RKGK é uma boa pedida para os speedruners de plantão
Jogo da Wabisabi Games e Gearbox aposta em visuais únicos e em jogabilidade rápida
Rakugaki é um jogo de plataforma rápido e preciso, com uma identidade visual única, que se destaca de outros títulos. O jogador é colocado em um futuro distópico, com o objetivo de salvar a cidade lutando contra a tirania corporativa, com a ajuda de patins, latas de spray e um robô.
Quando eu menciono o gênero “plataforma”, qual é o jogo que vem na sua mente? Provavelmente algum Mario, Crash, Spyro ou algo nesta mesma linha. Afinal, os jogos de plataforma, por muitos anos, foram reconhecidos como jogos “infantis”, mas com a capacidade de apelar para qualquer tipo de público, não é mesmo?
Mas, e se alguém resolvesse criar um jogo de plataforma preciso, rápido, e com um estilo artístico que quebra padrões? Este é o caso de Rakugaki, ou RKGK para os mais íntimos. Desenvolvido pela Wabisabi Games e publicado pela Gearbox, RKGK coloca o jogador em um futuro distópico e cyberpunk, onde a única arma contra a tirania corporativa são os patins e as latas de spray de uma jovem sonhadora.
Velocidade e tintas
RKGK tem uma história um pouco clichê, mas que funciona bem. Basicamente, é mais um conto de revolução contra um poderoso líder corporativo que ameaça “destruir” a humanidade ao retirar qualquer tipo de manifestação artística das ruas. Você é Valah, uma jovem disposta a salvar sua cidade com o auxílio de seus patins, tintas e um robô chamado AYO.
Apesar de alguns diálogos serem toscos o suficiente para provocar uma breve reação de “vergonha alheia”, a narrativa é divertida, e funciona para engajar o jogador a continuar buscando respostas nas diferentes fases disponíveis.
Como qualquer jogo tradicional de plataforma, RKGK separa suas fases em “mundos”. Cada mundo oferece diferentes missões, onde o jogador pode coletar moedas, latas de tinta, fantasmas e outros itens que, em troca, podem ser utilizados para desbloquear novas fases e novas opções de customização.
As fases são bem diferenciadas, mas todas oferecem algo em comum: o incentivo pela velocidade. Em Rakugaki, o jogador deve coletar latas de tinta distribuídas pelas missões e usá-las para pichar as propagandas da corporação maligna.
Além de ser capaz de fazer pulos duplos e deslizar por baixo de obstáculos, o jogador também pode surfar com tinta pelo mapa, ganhando velocidade à medida que mais propagandas são vandalizadas. O jogo também tem um sistema de combate, mas não espere nada de demais. O foco do jogo é na movimentação entre plataformas, e o combate - que se resume a dar socos e planar sobre inimigos - é muito simples.
Artes e grafites
Como mencionei no início deste texto, o que mais chama a atenção em RKGK é a sua identidade visual. Ao invés de se aproximar de extremos, ou seja, ser cartoon ou realista demais, Rakugaki decide se encontrar no limiar destes dois mundos. A cidade futurista e cyberpunk encanta com seus belos gráficos, luzes e outros elementos típicos do gênero.
No entanto, os personagens, as artes e os grafites são claramente inspirados por animações japonesas. RKGK mantém um equilíbrio sutil entre o estilo "anime" e o "realista", o que funciona muito bem, especialmente considerando que o objetivo central do jogo é cobrir a cidade inteira com figuras vivas e vibrantes.
Conclusão
RKGK é perfeito para os entusiastas de velocidade em jogos de plataforma. Com um estilo artístico único que o diferencia de outros títulos, o jogo da Wabisabi Games tem tudo para se tornar um clássico. Seu design visual vibrante e inovador não só chama a atenção, mas também oferece uma experiência estética que complementa a jogabilidade rápida e dinâmica.
Dado o foco na agilidade e precisão, é apenas uma questão de tempo até que a comunidade de speedrun adote RKGK como um de seus favoritos. Com esses elementos, eu tenho certeza que o jogo está destinado a deixar uma marca significativa no gênero de plataforma.
RKGK está disponível para PC, via Steam.
*Esta análise foi feita no PC, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Gearbox Publishing.