Silent Hill 2 é remake fiel com experiência tensa e inesquecível
Nova versão traz uma releitura memorável do clássico jogo de terror
Em 2001 era lançado Silent Hill 2 no PlayStation 2, um jogo que se tornou um marco na história dos videogames e do gênero horror de sobrevivência e psicológico, considerado até hoje como um dos melhores. Ele não só expandiu o grande sucesso do primeiro game, como também virou importante referência para muitos jogos que viriam depois.
Com um legado tão importante na história, não é à toa que muitos jogadores ficaram com um pé atrás quando a Konami anunciou que faria um remake desse clássico, já que há mais de 10 anos a série não recebe um lançamento digno do nome - o último jogo bom mesmo foi Silent Hill: Shattered Memories, de 2009, que traz uma releitura do primeiro game.
Muitos ficaram apreensivos quando os primeiros vídeos e imagens de qualidade duvidosa do remake foram divulgados. Será que estava vindo outra bomba? Felizmente, quem pensava assim estava enganado.
Confira aqui no Game On o que achamos desse novo Silent Hill 2.
De volta à Silent Hill
O segundo jogo trouxe novos personagens sem conexões com os anteriores e nos apresenta a história de James Sunderland, um homem que recebe uma misteriosa carta de sua suposta falecida esposa, Mary, pedindo que vá encontrá-la em Silent Hill, uma cidade misteriosa e envolta em névoa.
Ao chegar lá, James descobre que o lugar está repleto de criaturas bizarras e assustadoras, além de pessoas perturbadoras com suas próprias histórias trágicas e ligações com a cidade de Silent Hill, que é praticamente como um personagem extra do jogo.
O início do game, exatamente o mesmo do jogo original, ocorre com James perturbado em um banheiro abandonado na beira da estrada, e já nos dá a primeira impressão do que esperar: um remake fiel à obra original, mas totalmente refeito para aproveitar o que o PC e PlayStation 5 podem oferecer.
A atmosfera e imersão de Silent Hill 2 é uma das suas principais características, e os primeiros 30 minutos de jogo traz uma imersão cinematográfica perfeita, que vai te transportar para a pele de James naquele ambiente desconcertante.
Se você nunca jogou o game original, se prepare para uma experiência imersiva que vai além dos sustos tradicionais. Ao longo do jogo, revelações são feitas que irão refletir o estado emocional e psicológico não só do nosso protagonista, mas também dos outros personagens.
O tempo inteiro o jogo passa uma atmosfera tensa e de angústia, utilizando cenários escuros, sombrios e muitas vezes desolados e labirínticos (sempre procure por mapas!), habitados apenas por criaturas bizarras.
Aliás, o design desses monstros, que conta com a supervisão de Masahiro Ito, designer do jogo original, é um dos maiores aspectos simbólicos do jogo, que refletem o estado mental conturbado de James, incluindo aí as enfermeiras sem rosto, os manequins e claro, o icônico e temido Pyramid Head, a figura ameaçadora que persegue James.
Toda essa sensação de desconforto recebe um forte apoio na brilhante trilha sonora de Akira Yamaoka, compositor original que retorna para construir músicas melancólicas com sons e efeitos sonoros distorcidos que evocam medo e tensão no jogador, sempre esperando que algo assustador aconteça a qualquer momento.
Um cara comum e desajeitado
Do lado técnico, Silent Hill 2 pode ser jogado nos modos Desempenho ou Qualidade no PlayStation 5, sendo que o primeiro roda em 1080p a 60 FPS com upscale para 4K, e o segundo a 1440p a 30 FPS, também com upscale para 4K.
Como o foco do jogo não é o combate, eu recomendo jogar no modo Qualidade, que traz uma melhora bem significativa nos gráficos, principalmente em termos de sombras e iluminação - no meu caso, tive que regular o HDR para alcançar um visual mais claro, pois as especificações base estavam muito escuras na minha televisão.
James não é um lutador ou um ex-soldado do exército, ele é um homem comum e desajeitado em uma situação inusitada, então os combates são simples, lentos e difíceis, reforçando a vulnerabilidade do jogador. Claro que as quedas de FPS não ajudam muito, e jogadores acostumados com gameplays mais dinâmicos e fluídos, podem se irritar um pouco com a lentidão do personagem (neste caso, talvez seja melhor jogar no modo Performance).
Apesar de desolada, Silent Hill é um lugar perigoso, então tome cuidado ao andar pelas suas ruas e casas vazias, pois do nada, inimigos surgem e te cercam, deixando as coisas bem complicadas para o lado de James. Não é fácil encontrar remédios para recuperar sua vida ou ainda munição para as armas de fogo - o bom e velho porrete ajuda a quebrar o galho, mas nem sempre é confiável.
O jogo possui textos, legendas e menus todos localizados para o português brasileiro, e a dublagem em inglês está excelente, garantindo uma boa narrativa ao jogador. A aventura não é muito longa, com uma campanha de cerca de 15 horas numa primeira partida, porém ela conta com um total de oitos finais diferentes - sendo dois inéditos - o que certamente vai tomar muito tempo daqueles que desejam ver todas as possibilidades que aguardam o destino de James.
Considerações
Silent Hill 2 é um remake fiel ao espírito do jogo original, modernizando, atualizando e inserindo elementos novos neste clássico, considerado uma obra-prima no gênero do horror de sobrevivência e psicológico. Com uma atmosfera cinematográfica opressiva, criaturas assustadoras e personagens perturbadores, o jogo consegue criar uma experiência imersiva e impactante, e que agora pode ser descoberta por uma nova geração de jogadores.
Se você já jogou o original, não se preocupe, pois o remake vai reapresentar aquela história com novas reviravoltas que o forçarão a pensar de forma diferente e memorável. Uma releitura visual impressionante, com adições interessantes e que vai valer seu tempo gasto nele. Seja bem-vindo à Silent Hill.
Silent Hill 2 chega em 8 de outubro para PC e PlayStation 5.
Esta análise foi feita no PlayStation 5 com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Konami.
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