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The Last of Us Part II Remastered não se justifica

Obra-prima da Naughty Dog não perde o posto de um dos melhores jogos de todos os tempos, mas versão ainda não precisava existir

16 jan 2024 - 12h00
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The Last of Us Part II Remastered chega ao PlayStation 5 em 19 de janeiro
The Last of Us Part II Remastered chega ao PlayStation 5 em 19 de janeiro
Foto: Reprodução / SIE

Desde o lançamento de The Last of Us em 2013, a Naughty Dog sabia que possuía um produto como poucos em sua mão. Mas se “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades", The Last of Us Part II Remastered é um indicativo de que a desenvolvedora precisa ir com mais calma se não quiser irritar os fãs.

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Não há motivos para acreditar que essa análise trará críticas ao enredo ou à jogabilidade de The Last of Us Part II. O jogo é exatamente o mesmo que foi exaltado em 2020, inclusive saindo do The Game Awards daquele ano com o prêmio máximo. Duas ou três áreas extras não justificam um novo lançamento. Um modo roguelike divertido, mas bastante simples, não justifica um novo lançamento. The Last of Us Part II Remastered é a mesma obra-prima de menos de quatro anos atrás, mas é manchado por não justificar sua existência.

Abby e Ellie e a dualidade cativante

Se parecer repetitivo, peço desculpas. Mas estou apenas seguindo o clima estabelecido pelo lançamento da Naughty Dog. O enredo de The Last of Us Part II Remastered acompanha Ellie e Joel lidando com as consequências dos atos do protagonista do primeiro jogo. Nesse contexto, somos apresentados a Abby, uma personagem marcante que entrará em conflito com a conhecida dupla.

A narrativa da segunda parte segue brilhante. As motivações de todos os personagens são bem estabelecidas e completamente compreensíveis. Além disso, o jogo mantém a abordagem a temas delicados de forma completamente natural e profunda.

Não existe necessidade de mexer em time que está ganhando. Assim como não há necessidade de relançar um jogo que estava completamente bem inserido na mais recente geração de consoles.

Jogabilidade segue a mesma, gráficos também

Ellie e Abby são as duas personagens jogáveis, e cada uma possui seu próprio biotipo. Já no jogo original, esses detalhes foram explorados para a construção de uma jogabilidade diversificada. Enquanto Ellie é mais ágil e fraca, Abby é mais lenta e mais bruta. Dessa forma, as sequências de ação e a forma como cada personagem enfrenta os mesmos adversários são bastante diferentes.

Além disso, outras opções de acessibilidade foram otimizadas para se encaixarem, principalmente no uso do DualSense do PlayStation 5. Entretanto, colocar essa novidade como um elogio seria exagero: era possível fazer o mesmo através de uma atualização gratuita.

O mesmo pode ser dito do novo pacote gráfico. The Last of Us Part II é um jogo extremamente bem polido. Por ter chegado no fim da geração do PlayStation 4, a Naughty Dog conseguiu tirar proveito de todo o poderio que o hardware possui. 

A versão Remastered não possui nenhuma melhoria que salte aos olhos. Particularmente, não consegui ver evolução nenhuma nos visuais. Mas, como dito, isso não quer dizer que o jogo é feio, apenas que não tinha muito para onde evoluir.

Sem Volta salva experiência, mas nem tanto

The Last of Us Part II Remasterd traz uma única grande novidade, o modo Sem Volta, que é uma espécie de roguelike ambientado dentro da franquia. nele, os jogadores podem escolher Ellie ou Abby para enfrentar uma série de fases e desafios envolvendo os monstros conhecidos do jogo. Em cada morte, o progresso é resetado, com exceção de algumas habilidades que podem ser adquiridas através de uma árvore de habilidades.

Os diferentes estilos de jogabilidade das duas protagonistas são potencializados através dessa árvore de habilidades. Ellie privilegia aqueles que preferem jogar de forma mais rápida e calculada, enquanto Abby possui habilidades perfeitas para quem quer resolver cada confronto na pancadaria como, por exemplo, uma habilidade que permite que ela regenere vida à medida que causa dano em inimigos.

Sem Volta é um modo muito divertido e uma excelente adição à versão remasterizada de The Last of Us Part II. No entanto, se compararmos com o DLC que God of War Ragnarök recebeu gratuitamente no fim de 2023, torna-se um pequeno problema: ainda que o novo modo garanta boas horas de diversão, ele não é suficiente para justificar um novo lançamento.

Para aqueles que não tinham jogado a segunda parte da saga, The Last of Us Part II Remastered é uma boa opção. Entretanto, as novidades parecem apenas uma desculpa para manter o jogo em preço cheio por mais um ou dois anos.

Considerações

The Last of Us Part II Remastered – Nota: 9
The Last of Us Part II Remastered – Nota: 9
Foto: Reprodução / Game On

Ironicamente, seria impossível dar uma nota baixa para o jogo. Ele continua sendo a mesma obra-prima de 2020. Porém, é possível – e talvez necessário – tirar um pontinho pelo mau uso das grandes responsabilidades que a Naughty Dog conquistou nos últimos anos.

The Last of Us Part II Remastered chega ao PlayStation 5 em 19 de janeiro.

*Essa análise foi feita com uma cópia gentilmente cedida pela PlayStation.

Fonte: Game On
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