Como a LOUD se tornou uma potência do esport
Não era só barulho? Conheça a trajetória da organização campeã brasileira de Free Fire e vice-campeã mundial de Valorant
Campeã da sétima temporada da Liga Brasileira de Free Fire e vice-campeã Mundial de Valorant. Outrora meme pela ausência de títulos, atualmente não resta dúvidas que a LOUD tem o melhor time em duas das modalidades mais populares dos esports no Brasil. Mas você conhece a história de ascensão da organização que se tornou um fenômeno nacional?
Em 2019, o criador de conteúdo Bruno “PlayHard” Bittencourt e o empresário Jean Ortega juntaram-se para criar a LOUD, uma organização que queria dar um passo adiante nos esports. Além de buscar a constante evolução dos seus jogadores, o objetivo era manter a atenção também nos influenciadores.
Estratégia que deu certo
A LOUD foi a primeira organização de esports a alcançar a marca de um bilhão de visualizações no YouTube e tornou-se rapidamente uma referência - não só no Brasil. Atualmente, é a que mais tem seguidores no Instagram, superando outras gigantes mundiais, como a norte-americana FaZe Clan.
Se em produção de conteúdo e estilo de vida a organização se tornou um modelo, nos esports ela finalmente começa a colher os frutos de um trabalho de longo prazo.
Faz o L
Desde sua criação, a LOUD arrastou uma verdadeira legião de torcedores no Free Fire e viu os investimentos darem frutos logo cedo. Os primeiros resultados da equipe, que contava com um elenco bem diferente do atual, pareciam promissores: oitavo lugar na segunda temporada da Free Fire Pro League e segundo lugar na temporada seguinte.
A evolução era clara e o título, que parecia apenas uma questão de tempo, veio em janeiro de 2020, quando a LOUD conquistou a América - e com soberania ao longo de toda a disputa.
Mas nem só de momentos felizes no battle royale viveu a organização em seus pouco mais de 3 anos de história. Logo após o título da Copa América 2020, a LOUD experimentou um jejum de bons resultados, quase encarou um rebaixamento na principal competição nacional e passou por uma grande reformulação para, em 2021, voltar a ser protagonista de decisões. Ainda assim, parou no vice na quarta temporada da Liga Brasileira de Free Fire e também no Free Fire World Series 2021, disputado em Singapura - faltava algo.
O elenco de 2021 passou por poucas alterações. Apenas Luan “Lost” Souza chegou da Meta Gaming em 2022, mas a situação parecia longe da ideal no começo da sétima temporada da LBFF, marcada por dúvidas e maus desempenhos. Porém, como num passe de mágica o time se encontrou, os resultados começaram a aparecer e o resto é história: título nacional e uma vaga direta na final do Mundial de 2022, que acontece em maio, também em Singapura.
A conquista tirou o peso das costas de um elenco que há muito se sentia em dívida. "Lost", a contração que levantou suspeitas, se tornou MVP da Grande Final
e Ariano “Kroonos” Ferreira, suporte da equipe e um dos pilares do título, finalmente respirou aliviado com a sensação de dever cumprido após parar tantas vezes no quase. Agora, parece ser a hora perfeita para conquistar o mundo.
pANcada e Amigos
A dupla ex-Team Vikings Mathias “saadhak” Delipetro e Gustavo “Sacy” Rossi começou uma busca por grandes nomes brasileiros de Valorant. O primeiro deles foi o controlador Bryan “pANcada” Luna, destaque da Stars Horizon, e os outros dois foram verdadeiras apostas: o jovem Felipe “Less” Basso, de apenas 17 anos, e Erick “aspas” Santos. Nascia a tag pANcada e Amigos, que se tornou um alvo de diversas grandes organizações nacionais, como MIBR e Stars Horizon.
Depois de muito suspense, a LOUD anunciou a contratação do elenco e oficializou sua entrada no FPS da Riot, seu segundo investimento em uma modalidade da desenvolvedora.
E os resultados foram imediatos. Logo em seu primeiro campeonato oficial, a 1ª etapa do Valorant Challengers Brasil 2022, o título. Conquistado sobre a Ninjas in Pyjamas (NIP), a LOUD dominou toda a competição e saiu invicta, sem conhecer a derrota em nenhum mapa e garantindo uma vaga diretamente para os playoffs do primeiro Masters do ano, realizado na Islândia.
E foi em Reykjavík que a organização surpreendeu novamente. O Brasil ainda era visto como um mero coadjuvante no cenário internacional de Valorant, mas a LOUD deixou claro o crescimento do país na modalidade e eliminou equipes já consagradas, como G2 Esports e Team Liquid - duas gigantes europeias e favoritas ao título.
A vaga na final foi responsável por parar o domingo não somente dos fãs da LOUD, mas de todos os fãs de esports. Mas o título não veio: depois de um longo período de invencibilidade, a LOUD voltou a conhecer a derrota em um dolorido 3 a 0 para a OpTic Gaming.
Derrota que não diminui a façanha brasileira e, muito pelo contrário, finalmente coloca o país entre os grandes do Valorant e de volta nos holofotes do gênero FPS. Mas, definitivamente, coloca a LOUD em um patamar privilegiado em duas das modalidades de esports mais populares entre os brasileiros.