparado.
O quarteto de personagens jogáveis é bem criativo e carismático. Cada um deles tem habilidades únicas para destravar, equipamentos especiais e muita personalidade, que transborda não só na aparência, mas também nas falas. E ao jogar em modo cooperativo, isso fica muito melhor, pois os diálogos e piadinhas entre eles dão ainda mais vida ao grupo de protagonistas.
Embora seja um jogo em primeira pessoa, você pode personalizar a aparência do seu herói, trocando os trajes originais por outras roupas encontradas ao longo da campanha, o que sempre é legal, ainda mais ao se jogar com mais de uma pessoa usando o mesmo personagem.
Direto ao ponto, até demais
Os fãs da Arkane Studios provavelmente se decepcionarão com a narrativa de Redfall: depois dos excelentes Dishonored e de jogos com tramas mais experimentais, como Deathloop e Prey, a produtora adotou uma direção diferente para seu game cooperativo, com uma narrativa simples e direta ao ponto. O foco maior está na ação e na caça aos vampiros, com a história sendo contada em cenas estáticas no começo das missões.
Para quem procura uma definição, Redfall é um meio termo entre Far Cry e Back 4 Blood, mas com tiroteios faciltiados (até demais) e com menos opções de interação com os cenários e inimigos. Por exemplo, você pode adotar uma abordagem furtiva ao invadir a igreja em que um chefe vampiro se esconde, tentando eliminar isoladamente seus seguidores. Mas não há uma forma de abater o alvo furtivamente. No fim, será preciso mandar bala e assim, não vai demorar para que os inimigos estejam buscando pelo jogador.
Ao menos o tiroteio é bem satisfatório. Há um excesso de auxílio de mira ao jogar com o controle do Xbox Series, mas isso é algo que pode ser ajustado com atualizações e honestamente, Redfall tem o melhor sistema de tiro da Arkane. Mesmo que a produtora sempre tenha feito jogos em primeira pessoa, o combate nunca foi o forte deles. Redfall parece um primeiro passo na direção certa, neste quesito.
A exploração às vezes parece um pouco lenta, pois não há tanta coisa nas ruas e os muitos itens que o jogador pode recolher são imediatamente transformados em dinheiro. Você basicamente explora a ilha em busca de armas melhores, munição e alguns equipamentos como kits médicos e gazuas. Todos os outros itens são créditos para comprar mais armas melhores. Não que o jogo seja obrigado a ter elementos de sobrevivência ou muito gerenciamento de inventário para ser legal, mas talvez a Arkane tenha limitado demais o uso dos itens para focar apenas nos elementos principais de Redfall.
Dois mundos abertos
Redfall é dividido em dois mapas de mundo aberto, e é bom saber que depois que entrar no segundo mapa, o jogador só pode voltar ao primeiro começando um novo jogo. Os mapas tem pontos de interesse, refúgios para desbloquear (a melhor recompensa possível, pois habilitam pontos de viagem rápida), missões e chefes secundários e alguns colecionáveis que contam mais sobre o que aconteceu na ilha.
Muitas casas estão fechadas e é preciso encontrar as chaves para poder explorar seus interiores. Não há muitos indicadores de onde está cada coisa, o que eu considero ótimo, mas jogadores mais desatentos podem acabar considerando o jogo cheio de becos sem saída e muita caminhada com pouca ação - o que, de fato, faz falta. Os inimigos aparecem e circulam pela cidade, mas até pelo sistema de controle um tanto facilitado, seria melhor se a Arkane aumentasse a população de Cultistas nas ruas de Redfall.
Considerações
Depois de muita espera, Redfall chegou e embora tenha muitos elementos positivos, o jogo ainda tem bugs para se corrigir e poderia ter um pouco mais de conteúdo, até por se tratar de um lançamento completo e não de um jogo em acesso antecipado. A maior vantagem do game é estar no Game Pass, onde o preço do ingresso para conhecer este novo mundo é bem mais em conta para o jogador.
A aventura da Arkane Studios tem um ótimo design de mundo, armas bem boladas, protagonistas carismáticos e inimigos bem variados - e com bastante espaço para futuras adições. Redfall ainda não é tudo o que os fãs esperavam, mas tem potencial para ser.
Redfall está disponível para PC e Xbox Series X/S.
*Esta análise foi feita no Xbox Series X, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Bethesda.