Battle Royale brasileiro? O que esperar de El Hero
Jogo estará disponível na BGS 2024 com beta e mais novidades
Nos últimos anos, o gênero Battle Royale dominou os jogos online, oferecendo experiências de sobrevivência competitivas que atraíram milhões de jogadores. Desde suas origens com DayZ, passando pela revolução de PUBG e o sucesso de Fortnite, o gênero moldou uma nova era nos games. Grandes estúdios, como a Activision com Call of Duty, rapidamente adaptaram suas franquias, consolidando o Battle Royale como um dos gêneros mais populares da atualidade.
Agora, o Brasil se prepara para dar um passo ousado no cenário mundial com El Hero, um Battle Royale totalmente nacional, desenvolvido pela Moonite Games e idealizado pelo influenciador Rodrigo “El Gato” Fernandes. Apostando em uma mistura da tradicional fórmula dos Battle Royale e toques culturais locais, o game tem o potencial de ser um marco na indústria brasileira.
A trajetória dos Battle Royale
O gênero Battle Royale começou com uma proposta diferente: transformar o conceito de sobrevivência em um ambiente multiplayer competitivo, onde o objetivo é ser o último sobrevivente em meio a dezenas, ou até centenas, de jogadores. Essa jornada teve seu início com mods como o de DayZ, uma modificação de “survival” para Arma 2, que deu origem a uma nova maneira de jogar. No mod, os jogadores precisavam lutar contra zumbis e entre si em um mapa gigante, com recursos limitados.
O sucesso de DayZ como mod foi tanto que ele acabou inspirando outro grande sucesso criado por Brendan Greene, mais conhecido como “PlayerUnknown”, dentro do jogo Arma 3. Greene usou a base do “sandbox” militar para criar uma experiência mais focada na sobrevivência PvP, estabelecendo as principais regras que viriam a definir o gênero: um mapa gigante, a redução do campo de batalha ao longo do tempo e a luta por sobrevivência, até que reste apenas um jogador. Essa fórmula eventualmente se transformou em um game independente, o PlayerUnknown's Battlegrounds (PUBG), lançado em 2017, que rapidamente popularizou o gênero.
Com o sucesso de PUBG, outros estúdios começaram a moldar seus jogos para incluir um modo Battle Royale. Entre os maiores destaques está o Fortnite, que inicialmente era planejado como um jogo de construção e defesa contra hordas de inimigos, mas se transformou em um modo voltado para o Battle Royale.
Em paralelo, Call of Duty também embarcou no mesmo barco com o modo Warzone, um Battle Royale que combinou as regras criadas por Greene com a jogabilidade de tiro em primeira pessoa pela qual a franquia sempre foi conhecida. Warzone trouxe inovações como o Gulag, onde os jogadores têm uma segunda chance de retornar ao jogo ao vencer um duelo contra outro adversário eliminado.
No Brasil o grande destaque nesse gênero é o Free Fire, que conquistou um público esquecido pelas desenvolvedoras AAA e criou um cenário competitivo pulsante, com campeonatos milionários ao longo dos anos. Essa é a maior referência para El Hero, que conta até com jogador famoso do Freefas no time.
A chegada de El Hero
El Hero tem a chance de marcar um novo capítulo para o desenvolvimento de games no Brasil. Em um país onde o consumo de jogos mobile e online é enorme, mas o desenvolvimento local ainda carece de grandes marcos no cenário internacional, este projeto pode ser um divisor de águas. O sucesso de Free Fire mostrou que o Brasil tem um público gigantesco e ambicioso por experiências de Battle Royale, e com uma produção nacional, existe o potencial de conquistar essa audiência de forma ainda mais profunda e expandir para outros países que também adoram o gênero, como parte da ásia e a parte oriental da Europa
Um dos grandes diferenciais do jogo está na monetização, que promete permitir aos jogadores ganharem uma baita grana apenas jogando. O sistema se chama “cash game”, onde o jogador irá depositar um valor com dinheiro real antes da partida, quase que uma aposta em si mesmo. Aqueles que tiverem o melhor desempenho serão recompensados com uma parte do montante. Esse modo é opcional, mas deve movimentar o cenário, especialmente em um momento de tanto sucesso das Bets no nosso país. Fica o questionamento sobre como será o recebimento da comunidade em relação aos possíveis danos que os menos cautelosos podem ter, especialmente os mais jovens, ao abusar da jogatina apostada.
Além dessa forma menos convencional e mais polêmica de se monetizar, o jogo também vai possuir um marketplace para vender skins, proporcionando uma progressão mais tradicional para quem fidelizar e for jogando as temporadas pós-lançamento.
Se El Hero conseguir balancear acessibilidade e capturar a essência do que o público brasileiro gosta, pode se tornar um novo fenômeno cultural, assim como o jogo da Garena. Um dos grandes motivos para acreditar é a participação do influencer e streamer “El Gato”, que fez um sucesso enorme com Free Fire e possui uma comunidade gigante em torno de si. O streamer já avisou que o jogo terá um torneio inicial parrudo, com prêmio de 50 mil reais, além de diversas fases antecipadas e limitadas de acesso ao jogo para os primeiros inscritos poderem influenciar o desenvolvimento final.
Já disponível para download na App Store para aqueles que conseguiram acesso ao Alfa, El Hero vai estar presente na BGS 2024 e mostrará o seu gameplay para o grande público em primeira mão. O resultado da ideia e o quão bem ele será recebido pelos jogadores saberemos já nos próximos meses.