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Tails of Iron 2: Whiskers of Winter tem inverno brutal com charme e repetição

Sequência aposta em ambientação marcante, narrativa madura e ação intensa, mas ainda escorrega em velhos padrões

15 abr 2025 - 08h59
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Sequência traz inimigos antes considerados mitos
Sequência traz inimigos antes considerados mitos
Foto: Reprodução / Odd Bug Studio

Após estabelecer sua identidade no primeiro jogo, Tails of Iron retorna com uma nova jornada ambientada nas terras geladas do norte. Com novos personagens, uma ameaça mais sombria e ambientes ainda mais detalhados, Whiskers of Winter amplia os elementos narrativos e mecânicos do original.

A sequência aposta em uma experiência mais madura, mantendo o charme de uma fábula sombria, mas também repetindo alguns vícios já conhecidos da série.

Uma nova ameaça nas Terras Ermas

Em Tails of Iron 2: Whiskers of Winter, acompanhamos os eventos que se desenrolam após a vitória dos ratos do Sul na guerra contra os sapos, mostrada no primeiro título. Nesta sequência, após um período de paz, conhecemos Arlo, um jovem rato que vive no extremo invernal do reino. Como toda boa história, uma antiga ameaça ressurge, os temíveis Asas Sombrias. Com o reino destruído e a perda de seu pai, Arlo, herdeiro legítimo ao posto de Guardião das Terras Ermas, embarca em uma jornada para reconstruir sua cidade e unir os clãs antes que esse inimigo em comum invada os demais reinos.

A narrativa gira em torno das relações de Arlo com outros personagens, enquanto ele precisa provar que é digno de seu legado. Além dos Asas Sombrias, ele enfrenta outras feras espalhadas pelos reinos. Durante sua jornada, Arlo encontra aliados como Érica, Frey e Castor Nestor, cada um com motivações próprias para ajudá-lo a restaurar a glória do reino. 

Um dos grandes atrativos do jogo é seu estilo visual, que lembra uma fábula ilustrada, com cenários que mesclam referências nórdicas e elementos druidas. Embora os personagens não tenham voz, o narrador assume papel central na experiência, com uma narração imponente que lembra contos infantis e acrescenta profundidade às interações e à atmosfera da história.

As cidades e os interiores são bem detalhados
As cidades e os interiores são bem detalhados
Foto: Reprodução / Matheus Santana

Cada região é bastante diversificada. A Floresta Áurea, por exemplo, é habitada por aves e texugos e remete ao outono, com cores vibrantes e uma atmosfera mais viva. Já no Limiar Invernal, onde vive o protagonista, a maioria dos moradores são camundongos. A ambientação é marcada por neve, tons acinzentados e um clima mais melancólico.

As feras e monstros também mudam conforme a localização. Na floresta, encontramos sapos que usam vestimentas inspiradas em samurais. Já no Limiar, os morcegos são os principais vilões, mas também surgem outras criaturas, como o Apunhalante, um porco-espinho que representa um desafio extra durante a jornada.

Combate intenso com alma soulslike

O combate se assemelha bastante ao que é visto em jogos do estilo soulslike, mesmo sendo um título de plataforma com rolagem lateral. As lutas são brutais, e poucos golpes já são o suficiente para derrubar o personagem. É possível utilizar espadas, lanças, escudos, machados e outras armas durante os combates. Os ataques são intensos, e é possível perceber os inimigos ficando machucados ao longo da luta, além da possibilidade de finalizá-los para encerrar seu sofrimento. Também é possível usar magias que causam danos elementais, como congelamento ou fogo contínuo, além de armadilhas que aplicam esses mesmos efeitos. Nossas armas ainda podem ser amoladas para aumentar o dano, e os equipamentos, quanto mais pesados, afetam diretamente a esquiva e o uso do escudo.

A influência do estilo soulslike não se limita apenas à jogabilidade. Cada região conta com bancos que funcionam como pontos de descanso e salvamento, lembrando bastante as tradicionais bonfires. O protagonista também carrega um item semelhante ao Estus Flask, mas aqui se trata de um cantil que recupera a vida de forma progressiva. Quanto mais cheio estiver, maior a quantidade de vida restaurada. Ele pode ser reabastecido coletando frutas espalhadas pelo cenário ou em áreas específicas nas cidades.

Chefes impressionam no visual, mas decepcionam na dificuldade
Chefes impressionam no visual, mas decepcionam na dificuldade
Foto: Reprodução / Matheus Santana

Os inimigos espalhados pelas cidades se tornam realmente desafiadores quando estão em grupo, momento em que a curva de dificuldade atinge um bom equilíbrio. Sozinhos, porém, são facilmente derrotados, o que torna esses confrontos menos marcantes — a menos que se opte por jogar em níveis de dificuldade mais elevados. As batalhas contra chefes também podem não agradar a todos. Apesar do visual impactante, a dificuldade tende a ser mais baixa, já que os ataques são claramente telegrafados com traços vermelhos que indicam quando e onde o golpe será realizado, facilitando a esquiva e o reposicionamento.

Outro problema que se torna crônico é a repetição, algo que já era uma questão no seu antecessor. Embora o título tenha uma média de cerca de oito horas para ser finalizado, ele pode se tornar cansativo. Em determinado momento, começamos a revisitar os mesmos reinos, enfrentar os mesmos inimigos e realizar missões secundárias bastante semelhantes, geralmente envolvendo ir até um ponto específico e derrotar uma quantidade exata de inimigos para concluir o objetivo.

No quesito travessia, é relativamente simples. O diferencial está no uso de um gancho que permite alcançar áreas mais altas, embora só possa ser utilizado em pontos específicos sinalizados por cordas. A exploração, no entanto, é bastante recompensadora. É possível encontrar equipamentos raros, cortar madeira, cavar fósseis e minerar recursos que auxiliam na melhoria dos assentamentos, além de permitir a criação de novas armas e roupas. Há também áreas secretas, acessíveis ao rastejar por túneis estreitos, onde se escondem habilidades extras que fazem diferença durante os combates. Um detalhe adicional que contribui para a imersão é o ciclo de dia e noite, presente em todos os reinos.

Considerações

Tails of Iron 2: Whiskers of Winter - Nota 8
Tails of Iron 2: Whiskers of Winter - Nota 8
Foto: Divulgação / Game On

Tails of Iron 2: Whiskers of Winter não apenas dá continuidade à história de um reino devastado, mas fortalece sua identidade como uma fábula sombria, marcada por combates tensos e ambientação de tirar o fôlego. Mesmo repetindo alguns tropeços do passado, o título mantém o jogador engajado com suas lutas brutais, personagens carismáticos e uma direção de arte impecável. É uma sequência que amadurece a fórmula, sem perder o coração, e que merece ser explorada por quem valoriza desafios e boas histórias.

Tails of Iron 2: Whiskers of Winter está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One e Xbox Series X|S.

Esta análise foi feita no Xbox Series S, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela ID@Xbox.

Fonte: Game On
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