Saviorless tem jogabilidade simples, mas encanta no visual
Jogo é plataforma 2D divertido e produzido por estúdio estreante de Cuba
Saviorless não é apenas o primeiro jogo do estúdio cubano Empty Head Games, como também o primeiro do país a receber um lançamento mais amplo. O título é publicado pela empresa francesa Dear Villages e chegou, neste dia 2 de abril, ao PC, PlayStation 5 e Nintendo Switch.
Em Saviorless, iremos controlar três personagens, Antar, Savior e Nento, em um mundo repleto de desafios de plataforma. Um detalhe importante sobre o jogo é que ele teve toda sua arte desenhada à mão: o resultado é um jogo 2D belíssimo, com um universo próprio que não falha em impressionar nos visuais.
História é funcional
A história de Saviorless acompanha um velho Narrador que ensina o ofício de contar história para seus dois sobrinhos. Os mais novos possuem dificuldades em entender porque o senhorzinho não muda os rumos da narrativa que ele está contando. Entretanto, se para aquelas crianças a jornada dos dois personagens principais não é nenhuma novidade, para o jogador é bem diferente.
Cada um dos dois protagonistas dessas histórias, que controlamos em partes do jogo, possuem não só personalidades, mas habilidades diferentes. Antar é uma criança curiosa, mas que não possui nenhum meio de atacar ou de se defender a não ser sua inteligência. Com ele estão alguns dos melhores quebra-cabeças do jogo.
Entretanto, Antar possui uma transformação que o deixa com a forma semelhante a um lobo. Nessa forma, o personagem ganha poderes estilo hack’n slash e a jogabilidade muda consideravelmente. Este também é o caso de Nento, o outro protagonista da história que é um caçador e tem uma personalidade bem diferente da criança. Ele é ambicioso e quer se tornar um Saviorless a todo custo.
Ainda que use alguns estereótipos para contar a sua história, Saviorless tem um bom enredo, que mantém a curiosidade do jogador no nível certo. Você quer prosseguir não apenas pelos desafios que enfrenta, como também para entender a mitologia daquele universo.
Jogabilidade direta ao ponto
Se na narrativa Saviorless aposta no básico, o mesmo pode ser dito da jogabilidade – mas isso passa longe de ser um defeito. O estúdio cubano sabia que seu grande diferencial era no visual, apostou nisso e acertou, mas ainda tem uma jogabilidade divertida e coerente para o gênero de plataforma 2D.
O único problema que tive com Saviorless foi na localização. Em tese, ele possui textos e menus disponíveis em português brasileiros, mas na prática – e por um provável e simples erros – os menus estão traduzidos, mas as legendas estão em espanhol.
Após alguns testes, me vi obrigado a jogar em inglês, um idioma mais familiar para mim. No entanto, isso fez com que eu perdesse alguns detalhes da história, uma vez que Saviorless tem diversos termos únicos ao seu universo.
De forma geral, o título é um excelente cartão de visitas de Cuba enquanto desenvolvedora de jogos. O país pode não possuir tradição na indústria, mas Saviorless mostra que possui potencial.
Esta análise foi realizada em um PlayStation 5 com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Dear Villages.