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The Phantom traz bons visuais, mas frustra na jogabilidade

Clássico super-herói retorna aos videogames com aventura de pancadaria 2D

17 mar 2025 - 16h05
(atualizado às 17h07)
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The Phantom traz bons visuais, mas frustra na jogabilidade
The Phantom traz bons visuais, mas frustra na jogabilidade
Foto: Reprodução/Art of Play

Criado em 1936 por Lee Falk, o Fantasma foi um dos primeiros super-heróis mascarados da história, sendo um precursor que influenciou a criação de outros vários combatentes do crime mascarados como Batman (1939), The Spirit (1940), entre outros.

Apesar de sua importância na história dos quadrinhos, o personagem nunca teve um grande destaque no mercado como os heróis da Marvel ou DC Comics, mas ele possui a sua legião de fãs, inclusive aqui no Brasil. Em 1995 chegou a ganhar um jogo bacana para Mega Drive e Super Nintendo chamado Phantom 2040, baseado no desenho animado de mesmo nome, que era ambientado no futuro. Desde então, nenhum outro jogo estrelando o herói foi lançado - até agora.

Desenvolvido e lançado pela produtora indie australiana Art of Play, o novo game chamado simplesmente de The Phantom chega para PC e consoles modernos, trazendo uma aventura de beat'em up 2D de rolagem lateral estrelada pelo herói clássico. Mas será o suficiente para deixar o velho Fantasma mais popular nesta nova geração? Confira aqui com Game On o que achamos do novo jogo.

O Espírito que Anda

Eu conheci o personagem, assim como a maioria dos super-heróis Marvel e DC, ainda na minha infância nos saudosos anos de 1980, quando fiquei doente e minha mãe comprou vários gibis para eu passar o tempo enquanto estava de cama. No meio dos gibis de Batman, Superman e Homem-Aranha, lá estava o Fantasma, que foi escolhido a dedo por minha mãe, que já conhecia o personagem da sua própria infância.

De todos os gibis que ela trouxe (e eram vários), o Homem-Aranha foi quem ganhou a minha preferência de imediato (algo que dura até hoje), mas era inegável que o Fantasma também ganhou um espaço especial no meu pequeno coração geek que se formava. Ele era um herói totalmente diferente, morava na Caverna da Caveira, um esconderijo secreto repleto de relíquias, situado no meio da selva na África, e tinha como companheiros fiéis um lobo chamado Capeto e um cavalo chamado Herói. Como não achar isso tudo legal? Na época, o seu uniforme era na cor vermelha aqui no Brasil, e não roxo como no original, devido a problemas na impressão - mas na década de 1990 a cor roxa foi oficializada no Brasil.

The Phantom pode ser jogado com dois jogadores simultâneos
The Phantom pode ser jogado com dois jogadores simultâneos
Foto: Reprodução

O Fantasma é na verdade um título passado de geração em geração dentro de uma linhagem de justiceiros. Os mitos e lendas africanas dizem que ele é imortal, mas, na realidade, o título é herdado pelo filho do herói anterior, em uma linhagem que começou no ano de 1536, quando piratas mataram o pai do marinheiro britânico Christopher Walker.

Único sobrevivente do naufrágio de seu barco, Christopher fez um juramento ao crânio do assassino de seu pai, dizendo que lutaria contra o mal e todos os tipos de injustiça, e que seus decendentes o seguiriam. Assim nasceu o primeiro Fantasma, e seu legado nos traz ao 21º da linhagem, o "nosso" atual Fantasma. Ao longo dos anos, o mito do Fantasma foi se criando, e ele ganhou apelidos como "O Espírito que Anda" e "O Homem que Não Pode Morrer".

A história do jogo nos apresenta esse Fantasma, ao lado da sua esposa Diana Palmer, que saem da Caverna da Caveira ao ouvirem os tambores da selva, sinalizando que problemas estão a caminho. É a Irmandade Singh, um grupo de criminosos que remonta ao século XVI e tem suas raízes na pirataria, sendo os responsáveis pela morte do pai do primeiro Fantasma. Eles raptaram o filho do Fantasma, dando início a uma jornada pelo mundo para resgatar o jovem Kit Walker.

Assim, Fantasma e Diana partem para a aventura em cinco níveis, passando por Bangalla na África, Índia, Suécia, Austrália e Estados Unidos. Se você tem um parceiro para a jogatina, como foi o meu caso, é possível jogar a campanha com dois personagens na tela, um como Fantasma e outro como Diana Palmer -  infelizmente apenas localmente, sem opção online.

Visual de HQ

Game apresenta bons visuais e designs artísticos
Game apresenta bons visuais e designs artísticos
Foto: Reprodução

Vamos começar pelos pontos positivos do game. Em termos de narrativa, a Art of Play fez um excelente trabalho ao adaptar as referências da obra original de Lee Falk, mantendo toda a essência bem conhecida pelos fãs do personagem.

Mas o que mais chama a atenção no jogo é o seu belo visual, que nos dá a sensação de estar jogando dentro de uma história em quadrinhos. A Art of Play fez um ótimo trabalho nesta área, apresentando cenários charmosos ambientados na década de 1930/1940, além de bons designs artísticos para os protagonistas e também para os inimigos. 

Os cenários de fundos têm uma boa quantidade de detalhes e parecem ter sido retirados diretamente dos quadrinhos, com cores fortes que se destacam, o que vai agradar aos fãs das HQs. Outro ponto que merece parabéns é a trilha sonora, com temas para cada país que embalam bem a aventura - eu particularmente gosto bastante dos estágios da África e da Índia.

Jogabilidade é travada e difícil
Jogabilidade é travada e difícil
Foto: Reprodução

E agora vamos aos pontos negativos, que infelizmente não são poucos. Um dos fatores principais de um jogo beat'em up 2D é a sua jogabilidade, e infelizmente em The Phantom ela é bem limitada e entruncada. Os personagens e seus golpes são lentos e se movimentam de maneira dura, sem nenhuma leveza - e algumas vezes chegam a travar na tela, nos obrigando a apertar os botões loucamente para ver se voltam a se mexer. Definitivamente não espere por um padrão de gameplay ao nível de Streets of Rage 4, Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder's Revenge ou Mighty Morphin Power Rangers: Rita's Rewind, exemplos recentes que utilizam da mesma temática de pancadaria arcade de The Phantom.

Caso você não saiba, o Fantasma  não possui super-poderes, então ele lida com os inimigos com os bons e velhos socos e chutes, assim como Diana. Eles ainda podem utilizar suas pistolas, com munição limitada, ou pegar porretes do chão para acertar seus oponentes. Há também um medidor que, uma vez carregada, permite um golpe especial. Além disso, Fantasma pode chamar o seu lobo Capeto, e Diana uma águia, para causar dano aos inimigos. O combate é simples e direto, e infelizmente não há muita diferença no gameplay entre os dois personagens.

O jogo é curto, possui apenas cinco estágios com dois ou três subníveis curtos, sendo que alguns deles você passa pelo mesmo cenário duas vezes, já que ao chegar ao final do estágio, é exigido que você volte pelo mesmo caminho. A pouca variedade de inimigos também não ajuda em deixar o jogo mais natural e menos repetitivo. Em menos de duas horas você termina a campanha.

Aventura é curta, com menos de duas horas de duração
Aventura é curta, com menos de duas horas de duração
Foto: Reprodução

Os chefões são outro problema, que se resumem a lutar contra uma onda de inimigos ou entediantes cenas de perseguição, que não são nem um pouco divertidas, em que o Fantasma precisa atirar em um inimigo atirando bombas enquanto Diana pilota um veículo (ou o cavalo Herói). Acho que faltou uns chefões mais criativos e majestosos, para valorizar ainda mais o heroísmo dos nossos protagonistas, mesmo que para isso precisasse usar uma liberdade criativa que iria além das histórias em quadrinhos.

Por fim, o jogo apresentou alguns bugs como personagens voando ou andando no meio de paredes, controles do Fantasma ou Diana travados no meio da jogatina como já dito anteriormente, ou ainda travamentos que exigiam reiniciar o estágio desde o início, o que é bem irritante.

Considerações

The Phantom - Nota 5
The Phantom - Nota 5
Foto: Divulgação / Game On

A Art of Play, uma desenvolvedora indie vale lembrar, definitivamente merece alguns créditos por trazer um herói clássico como o Fantasma de volta à ação nos videogames. A escolha do beat'em up 2D foi acertada, assim como a narrativa e os visuais de quadrinhos estilosos, mas infelizmente a curta duração, os bugs e, principalmente, o gameplay travado e difícil são bastante frustrantes. Recomendo o jogo apenas para fãs hardcore do personagem, e para quem procura um bom beat'em up, é melhor ficar no Streets of Rage mesmo.

The Phantom está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One e Xbox Series X/S.

Esta análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Art of Play.

Fonte: Game On
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