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ONG expõe a "gameterapia" e seus benefícios na BGS 2018

Na feira de videogames, a instituição Casa de David mostra o trabalho que desenvolveu com seus pacientes por meio dos jogos eletrônicos

14 out 2018 - 13h53
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Grandes produtoras de videogame, desenvolvedoras independentes e lojas voltadas ao mundo nerd. A maioria dos mais de 100 estandes da 11ª edição da Brasil Game Show (BGS) pertencem a um desses três universos. Dentro da totalidade de expositores, no entanto, quatro são voltados para instituições ligadas à serviços voluntários: a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de São Paulo, que cuida de crianças e adultos com deficiência intelectual; o Instituto Maria e João Aleixo (IMJA), que é envolvida com a causa das periferias; e a Associação de Proteção, Amparo e Cuidados de Animais (Amanimal).

A última instituição que esteve na Brasil Game Show com o intuito de divulgar suas ações sociais foi a Casa de David. A organização, que é sem fins lucrativos, cuida de aproximadamente 440 pessoas com deficiência intelectual, ou com deficiência física, em suas duas unidades de atendimento, uma em um sítio localizado na rodovia Fernão Dias, em São Paulo (SP), e a outra em Atibaia, no interior do estado paulista. Sua presença na feira de videogames não foi por acaso. Ela foi reflexo dos bons resultados de um novo tratamento implantado pelo professor de educação física Bruno Sartori nos pacientes da ONG: a gameterapia.

A ONG Casa de David utiliza videogames para melhorar a coordenação física, o equilíbrio e o humor de seus pacientes
A ONG Casa de David utiliza videogames para melhorar a coordenação física, o equilíbrio e o humor de seus pacientes
Foto: Matheus Riga / Terra

Ao perceber que os pacientes da Casa de David não compareciam tanto para algumas sessões de fisioterapia e outros tratamentos, a decisão foi de tentar motivá-los com a introdução de algo diferente. "Nós buscamos sair do convencional e, desde então, nos últimos cinco anos, estamos oferecendo uma forma mais divertida e lúdica de melhorar aptidões físicas", diz Sartori.

Com duas sessões de 50 minutos por semana, a gameterapia utiliza uma gama diversificada de jogos que priorizam a movimentação do jogador, como é o caso do game da dança Just Dance. "No começo tinha muita gente que olhava torto porque achava que a gente ia dar o controle na mão das pessoas e deixar elas sentadas jogando, mas, não, a prioridade sempre foi a movimentação delas", afirma Sartori. "Hoje, aquele paradigma de que quem joga videogame é sedentário acabou, as pessoas usam os games para se exercitar também."

Com um estande na BGS, a Casa de David levou alguns de seus pacientes para se divertir com os videogames e mostrar os benefícios da gameterapia
Com um estande na BGS, a Casa de David levou alguns de seus pacientes para se divertir com os videogames e mostrar os benefícios da gameterapia
Foto: Matheus Riga / Terra

No começo, em 2013, a ação de gameterapia abarcava apenas dois pacientes da instituição. Hoje, o número saltou para 25 e com resultados positivos. "Um dos reflexos que nós mais enxergamos é a melhora do equilíbrio", diz Sartori. "Antigamente, tínhamos pessoas que precisavam andar de bengala, mas hoje, na hora de jogar e fazer a atividade, nem a utilizam." Além disso, o professor de educação física também ressalta as melhoras na coordenação motora, na amplitude de alguns movimentos e no condicionamento físico.

Bruno (de vermelho à dir.) e os pacientes da Casa de David, ONG que trata pessoas com deficiência intelectual, ou com deficiência física por meio da gameterapia
Bruno (de vermelho à dir.) e os pacientes da Casa de David, ONG que trata pessoas com deficiência intelectual, ou com deficiência física por meio da gameterapia
Foto: Matheus Riga / Terra

Além da gameterapia introduzida por Sartori, os pacientes também usufruem de outras atividades físicas na Casa de David. Natação adaptada, basquete, vôlei, bocha, futsal e atletismo são algumas das modalidades que podem ser utilizadas na ONG. Outras ações como fisioterapia, psicologia e fonoaudiologia também são disponibilizadas para todos que estão recebendo auxílio da instituição. Hoje, a instituição sobrevive com repasses do Minsitério da Saúde, realizados pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, mas que, segundo ela, são insuficientes para a manutenção de suas operações e, por conta disso, tenta captar recursos por meio de parcerias e doações de empresas e voluntários.

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Fonte: Redação Terra
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